Aos 53 anos, Anne Heche teve morte cerebral oficialmente declarada. Ao jornal Daily Mail, familiares disseram que ela será retirada do suporte de vida após a determinação dos órgãos para doação. Aliás, essa era uma vontade antiga da artista.
Hospitalizada no Grossman Burn Center, a atriz sofreu uma lesão por anóxia cerebral em 5 de agosto, quando dirigia em alta velocidade, em Los Angeles. Na ocasião, ela perdeu o controle e se chocou com uma casa, provocando um incêndio no local.
Conforme noticiou a Variety, pouco antes de bater o carro, ela já havia se envolvido em outro acidente na região. De acordo com um comunicado enviado à People na noite desta quinta-feira, 11, um representante de Heche e de sua família agradeceu a todo o apoio.
“A todos por seus gentis desejos e orações pela recuperação de Anne”, disse e estendeu os agradecimentos à equipe que cuidou da estrela.
“Anne tinha um coração enorme e tocou a todos que conheceu com seu espírito generoso. Mais do que seu talento extraordinário, ela viu espalhar bondade e alegria como o trabalho de sua vida –especialmente mover a agulha para a aceitação de quem você ama. Ela será lembrada por sua corajosa honestidade e muita falta por sua luz”, acrescentou no texto.
Fontes do Departamento de Polícia de Los Angeles afirmaram ao TMZ que os resultados dos exames de sangue da atriz apontaram que ela estava sob o efeito de cocaína e fentanil durante o acidente.
A carreira de Anne Heche
Anne ficou conhecida por estrelar filmes como “Seis Dias e Sete Noites”, “Donnie Brasco”, “Volcano” e “Geração Prozac”. Teve a infância difícil, sendo abusada sexualmente pelo próprio pai e, mais tarde, viu seu relacionamento com a apresentadora Ellen DeGeneres, virar uma grande sensação no final dos anos 1990.
Nascida em Ohio, Heche era a caçula de quatro irmãos. Começou a trabalhar aos 12 anos para ajudar a família. Em 2001, falou abertamente sobre os abusos sofridos, a própria sexualidade e a morte do pai, que veio acontecer pouco tempo após a família descobrir que ele tinha AIDS, no início de 1980.
Seu pontapé artístico aconteceu aos 17 anos, ao receber uma proposta para integrar o elenco da novela “Another World”, interpretando as gêmeas Hudson e Marley Love. Trabalho pelo qual recebeu o “Prêmio Emmy Daytime”. Na sequência, estrelou séries de sucesso como “Ally Mc Beal”, “Everywood” e “Men in Trees”.
Nos bastidores dessa última produção, engatou um romance com o ator James Tupper, com quem teve um filho, Atlas, hoje com 13 anos. Além disso, também é mãe de Romer, de 20.
Projetos futuros
Vale dizer ainda que a atriz também estava no elenco de algumas obras que devem ser lançadas entre 2022 e 2023, como “Wildfire” e “Full Ride”. Além de “What Remains”, já finalizado, mas sem previsão de estreia e “Supercell”, “Chasing Nightmares” e “Wake”, ambos em fase de pós-produção.
Mais polêmicas
Em setembro de 2001, Anne lançou sua autobiografia intitulada de “Call Me Crazy”, livro este que foi escrito em apenas 6 semanas. Lá, ela abriu o jogo sobre diversos abusos e lembranças dolorosas.
“Se eu não tivesse sido abusada sexualmente quando criança, não sei se teria tido a força para enfrentar Harvey e muitos outros”, afirmou em 2018 quando relatou ter sido descartada de uma produção por se recusar a fazer sexo oral em Harvey Weinstein. Na época, a artista disse que o produtor mostrou o pênis, mas ela conseguiu escapar da sala antes que ele pudesse tocá-la.