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Arte é resistência! Emicida, Céu e Criolo reforçam pluralidade brasileira no show “Amor, Ordem e Progresso”

Crédito: Divulgação/ Denilson Santos e Francisco Cepeda

Como já falamos por aqui, Emicida, Céu e Criolo fecharam o circuito de apresentações no palco João Rock na madrugada deste domingo, 12. De presente, o público recebeu a primeira amostra do espetáculo coletivo “Amor, Ordem e Progresso”.

Com uma estética visual repleta de alusões e simbolismos, o show manifesto resgatou a pluralidade do povo brasileiro, reforçando a diversidade na construção da identidade nacional. Projeções de rostos icônicos do movimento negro como Suely Carneiro e o ator Milton Gonçalves, tomaram conta da performance.

Pouco antes de subirem ao palco, a todateen bateu um papo com os artistas que reforçaram a potência das expressões artísticas às vésperas do período eleitoral. “É uma lembrança de que, mesmo em um momento de autoritarismo mais agudo, a arte brasileira soube se colocar como um bastião de liberdade. Acho que a gente representa muito bem esse histórico da música e da cultura popular do Brasil”, contou Emicida.

“Tem uma insegurança pairando no ar, porque a gente tem assistido a uma escala antidemocrática nos últimos anos, mas também acho que o Brasil tem capacidade de produzir uma resposta à altura. A resistência de trabalhos e de pessoas como nós evidencia isso também”, completou o rapper.

Céu ainda pontua que a arte nunca foi tão criminalizada e que o presente pede por atenção e cuidado. “É muito difícil ser artista hoje no Brasil. O cenário é terrível, mas é um momento de atenção, de repensar tudo, de conferir. E é isso que a gente deseja. Eu sou otimista, tenho esperança e acredito que temos tempo”.

Crédito: Divulgação/Instagram: @festivaljoaorock

“Duas coisas para se entender, isso não é um álbum de figurinhas que você troca uma pela outra e resolve o seu álbum. O que está acontecendo hoje é uma desconstrução total e cruel de trabalhos centenários. E isso a gente vai sangrar por muito tempo. Nos vimos sozinhos e, mais uma vez, sobrou para nós responder questões assim. Está bem ruim, mas a hora é agora”, alertou Criolo.

“Amor, Ordem e Progresso” em três atos

Dividido em “Sankofa”, filosofia africana que diz que é importante retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro, “A Nave”, capturando todo sentimentalismo e “Ainda Há Tempo?” questionando o atual estado de espírito do brasileiro, o show, de acordo com Criolo, busca colocar toda boa energia para frente.

Crédito: Divulgação/Instagram: @festivaljoaorock

“Desde as nossas pessoas e tudo o que cada um aqui representa de modo natural, não o que é pedido, cada um tem uma história, uma bagagem e recorte do Brasil. Isso, por si só, já é grandioso. Houve todo um cuidado com a construção do que a gente sugere em cada canção, cada bloco. De modo sutil, tudo se conversa, tudo é bem amarrado. Textos, instrumentos, uma enxurrada de abraços e afagos”.

“São três recortes do mesmo presente, almejando um futuro único, mais amoroso, com mais amparo e respeito. É sobre juntar as nossas linhas que, no final, buscam a mesma coisa”, acrescenta Céu.

Arte é resistência, resistência também é João Rock

Ao final, Emicida também celebrou a alegria de estar pisando mais uma vez no festival que, acima de tudo valoriza a cultura nacional e é sinônimo de resistência. “Há um clima de desesperança que tomou conta do povo brasileiro, principalmente com a pandemia de Covid-19. O ataque ao mundo da cultura, o que a arte vem sofrendo não é coincidência. Isso acontece justamente porque ela representa uma teimosia de que sim, a gente pode ter um país que seja do tamanho dos nossos sonhos”.

Crédito: Divulgação/Instagram: @festivaljoaorock

“O que a gente busca é tentar fazer com que a esperança renasça. Sem esperança, a gente não faz nada e o João Rock tem essa atmosfera especial. É um festival que se provoca a conhecer o que está acontecendo na atualidade. Você tem um palco que fortalece os artistas novos e ainda pode acompanhar quem já está aí há tempos fazendo história. É uma celebração de mostrar que a música brasileira tem grande potencial”, finalizou.

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