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Bullying não é coisa do passado e o BBB21 pode comprovar; saiba como identificar a prática

Bullying não é coisa do passado e o BBB21 pode comprovar; saiba como identificar a prática
Bullying não é coisa do passado e o BBB21 pode comprovar; saiba como identificar a prática

Se você acompanha o BBB21, deve ter percebido que o clima do reality não foi lá um dos melhores nas primeiras semanas. Em meio a muitos atritos, alguns participantes foram grandes alvos da casa, mesmo com pouco tempo de convivência. Lucas Penteado e Juliette Freire foram excluídos, julgados e humilhados por vários dias. Um programa que o brasileiro torcia para ser um alívio para a saúde mental, acabou sendo mais um peso em cima dela.

Todos os fatores aos quais os dois participantes foram submetidos no reality acabou levantando um debate sobre bullying nas redes sociais. E se você acha que o termo é algo do passado, que não ocorre mais, ou que só acontece quando a gente está na escola, está tremendamente enganada.

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De acordo com a psicóloga e psicopedagoga Karin Kenzler, não há idade para o bullying acontecer.

É muito comum na infância e adolescência e se manifesta em geral no âmbito escolar, mas pode ocorrer também em outras esferas sociais e em qualquer idade“, explica.

A especialista também diferencia o termo de outro, também bastante falado pela mídia durante o programa:

É importante diferenciar o bullying do assédio moral, onde o agressor também atenta contra a dignidade e integridade psíquica ou física de uma pessoa, mas age de forma velada, enquanto no bullying o agressor age de forma expansiva, aberta, chamando a atenção dos espectadores para si como forma de autopromoção“.

como identificar o ato

Mesmo sendo um termo bastante gasto, ele ainda não é tão falado, principalmente em se tratando de fora do ambiente escolar. A psicóloga explica que os “sinais” são mais comuns do que parecem. O bullying pode ser praticado de diversas formas, por xingamentos, agressões físicas, isolamento e exclusão.

Os principais tipos são:

  • Físico: chutes, pontapés, bloqueio de passagem, socos.
  • Psicológico: intimidações, chantagens, calúnias, boatos e perseguições por conta de religião, orientação sexual, cor ou peso.
  • Verbal: xingamentos, apelidos maldosos e humilhações.
  • Virtual (cyberbullying): Ataques verbais e psicológicos através de publicação e disseminação de fotos e comentarias maldosos nas redes sociais.
  • Social: isolamento e exclusão dos grupos, atividades e convívio social diário.

bullying x conflito normal x tortura psicológica?

No entanto, é muito importante saber diferenciar o bullying de um conflito normal. Os primeiros desentendimentos do BBB21, por exemplo, nem sempre se resolviam com diálogos e bom senso dos participantes. Era preferível excluir, julgar e humilhar. É a situação exata de se perceber se os atos ocorridos dentro da casa mais vigiada do Brasil configuram-se como um conflito normal, ou algo mais sério.

Os conflitos fazem parte da vida e podem surgir com frequência no âmbito escolar e até levar a xingamentos e brigas físicas, mas em geral são resolvidas por meio do diálogo, acordo ou negociação. Já no bullying a principal característica que o difere do conflito, é a constância dos ataques, a intencionalidade de ferir e a falta de motivo, em que a pessoa agredida não fez nada ao agressor“, ressalta Karin.

Além do bullying, o termo “tortura psicológica” também foi muito citado por lá e muitas pessoas ainda não sabem que isso pode ser algo como o bullying, mais comum de acontecer do que se pensa.

A tortura psicológica visa exclusivamente a agressão e sofrimento psicológico da vítima através de maus tratos mentais e humilhações de forma intencional e contínua. O bullying também pode assumir essa forma, mas inclui muitas vezes outras formas de agressão como a física, verbal ou social. Ou seja, a tortura psicológica é apenas umas das formas de bullying“.

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A especialista ainda explica esses termos dentro do que aconteceu na casa do BBB.

Podemos caracterizar a exclusão e tortura psicológica sofrida por Juliette e Lucas como bullying, por terem sofrido diversas formas de agressão como xingamentos, isolamento, comentários maldosos, por todo o grupo e de forma persistente, levando os ao estresse e angústia e sem o apoio de colegas ou familiares a quem recorrer“.

impactos a longo prazo

Além do impacto imediato do bullying tais como estresse e angústia, isolamento, ataques de pânico e ansiedade, alterações de comportamento como crises de violência, dificuldade de dormir, distúrbios de alimentação, consumo de álcool ou drogas, alguns outros graves fatores podem acontecer, como: dificuldade de relacionamento no trabalho e relacionamento amoroso, tendência a depressão e baixo autoestima, dificuldades e queda de rendimento no trabalho por falta de autoconfiança.

No trabalho, nas relações com colegas, no relacionamento amoroso e familiar por conta do estresse pós-traumático que leva a um alto grau de ansiedade, e da dificuldade em se recuperar das vivências e acontecimentos assustadores. Essas condições podem durar meses ou anos, com gatilhos que podem evocar memórias do trauma e provocar emoções e reações físicas intensas. Quando os danos causados pelo bullying são muito profundos podem levar a depressão, distúrbios comportamentais e até ao suicídio“, diz Karin.

Portanto, quem sofre o ato, não sofre só na hora. Lucas Penteado e Juliette, por exemplo, podem carregar consequências do que aconteceu pelo resto da vida. A conscientização acerca do assunto é muito importante, pois adultos como Karol Conká e Lumena, continuam reproduzindo comportamentos de bullying, mesmo não estando mais na escola.

É importante que eles busquem o diálogo com familiares, amigos ou um profissional terapeuta ou psicólogo, para a elaboração do ocorrido. Se os traumas não forem tratados, a vítima pode guardar aquele sofrimento em seu subconsciente, que virá a se manifestar diversas vezes em sua vida. No entanto, nem toda pessoa que sofreu bullying desenvolve estas consequências necessariamente, dependendo do seu estado emocional ou suporte familiar ou profissional recebido na ocasião e durante o período em que foi vítima de bullying”, finaliza a psicóloga e psicopedagoga.

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