As divas Carol e Vitoria lançaram nesta sexta-feira (31) o clipe de Jura Juradinho, nova música da dupla. E o mais legal é que as girls resolveram fazer o clipe sobre relacionamento abusivo, um tema mega importante a ser discutido. Nós conversamos com elas sobre o novo trabalho.
Carol Marcílio explicou que elas escolheram fazer o clipe sobre relacionamento abusivo porque elas consideram muito importante trazer essa reflexão e conscientizar as garotas. “É um assunto muito presente nos dias de hoje e que PRECISA ser discutido principalmente com a meninas, muitas vezes alguma delas podem estar passando por um relacionamento abusivo e nem desconfia. Através de algumas cenas do clipe resolvemos mostrar sinais de como isso acontece”, explica.
Confira o clipe de Jura Juradinho:
Experiência pessoal
As cantoras contam que ambas já viveram um relacionamento abusivo. “O clipe foi realmente baseado em fatos reais e coisas que nós duas já vivemos. Ele era agressivo comigo quando discordávamos de algo, brigávamos quando eu cogitava sair com amigos sem ele ou até com a minha própria mãe. Na época frequentávamos a mesma igreja e toda vez que eu começava a cantarolar alguma música que não fosse gospel, ele me repreendia, dizia que eu não podia gravar vídeos com a Vi porque fama era uma coisa ruim”, conta Carol.
Vitoria fala ainda sobre como o abuso pode ser confundido como excesso e proteção. “Lembro que eu conheci um menino, no começo ele era muito legal comigo, com a minha família e eu fui me aproximando. Começamos a namorar e ele foi dando um indícios de abuso, mas que na época eu achava que era proteção. Ele não me deixava ter amigas, sair sem ele, brigávamos se eu não dava satisfação exatamente de onde eu estava.”
Um dos sinais mais claros de relacionamento abusivo é quando o garoto tenta afastar a namorada dos amigos e parentes, assim como faz a menina acreditar que é fraca e dependente dele. Vi comenta que o ex tentou influenciá-la a deixar de cantar com a irmã e a inferiorizava constantemente. “Ele não queria que eu gravasse vídeos com a Carol porque ele falava que ela só queria a minha fama e que eu tinha que brilhar sozinha. Não aceitava eu discordar da opinião dele, e sempre EU estava errada. Eu era a imatura, eu que tinha sorte de ele me querer e me aguentar.”
Lidando com o relacionamento abusivo
Através de suas experiências pessoais, Carol conta que hoje tem consciência sobre a gravidade do assunto e do porquê de isso acontecer. “Hoje em dia eu enxergo que a culpa disso tudo não é dele em si, mas dos costumes machistas que, infelizmente, continuam a ser passados para os meninos (e meninas!) desde infância, onde o homem manda e mulher deve se retrair e obedecer. O pior disso tudo é que rotulam esses tipos de ações como uma forma de proteção e não de fato o que é: opressão!”, explica.
No caso de Vitoria, tudo foi ainda mais grave porque o garoto chegou a agredi-la fisicamente. “Lembro de uma situação em que eu estava na casa dele e nós discutimos por algum assunto e ele me agrediu fisicamente. Me empurrou na parede e apertou os meus braços e disse que eu não devia fazer barulho pros pais deles não escutarem”, contou.
Por sorte, Vi conseguiu sair dessa com a ajuda da irmã (por isso ter uma amiga ou irmã ao seu lado é muito importante). “Esse inferno durou 7 meses. Quando a Carol pegou meu celular e terminou com ele, lembro que eu fiquei muito mal, queria voltar com ele a qualquer custo, mas a Carol dormia no pé da minha cama pra ficar me vigiando pra eu não pegar o celular e mandar mensagem. Sou grata por ela ter ficado comigo nesse momento tão difícil, e eu não teria saído dele sem ela”, lembrou a garota.
Recado para as garotas que estão nessa situação
“Se você tá passando por isso, saiba que isso é ABUSO SIM! Não é amor, não é super proteção, não é carinho… é abuso! Físico e psicológico. Então não fique com medo dele, ou medo de ficar sozinha.. denuncie!”, aconselha Vitória. “Se estiver com dúvida se se relacionamento é tóxico ou não, procure uma amiga ou alguém de confiança e converse sobre, porque quem está de fora consegue enxergar as coisas com mais clareza!”, completa Carol.
Curtiu o clipe sobre relacionamento abusivo? Nós da tt explicamos mais sobre o assunto:
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Para identificar esse problema tão grave nos meninos que estão por perto de você, há algumas definições básicas que podem ajudar. A psicóloga Ana Cássia Maturano conta que machismo está diretamente ligado ao fato de o garoto achar que a menina é inferior, de alguma maneira, ou que não tem os mesmos direitos. Lembre-se: se ele pode fazer, você também pode, sim! Você não é inferior à ninguém e não merece ser tratada como se fosse -Foto: Shutterstock
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O machismo pode também ser reproduzido por mulheres, já que ele é tão comum no nosso dia a dia. É por isso que a sua mãe às vezes pode falar para você “não usar roupas curtas”, “se dar ao respeito”, ou coisas do tipo. Nesses casos, é importante o diálogo: tente mostrar que não há nada de errado em meninas serem livres em suas escolhas e que os homens devem nos respeitar independentemente das nossas roupas -Foto: Shutterstock
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No grupo de amigos, atitudes como falar mal de meninas que ficam com muitos carinhas é um tipo de atitude bastante machista, afinal, dificilmente temos um olhar negativo caso um menino tenha o mesmo tipo de comportamento. Se a garota é solteira, ela pode ficar com quem quiser e ninguém deve julgar, ok? É legal ficar de olho nisso e chamar a atenção da turma caso aconteça. Reproduzir ideias machistas não está com nada! -Foto: Shutterstock
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Seja na sua escola, no seu bairro, no shopping, balada ou lugares que costuma frequentar, ainda é comum presenciar cenas em que o namorado é mal-educado com a menina, não deixa ela falar, usa grosserias ou até mesmo agressões físicas – por menores que sejam. Esses são alguns dos sintomas de machismo em um relacionamento -Foto: Shutterstock
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Por conta da naturalização do abuso, muitas meninas acabam “deixando passar” atitudes do gato que a deixam chateada. Sabe aquelas famosas frases: “ele é só um garoto e garotos são assim” ou “garotos são imaturos mesmo”? É preciso ficar atenta: nada justifica violência e maus tratos em qualquer relacionamento. Atitudes assim são simplesmente inaceitáveis em qualquer circunstância -Foto: Shutterstock
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Apesar de relacionamentos abusivos não existirem apenas em casos em que o homem é abusivo com a mulher, esses tipos de casos são mais característicos e comuns por conta do machismo. São sintomas de relacionamentos abusivos: quando o menino tem ciúmes fora de controle, chegando a fazer ameaças ou impedir a namorada de fazer determinadas coisas, usar certas roupas ou falar com alguém. Às vezes, ciúme e machismo se confundem -Foto: Shutterstock
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“Este tipo de comportamento pode se apresentar da maneira mais leve, como por exemplo proibir a namorada de ter amigos homens, não usar roupas muito curtas ou chamativas; ou com comportamentos agressivos como tapas e empurrões”, garante a Ana Cássia. Vale lembrar que violência é coisa séria! Se o boy te bater, empurrar, ou qualquer coisa do tipo, denuncie! -Foto: Shutterstock
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Se ele sempre te faz sentir culpada pelas brigas do casal ou ridiculariza suas opiniões e gostos, querendo sempre ser “melhor que você”, “mais inteligente” e “mais popular” é sinal vermelho, miga! Uso de ofensas fazendo a menina pensar que não é boa o suficiente e que, se não estiver com ele não terá mais ninguém, também é um tipo de violência: a violência psicológica. Por isso, machismo é sim uma forma de violência mesmo que não haja agressão -Foto: Shutterstock
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O que um relacionamento machista pode causar? Segundo a psicóloga Andrea Lorena, esse tipo comportamento pode deixar a menina insegura e com a autoestima baixa. A tt explica: muitas vezes o menino se sente como se fosse “dono” da garota, de suas atitudes e do seu corpo. Daí, ele acaba tirando a liberdade que todos nós devemos ter -Foto: Shutterstock
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E tem mais! Se livrar daquele garoto que te fazia mal infelizmente nem sempre significa se livrar de todo o problema. Segundo a psicóloga Ana Cássia, iniciar a vida amorosa de maneira negativa pode trazer muitos prejuízos também futuros, “seja por ser uma experiência traumática ou talvez até por fazer uma leitura de que isso é uma forma de relacionamento usual”, explica -Foto: Shutterstock
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Sabe aqueles meninos que tratam as meninas como objetos? Categorizando a bunda mais bonita, os peitos mais legais, sem se importar com os sentimentos dessas meninas? Eles estão sendo machistas -Foto: Shutterstock
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Sabe aqueles meninos que diferenciam entre “meninas para pegar” e “meninas para namorar”, baseados no comportamento delas? Eles são machistas! Afinal, toda menina tem o direito de se divertir! E, se errar, isso faz parte da fase de descobertas que é a adolescência (seja menino ou menina). Nem por isso elas serão menos bonitas ou ótimas namoradas quando se apaixonarem de verdade -Foto: Shutterstock
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Ele te proíbe, define seus comportamentos e não gosta que você use roupas curtas? Errado! Ele não deve interferir em nenhuma escolha pessoal sua. Portanto, ele é, sim, machista. Se ele já teve alguma atitude agressiva contra mulheres também é machismo -Foto: Shutterstock
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Enfim, os comportamentos machistas são diversos, por isso, fique atenta à sua intuição. Se o comportamento dele fizer você se sentir inferiorizada, talvez seja a hora de repensar a relação, ok? -Foto: Shutterstock
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Uma ou outra atitude machista, no entanto, não significa que o menino é mau. Talvez ele seja assim por ter sido influenciado desde pequeno a agir dessa maneira e não saiba dos problemas que um comportamento machista pode trazer -Foto: Shutterstock
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Portanto, se você perceber que um amigo seu não está tendo atitudes legais com as outras garotas, que tal conversar com ele? Assim a gente ajuda a construir um mundo onde homem e mulheres se respeitam -Foto: Shutterstock
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E nós sabemos, não é mesmo? Normal é gostar de alguém e ele gostar de você de volta. É sempre bom estar ao lado de quem nos trata bem e tratá-los da mesma maneira. E lembre-se: nunca, jamais, de maneira alguma, a culpa é sua por sofrer atitudes machistas e abusivas, seja do seu namorado, dos seus amigos, dos seus pais ou de desconhecidos -Foto: Shutterstock (legenda: quem ama não mata, nem humilha, nem maltrata)