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Afinal, o que é Clubhouse? Saiba tudo sobre a rede social que é a febre do momento

Clubhouse: saiba mais sobre a rede social que virou febre nos últimos dias
Clubhouse: saiba mais sobre a rede social que virou febre nos últimos dias

A nova rede social Clubhouse, que é baseada em conversas em áudio, teve suas buscas aumentadas em 525%, segundo o Google. Por enquanto, o aplicativo – que chamou atenção até de Elon Musk, homem mais rico do mundo, e Oprah Winfrey – é exclusivo para sistemas iOS do iPhone e limitado para pessoas com convite.

O app foi criado por Rohan Seth, ex-funcionário do Google, e por Paul Davidson, empresário do Vale do Silício, em março de 2020, mas o uso só se tornou relevante no início deste ano. Os criadores descrevem que o app é um “novo tipo de produto social baseado na voz, permitindo que pessoas em todos os lugares falem, contem histórias, desenvolvam ideias e criem amizades ao redor do mundo”. Você pode ainda não conhecer, mas no mundo das startups, ele já vale US$ 1 bilhão (aproximadamente R$5,5 bilhões).

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Porém, enquanto na China o app está causando polêmica por abrir espaço para discussões raramente debatidos na internet chinesa, no resto do mundo e, principalmente no Brasil, a rede social é uma febre.

afinal, como o Clubhouse funciona?

O funcionamento do aplicativo é bem simples: você abre, ou entra em um grupo, e convida alguém para falar com você, ou escuta um bate-papo já em andamento. Os grupos sempre possuem um moderador, que é quem define quem fala e quem escuta. A diversas salas de conversa geralmente possuem duração predeterminada e, o grande diferencial é que não há fotos, textos ou vídeos, a não ser as imagens do perfil de cada um dos usuários.

Os “clubs” – como são chamadas as salas de vídeo – são, na grande maioria, dividas por temas. Mas também é possível criar um espaço livre e apenas chamar seus amigos para conversar e se distrair. Vale ressaltar que, em maiores salas, sempre possui um moderador que está controlando o bate-papo e, em alguns momentos, é possível pedir para falar (abrir seu microfone) ao clicar em um emoji de “mão levantada”. Dependendo das configurações, também é possível um espaço em que todos possam falar sem a autorização do moderador.

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Até o momento, o limite de ouvintes simultâneos em uma só sala é de 5 mil e não existe a opção de gravar as conversas para ouvi-las previamente. Elas também não ficam salvas dentro do armazenamento da plataforma – com exceção de quando um usuário relata algum abuso dos termos de uso, segundo o app.

Esse aspecto acima é bem interessante, já que por mais que a rede social use mecanismos antigos como grupo e voz , o fato dos conteúdos não ficarem salvos é realmente bem diferente do que os outros apps do mercado como Twitter, Facebook, WhatsApp, LinkedIn, TikTok e Instagram.

para que serve?

Os tipos de uso são bastante diversos. Basicamente, os principais deles podem ser: reunir pessoas para refletir sobre um assunto interessante, como uma palestra; juntar um grupo de amigos para fazerem coisas juntos e irem comentando; e, até mesmo, servir como uma ferramenta útil para esse padrão de aulas à distância que vivemos atualmente.

como assim precisa ser convidado?

Diferentemente das outras redes, por enquanto, para que você tenha uma conta dentro do Clubhouse você precisa de um convite, ou então, você se cadastra e precisa que algum amigo/contato seu – que já esteja dentro da rede – te aceite. E, como no momento a rede não é acessível para todos, esse ambiente de escassez gera e aumenta ainda mais o interesse das pessoas. Apesar da exclusividade para a Apple, os desenvolvedores já afirmaram que iriam começar a trabalhar em uma versão para Android.

 outros questionamentos sobre o Clubhouse

Para esclarecer mais dúvidas acerca do novo aplicativo, a todateen conversou com Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação.

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Na sua opinião, porque o Clubhouse está ganhando tanta visibilidade?

O Clubhouse está ganhando muita visibilidade por uma série de fatores. Antes de tudo, esse hype do momento, pois todo mundo já ouviu falar sobre o que é Clubhouse, mas não necessariamente sabe como funciona. Isso se deve ao acesso exclusivo através de convites. Então, alguns já estão participando, o que aumenta ainda mais a curiosidade de quem ainda não faz parte. O aplicativo está disponível apenas para o sistema iOS, o que restringe o público, já que só usuário de iPhone consegue fazer o download. Sobretudo, o acesso, a interação desse conteúdo muito dinâmico produzido em tempo real por grandes empreendedores e celebridades como Opray, Drake e Elon Musk, que depois que passou a fazer parte do Clubhouse alavancou fortemente a entrada de novos participantes no Vale do Silício e no mundo todo. Então, somando tudo isso, Clubhouse é a bola da vez.

Afinal, a plataforma é segura?

A plataforma é bastante jovem, foi criada no ano passado, não completou nem um ano de vida e, até agora, não tem nenhum escândalo de segurança, o que não quer dizer que ela seja segura. É normal que esse tipo de falha comece a aparecer, justamente, com o crescimento do número de usuários. Um outro ingrediente é o perfil dos participantes, já que se sabe que muitos empreendedores e celebridades estão lá, certamente os golpistas voltarão os seus olhares para o Clubhouse. Não seria nada surpreendente se nas próximas semanas ou meses começássemos a ver as primeiras falhas de segurança no Clubhouse.

Na sua opinião qual é o diferencial e o atrativo que está fazendo as pessoas se interessarem pelo app?

O diferencial é a produção de conteúdo através de áudio. Ao contrário do texto, como é o caso do Twitter mesmo que o mínimo seja 140 ou 280 caracteres, estamos falando de algo mais intimista e próximo, onde o usuário recebe em tempo real o áudio produzido por alguém que é muito relevante. Então, esse senso de frescor é muito importante e vem na onda dos podcasts, além da possibilidade de entrar em salas de debates com temas e participantes que são icônicos. Sendo assim, o somatório desses elementos é o que torna o aplicativo diferente dos demais.

A limitação de acesso é uma garantia de qualidade?

A limitação de acesso não é uma garantia de qualidade, afinal de contas seria muita presunção afirmar que quem está dentro do Clubhouse tem mais qualidade do que quem está fora. Além disso, esse tipo de sistema não é novo, foi assim que o Facebook e o Orkut foram lançados e tantas outras redes. Muitas vezes têm a ver com estratégia de lançamento justamente para criar escassez ou com questões de escalabilidade, onde o sistema vai sendo preparado para uma grande massa de usuários ao longo do tempo. Porém, é natural que essa identidade inicial se perca, pois, afinal de contas, uma pessoa convida uma, que chama outra, e assim perde-se a característica que aproximava os participantes no começo. Ou seja, é um efeito muito temporário do início de uma plataforma.

Você acha que esse aplicativo pode conseguir o famoso “hype” agora e eventualmente ser esquecido ou acha que ele veio pra ficar?

É impossível saber se vai se tornar o novo Instagram ou Facebook, ou se daqui a seis meses não estaremos mais falando de Clubhouse. E depende muito da dinâmica comportamental dos usuários, se eles vão sentir esse valor gerado de forma sustentável, e se ela vai conseguir tornar o aplicativo cada vez mais interessante em evolução, pois, afinal de contas, nenhum aplicativo é estático ao longo do tempo.

Até o momento não existe moderação de conteúdo, quais os perigos disso? (pensando na cultura do cancelamento e nos discurso de ódio)

A falta de moderação – que é inclusive desejada por muitos – vem acompanhada de riscos como a disseminação de discursos de ódio, de preconceitos, de incitar a violência, tudo aquilo que foi vivido de forma tão aguda nos últimos meses. Até por isso que já estamos vendo algumas mobilizações como foi o caso do banimento do aplicativo na China, já que sem moderação, muitos chineses estavam conseguindo debater assuntos extremamente polêmicos e que, possivelmente, não interessavam ao partido.

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