Tem empoderamento e amizade forte entre garotas. Tem uma história que mexe com você. Mas também tem medo e muita coisa pra pensar. O filme Mate-Me Por Favor, dirigido por Anita Rocha da Silveira, que estreia esta semana, recebeu prêmio de crítica no Festival de Veneza e vai dar muito o que falar. A história mostra a vida de Bia (Valentina Herszage) e suas amigas sendo afetada por uma série de assassinatos misteriosos… Ficou curiosa? Então, partiu ler a entrevista da Valentina a seguir!
Qual a primeira impressão que você teve ao ler o roteiro? E como se sente agora com o filme pronto?
A primeira vez que li o roteiro sabia que seria um desafio. Teria que enfrentar várias situações e superar algumas barreiras minhas. Eu tinha 15 anos quando gravei o filme. Sabia do desafio, mas também soube que teria que dar tudo de mim, porque é um filme incrível. Agora, depois de ver, é muito diferente da primeira imagem que criei. E eu assisti ao filme agora, com 18 anos, foram discrepantes os momentos em que gravei e depois quando vi.
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Que personagem de Cara Delevingne combina com você?
Como foi pra você atuar nesse filme, que aborda bastante a visão dos adolescentes e fala de feminismo – num momento em que todo mundo dá mais valor ao empoderamento das mulheres?
Total! A história fica em torno da amizade feminina, amigas que estão sempre juntas e sabem tudo uma da outra. Até porque no filme não tem a presença dos pais, a amizade prevalece. Vivi momentos únicos nessa gravação e que provavelmente não vou viver de novo. Este filme dialoga muito bem com o público jovem, a gente teve liberdade com a diretora pra falar “não, Anita, a gente não fala assim”. Ela colocava as gírias que a gente pedia, isso foi bem legal.
Você conhecia todos os atores e a Anita, diretora?
Uma das atrizes é a minha melhor amiga na vida real, a Dora Freind. A gente fez os testes juntas, quando passamos foi uma alegria enorme! Com a Júlia Roliz eu já tinha feito curso de teatro e a Mari (Mariana Oliveira) foi uma surpresa maravilhosa. A Anita, eu conheci através dos testes mesmo.
Mate-Me Por favor tem muitas cenas fortes, teve alguma mais complicada pra você gravar?
A cena do encontro com a menina morta foi muito difícil. Não só pelo conteúdo, mas porque gravamos em um descampado em Curicica, e estava muito calor, uns 45 graus! A atriz que fazia a menina morta veio da Argentina e passou mal. Foi uma cena que tinha muito mais barreiras do que elas deveriam ter na verdade.
A Bia, sua personagem, lhe ensinou algo?
Acho que sim, por mais que ela não tenha muito limite, a curiosidade dela é algo admirável. Ela segue os impulsos e isso é importante. Acho que devemos ouvir mais nossos desejos.
E a experiência no Festival de Veneza, como foi?
Nossa, foi incrível! A gente nunca viveu nada parecido, o Festival de Veneza é um dos três maiores do mundo, foi especial reencontrar o elenco quase dois anos após as filmagens. Foi o momento de aproveitar, e ainda ganhamos prêmio de crítica. Foi muito interessante ouvir o que todo mundo achou porque esse filme traz várias interpretações diferentes.
Me conta sua expectativa para a estreia aqui de Mate-Me Por favor.
Eu tô torcendo, acho que vai acontecer tudo de melhor. É um filme que veio pra marcar de verdade, não é o tipo de filme que passa batido. Espero que tenha significado para as pessoas que vão assistir. Tem que assistir para experimentar essas sensações diferentes da juventude e encarar os diferentes tipos de jovens que existem, com modos de pensar diferentes. E pra sentir um pouco de medo, sentir medo é bom também.
Ficou curiosa? Dá uma olhada no trailer do filme!
Entrevista: Mariana Scherma