Na adolescência é comum passarmos por um momento em que desejamos fazer novas amizades, se dar bem na paquera e conhecer alguém especial, certo? Mas, nem sempre isso é fácil de acontecer na vida real. Afinal, vivemos muitas descobertas e nesta fase às vezes é difícil agir com naturalidade a todas as mudanças.
Com isso, alguns adolescentes, tanto garotos quanto garotas, partem para o “ataque” nas redes sociais. Para isso, fingem ser o que não são, ou seja, criam alguns personagens que disfarçam a personalidade ou outros aspectos da vida real.
É normal?
Segundo o psicólogo Alexandre Bez, esse comportamento é comum, sim, entre os adolescentes, mas nem sempre é saudável: “quando você cria uma falsa personalidade, pode desenvolver um personagem que não condiz com o seu próprio “eu” e, ao voltar para a vida real, não tão desejada, pode não ser tão fácil.”
Por quê?
Dentre os motivos que levam os jovens a criar um personagem nas redes sociais, destacam-se a insegura, a imaturidade e a falta de autoestima. Apesar de comum, Alexandre ressalta a importância de o adolescente saber o que está fazendo: “ele (a) deve ter plena consciência do que está fazendo para não entrar de vez em um mundo fantasioso e perder a sua real identidade, ou seja, assumindo uma postura irreal e adquirindo outra estrutura psicológica”.
Convívio social
No começo, pode até ser legal criar um “personagem” na internet para parecer legal diante dos amigos. Mas, e na hora de encontrar as pessoas na rua: como fingir ser aquilo que não é? Por exemplo, o tímido que é extrovertido na internet, dificilmente conseguirá sê-lo na vida real. Daí poderá surgir uma situação embaraçosa, na qual, as pessoas vão estranhar a diferença de comportamento. E, claro, isso não vai pegar bem para aquele que está sempre fingindo.
Conflitos
Além de não ser legal assumir outras personalidades nas redes sociais, o convívio social também pode ser prejudicado. Por exemplo, quando ficar na frente do computador torna-se mais agradável do que enfrentar os problemas do dia a dia. Pior ainda: tal atitude pode gerar conflitos com você mesma, que pode incorporar o personagem criado, ou com os amigos reais. “Geralmente, o convívio social é atrapalhado porque não há realidade plausível nesse duplo comportamento. É fácil ser extrovertido na frente da tela…”, ressalta Alexandre.
Por isso…
“O ideal é que a postura demonstrada nas redes seja também a mesma postura praticada no seu dia-a-dia”. Ou seja, se você é tímida na vida real, não tente bancar a extrovertida nas redes sociais, ok? Não que isso signifique você não possa fazer amigos ou conviver com as pessoas online, apenas seja você mesma! E lembre-se: as redes sociais devem sempre ser usadas com responsabilidade, mesmo em caso de piadas ou brincadeiras!
Consultoria: Alexandre Bez, psicólogo e escritor.
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