O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (6) um decreto que proibirá em 45 dias qualquer transação com a ByteDance, empresa chinesa responsável pelo TikTok. O termo “urgência nacional” foi utilizado pelo presidente em sua medida contra o aplicativo de vídeos. A partir do dia 15 de setembro, portanto, a plataforma será proibida nos Estados Unidos.
Na última sexta-feira (31) Trump afirmou que poderia anunciar a proibição do TikTok no dia seguinte (1°). O político disse aos repórteres que o acompanharam em uma viagem de avião que declararia medidas contra o aplicativo. Segundo o anúncio, as autoridades americanas estariam preocupadas com a possibilidade da plataforma ser usada como ferramenta da inteligência chinesa.
Na segunda-feira (3), o presidente aceitou a possibilidade de o TikTok ser comprado por um grupo americano, mas a transação terá que acontecer antes de 15 de setembro. O jornal The Wall Street Journal e a agência de notícia Bloomberg informaram que Trump teria determinado a venda das operações americanas do TikTok. Já a Fox News afirma que a Microsoft estaria negociando para adquirir a rede social, cujo valor poderia alcançar dezenas de bilhões de dólares.
Funcionários e legisladores americanos expressaram nas últimas semanas preocupação com a possibilidade de o TikTok ser usado pela China como ferramenta de espionagem. Um senador americano chamou o aplicativo de “cavalo de Troia”. Em uma entrevista recente, Mike Pompeo, secretário de Estado americano, afirmou que o governo dos Estados Unidos já estudava proibir o app. A empresa responsável pela rede social nega qualquer vínculo com o governo de Pequim.
O aplicativo de compartilhamento de vídeos já foi proibido na Índia no final de junho deste ano, assim como outros 58 aplicativos chineses que supostamente ameaçavam “a segurança nacional e a defesa da Índia, o que vai ao encontro da soberania e a integridade” do país. A Austrália também estaria considerando banir o aplicativo.
Assim como muitos aplicativos de diversos países, incluindo os Estados Unidos, o TikTok tem acesso à localização, endereço de internet, tipo de celular utilizado para acessar o serviço, histórico de navegação do usuário, mensagens trocadas dentro do aplicativo, bem como algoritmos do próprio app para analisar o conteúdo consumido, com o objetivo de oferecer uma seleção de vídeos personalizada.
O site InfoMoney entrou em contato com a filial brasileira da ByteDance, a qual afirma que o TikTok “não compartilha informações de nossos usuários com nenhum governo estrangeiro, incluindo o governo chinês, e não o faria se solicitado”.