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Entrevista com Lady Gaga: ela quer (só) conquistar o mundo. Alguém duvida?

Extra on-line: Lady Gaga quer (só) conquistar o mundo. Alguém ainda duvida?

Na adolescência, Stefani Joanne Angelina Germanotta era uma garota estudiosa, aplicada e criativa, que chegava a ficar bordando paetês nas roupas do teatro da escola. Fazia o mesmo com os figurinos com os quais se apresentava no começo da carreira.

Não demorou para a americana estar na boca do povo, seja pelas roupinhas, uma mais diferente que a outra, os clipes bafões, as declarações polêmicas… Pela carreira, teve de deixar a família de escanteio por conta das muitas viagens e abandonar seu namorado, como você verá a seguir. Prepare o lencinho, que seu coração vai ficar apertado lá no final.

Sua vida está superagitada há 12 meses. Você sempre soube que seria esse sucesso todo?

Eu quero ser a maior, a melhor, a mais incrível. Eu quero tudo isso e eu vou ter. Eu quero dominar o mundo. Dominação Gaga. Seja lá o que for preciso pra isso.

Você trabalhou bastante e teve sorte de chegar onde está. Tem a mesma sorte com os homens?

Deus me deu um dom para a música e, se você tem dons, você tem áreas problemáticas. Minha área problemática é, definitivamente, os homens. Eu só me apaixonei de verdade uma vez. Ele não queria que eu tivesse esse trabalho. Ele queria que eu ficasse em casa, então eu o deixei e foi a coisa mais difícil que eu fiz. Partiu meu coração pra valer, mas também me fez perceber que a música é meu primeiro amor, é meu primeiro marido. Se eu quero essa vida, é assim que tem que ser. Acho que aceitei isso. Eu nunca deixo nenhum homem vir antes da minha carreira. Eu acho que há um medo interior que me faz ser assim. Eu sempre penso que minha música nunca vai virar pra mim na cama numa manhã me dizendo que não me ama mais. Eu tenho um grande problema com rejeição.

Você sempre quis ser famosa?

Alguns de nós nascem estrelas. Eu, definitivamente, nasci pra ser uma. Eu sou superesperta, sou escandalosa, eu rompo barreiras, sou uma artista. Não é só na música, é assim em tudo. Minhas roupas, meus acessórios, minhas ideias. É tudo arte. Não estou interessada em dinheiro. Estou interessada na minha música, na minha arte, na minha personagem. Eu vou chegar lá. Seja o que for preciso. Eu quero trabalhar horrores porque não é apenas o que eu desejo, mas o que eu preciso para a minha realização própria. Algumas pessoas precisam de amor, outras, de dinheiro. Eu preciso da música para poder existir.

Foi difícil pra você sair da educação refinada que teve em Nova Iorque pra isso?

Meu destino era ser uma menina inteligente com uma carreira pela frente que teria se tornado uma boa esposa. Me conformado. Mas aos 13 eu soube que eu não poderia viver assim. Aos 15 eu ia para as boates de Nova Iorque. Eu me apaixonei por um estilo de vida diferente. Um ano depois, eu estava no palco fazendo apresentações underground. Eu aprendi a ser um escândalo. Eu queria ser notada, eu colocaria fogo no meu cabelo e ficaria sem roupa. Eu me coloquei diante de todos os meus limites porque para mim era tudo arte. Andy Warhol (artista plástico) era meu herói, eu queria ser Edie Sedgewick, David Bowie, Mötley Crüe. Eu aprendi a ser real. Eu aprendi a rejeitar tudo o que sempre conheci. Era bem libertador. Eu não conseguia nenhum dinheiro e eu estava trabalhando em oito lugares para pagar meu aluguel, mas eu estava vivendo do jeito que queria.

Você já disse que usou drogas. Como você se livrou delas?

Eu sabia que isso faria com que eu parasse de conseguir o que eu poderia ter. Eu nunca fui pra um clínica de reabilitação. Eu só pensei direito no que eu queria e, então, parei.

Daria tudo pelo homem certo?

Mulheres têm que tomar decisões. É o homem, é a carreira… É a coisa mais difícil de todas. Eu pareço realmente selvagem por fora, mas por dentro ainda sou muito tradicional. Eu estive com um cara que não conseguia entender que outras coisas podem vir primeiro. Eu tentei ficar com ele, mas então eu fiquei infeliz. Tive que fugir. Eu sei que corro o risco de ficar sozinha para sempre, mas é o preço que tenho que pagar.

Você é feliz?

Meu mundo é incrível, assim como minha vida, mas quando tudo para é tudo muito quieto, muito solitário. Eu sinto falta de um relacionamento e tenho uma saudade gigante da minha família. Eu gostaria de estar com eles o tempo todo porque eu acho que, debaixo de tudo isso, todo o meu trabalho é por eles, para minha irmãzinha, Natali, para minha mãe e meu pai. Eu acho que eles são as únicas pessoas no mundo inteiro que realmente me entendem e me aceitam como eu sou. Muita gente grita por mim, mas eles (família) realmente me amam. Amor é a coisa mais forte de todas. Eu sei porque é algo que eu sacrifico todo dia.”

Entrevista: James Ford/The Interview People
Texto: Ricardo Piccinato
Edição: Liliane de Lucena

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