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Entrevista: conheça Ivan Baron, “influencer da inclusão” que produz conteúdos sobre capacitismo no TikTok

Entrevista: conheça Ivan Baron, "influencer da inclusão" que produz conteúdos sobre capacitismo no Tiktok
Entrevista: conheça Ivan Baron, "influencer da inclusão" que produz conteúdos sobre capacitismo no Tiktok

Nascido no Rio Grande do Norte, Ivan Baron, de 23 anos, tem levado sua voz para todo o Brasil através de conteúdos produzidos para o Tiktok. Ainda criança, com apenas 3 anos, ele foi acometido por uma grave infecção alimentar que deixou sequelas: a Paralisia Cerebral, ocasionando deficiência física e mobilidade reduzida. O que parecia limitar o jovem à princípio, acabou fazendo com que ele conquistasse seu espaço na internet, levantando a bandeira da representatividade.

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Agora, com cerca de 60 mil seguidores no Instagram e mais de 120 mil no Tiktok, Ivan já palestrou em diversas escolas e, mesmo que não fosse seu objetivo a princípio, tornou- se conhecido como o “influenciador da inclusão”.

Percebi que a internet era um lugar em que não tinha corpos com deficiência para contarem suas próprias narrativas. Nem passou pela minha cabeça ser um Influenciador, nunca achei que as pessoas teriam vontade de me conhecer ou saber mais sobre Inclusão, e isso tudo era algo plantado pela sociedade capacitista”, conta.

Esse pensamento mudou em 2018. Ivan começou a usar as redes sociais para expor sua opinião e experiências e foi percebendo uma resposta cada vez mais positiva dos internautas. E, no caos de 2020, a carreira deslanchou após um vídeo no TikTok sobre a máscara inclusiva que usa – que tem o objetivo de ajudar pessoas com deficiência auditiva a lerem os lábios durante conversas.

capacitismo não é humor

Por mais que o Tiktok seja uma rede bastante voltada ao humor, as questões que o influenciador levanta na rede, não devem carregar esse viés. Capacitismo é o termo que designa a discriminação de pessoas com qualquer tipo de deficiência física. É diminuir alguém, achar que a pessoa não é capaz e tratar o outro com diferença. Nada disso cabe no nosso dia a dia e precisa ser cada vez mais combatido.

Para o influencer, “capacitismo é aquela ideia ultrapassada de que apenas corpos e mentes perfeitas são válidos, quem não preenche a esse padrão logo é excluído. “Assim como o racismo e vários outros tipos de preconceitos, ele é estrutural e está a todo momento em manutenção para se perpetuar”, conta Ivan.

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Comigo já aconteceu diversas vezes de chegar em um local, perceber que não era notado até que eu começasse a falar e me destacar mais do que as outras pessoas, e somente aí prestavam atenção em mim e não no meu modo de andar”, relembra. Além de dar voz a quem tem lugar de fala, ele frisa a importância do cuidado com o humor, citando o “Capacitismo Recreativo” – usar deficiências para fazer piadas que podem ofender, diminuir e não tem graça.

Na internet, também muito se fala sobre “normalizar” situações e condições que estão ou já estiveram em uma zona de preconceito. Para Ivan, não existe o ato de tornar normal o destaque e a presença de PCDs na internet.

Detesto o conceito de normalidade. O que deve acontecer é uma naturalização. Até mesmo por nossos pais, familiares e amigos”.

educação inclusiva

Palestrante em diversas escolas da rede pública, o influencer vai além das telas e luta por diferentes bandeiras dentro do que defende. Um dos tópicos levantados é a educação inclusiva, em que alunos com e sem deficiências convivem no mesmo ambiente de aprendizado. “A gente precisa misturar sim. O pensamento segregatório precisa ser excluído. Como as crianças ditas ‘normais’ saberão lidar com PCDs quando adultas? O período escolar é fundamental para esse tipo de relação”, afirma Ivan.

o poder da relevância da internet

Ivan ainda destaca o quanto a internet vem sendo um espaço para conscientizar as pessoas ainda mais acerca desse assunto: ” A internet ajuda muito levando informação. A maior parte do capacitismo é criado pela falta dela. Quanto mais pessoas com deficiência pressionarem essa tecla e falar sobre o assunto, melhor“.

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Mesmo assim, ele destaca que falta mais os outros influenciadores olharem para a questão da acessibilidade: “O principal, que é a Acessibilidade, os influenciadores não se preocupam, seja em legendar seus stories ou fazer uma descrição da última foto postada. Depois vem a questão de nos escutar, será que nosso conteúdo gera engajamento ou ao menos desperta interesse da maioria?”

referências e sonhos

Mesmo que a curtos passos, a internet se mostra um lugar cada vez mais inclusivo, mas ainda com poucas referências entre PCDs. Como suas inspirações, Ivan destaca a humorista Pequena Lô e o influencer Mateus (@vireiadulto). Além disso, afirma se inspirar também em influenciadores de conscientização social, seja de humor ou não, como Maria Bopp e Gabriela Loran. É cada vez mais importante levar essas questões para espaços como o Tiktok.

É importante para mostrar que nós existimos e que não somos aquele estereótipo que a sociedade criou. É muito gratificante ver crianças SEM deficiência, principalmente no tiktok, descobrindo que pessoas com algum tipo de deficiência podem ser inspiração para elas. Minha infância e adolescência toda nunca tive esse tipo de referência.”

O maior sonho de Ivan Baron é abrir um espaço único e individual para cada uma dessas pessoas. “Quero puxar a galera com deficiência para o palco. Não posso representar todas elas, cada indivíduo tem sua história e sua própria voz”, finaliza.

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