26 anos, mineira e apaixonada por contar histórias enquanto escreve a sua própria. Essa é Bruna Vieira. Começou sua jornada na internet ainda adolescente, enquanto tentava descobrir seu lugar no mundo pelo blog Depois dos Quinze. Atualmente, ela compartilha sua jornada a partir de livros, podcasts, vídeos e posts. Mas continua com sua essência e com controle total sobre sua narrativa.
Mas como foi, de fato, crescer diante da internet? Quais são os desafios e a responsabilidade de ter se tornado uma figura pública ao longo dos anos? Foi sobre essas e outras questões que conversamos com a Bruna, para entender mais sobre o seu ponto de vista.
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Sua trajetória na internet começou muito cedo, quando você ainda era adolescente. Qual você acha que foi o maior impacto na sua vida de ter tanto seu crescimento pessoal quanto profissional expostos na internet? Como você lidou com isso ao longo dos anos e lida ainda hoje?
Ter começado o Depois Dos Quinze tão nova me fez amadurecer com um olhar mais atento ao mundo e ao meu reflexo no espelho. Minhas pautas sempre foram guiadas por questões que estava vivendo e enfrentando na época. Uma coisa legal que eu aprendi nesses anos é que quanto mais você tem coragem de falar sobre o que sente de forma honesta, mais você se conhece. Viver esse processo com exposição só foi saudável pra mim porque mantive o controle da minha narrativa. O blog se tornou conhecido aos poucos, né? Eu nunca ~viralizei~ e esse tempo gradual de trabalho e crescimento foi importante porque eu amadureci na mesma velocidade. É por isso que eu gosto de dizer: eu conto histórias enquanto escrevo a minha.
Um tempo atrás, você fez uma live em seu Instagram e disse algo muito importante: devemos olhar para si mesmo com gentileza, reconhecendo tudo o que já fomos e passamos até chegar à como vemos o mundo atualmente. Levando em conta que você seus seguidores cresceram e se transformaram ao longo dos anos, como você viu a sua relação com seu público se modificar?
Temos uma relação de amizade. Crescemos juntas, enfrentamos fases boas e difíceis e compartilhamos nossos sentimentos mais íntimos no processo. É uma tendência natural não querer falar sobre a nossa parte mais vulnerável, mas as minhas conversas sempre partiram justamente desse ponto. Penso que é por isso que elas me acompanham há tanto tempo. Não sinto que sou uma influenciadora que elas seguem, mas sim uma amiga que elas ainda não conheceram pessoalmente. Algumas, né? Porque nos lançamentos dos livros eu viajo pelo Brasil todo e sou sempre recebida de forma muuuuito carinhosa.
Qual você acha que é o maior desafio de continuar produzindo conteúdo depois de tanto tempo na internet? De qual forma você lidar com pessoas que acabam criticando as novas formas de conteúdo que você traz para seus canais?
A maneira que as pessoas consomem conteúdo na internet mudou muito ao longo dos anos. A velocidade também. Do lado de cá da tela, meu desafio diário é não me perder no processo que envolve ter uma empresa com funcionários com uma grande demanda de mídia e continuar criando coisas que façam sentido pra mim.
Atualmente, você conta com milhões de seguidores nas suas redes sociais. Mas qual foi a primeira vez que você reconheceu, de fato, o tamanho do seu alcance como figura pública? Tem algum episódio marcante deste momento que você poderia compartilhar com a gente?
Quando eu mudei pra São Paulo e fui parada por uma leitora na Paulista pela primeira vez. Eu era muito tímida, mas de uma forma mágica eu me senti extremamente confortável falando com ela. Como se nos conhecêssemos há anos, sabe? Bom, virtualmente isso é verdade. hahaha
E levando em conta esse grande alcance que você tem, o que você considera como indispensável para a postura de um influenciador digital? Como você enxerga a responsabilidade de ser uma pessoa pública?
Vejo que existe um tendência de pessoas que querem propositalmente se envolver em polêmica, dar opinião sobre assuntos que elas não dominam e manter uma cultura de amizades superficiais que só existem na internet para ganhar seguidores. Tudo isso pode ajudar a curto prazo, ganhar seguidores e ser o assunto do momento, mas isso não te faz ser mais influente e relevante em um assunto. Entre todas as lições, a que mais me ajudou nesses anos foi nunca esquecer de ter o pé no chão. Do que me fez criar o Depois Dos Quinze. Isso ajuda muito quando as coisas estão confusas. Lembrar do nosso propósito e pensar antes de publicar, porque as pessoas vivem realidades diferentes e vão processar o conteúdo de acordo com a vivência delas.
Agora tratando da sua carreira como escritora, como é para você ver o legado que seus livros têm na vida das pessoas?
Ler é poder viver mil vidas em uma só. Em tempos estranhos como esse que estamos vivendo percebo como nossa imaginação é também uma companheira fiel e importante. Ser a ponte e a faísca para esse mundo mágico na vida das pessoas é um superpoder. No Brasil muitos adolescentes param de ler nessa fase porque não conseguem encontrar histórias que falem sobre o que eles estão vivendo naquele momento e eu fico feliz de poder oferecer livros assim. O leitor adolescente é também o adulto que tem o hábito da leitura inserido na vida.
Como tem sido seu processo criativo e de escrita durante os últimos meses em quarentena?
Olha, tem sido estranho. Descrever cenas sem poder sair por aí para vivê-las ou observar o outro fazendo isso é frustrante, mas ao mesmo tempo tem sido útil ficar esse período em casa (tô em quarentena total há 8 meses) e focar em projetos paralelos que envolvem esquecer do mundo real e criar ficção. Ainda não posso contar muitos detalhes, mas vem coisa muuuuito boa por aí. hehehe
Você poderia compartilhar com a gente o que o público pode esperar dos seus próximos lançamentos literários?
No comecinho do ano vem publico meu primeiro livro de poesia com a Editora Seguinte. É um projeto muito pessoal e especial. Também estou trabalhando na continuação da trilogia Meu Primeiro Blog. Meus leitores me cobram há anos um desfecho para Anita, e em 2021, eles vão descobrir o final da história.