Lembro até hoje quando perdi a prova que me passaria de ano. Fiquei de recuperação final em seis matérias no primeiro colegial. Recuperei todas, menos matemática. Foi marcada prova, então. E era tudo ou nada. Naquele dia, perdi a hora, ela estava agendada para 14h e eu acordei 14h10. Desesperado, com cara de sono, remela no olho e tendo certeza de que iria repetir, pulei da cama e corri pra escola. Na verdade peguei um ônibus. Chegando lá me deparo com o professor indo embora da sala. Corri até ele e pedi:
“Por favor professor, deixa eu fazer essa prova!!!”. Ele deu risada e respondeu:
“Responsabilidade, menino!”.
Tive que agir e usar minha habilidade de cativar… E inventei a história mais doida:
“Professor!!! Peguei um ônibus e dormi sem querer, quando vi ele já estava em Osasco, na última parada, tive que descer e me assaltaram na saída da estação! Levaram minha carteira e meu celular, não pude avisar a escola. Por sorte, uma senhora me emprestou R$ 3 para eu voltar pra casa, mas como essa prova era tudo pra mim, gastei os três reais para vir aqui fazê-la.”
Esvaziei os bolsos que não tinham nada (carteira e celular estavam na mochila! Hehehe) e o professor, por incrível que pareça, acreditou em tudo e ainda ficou assustado falando: “Nossa, não se pode mais andar nessa cidade”.
Um beijo, Christian Figueiredo.
Texto publicado na todateen 233, março/2015.
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