A pílula anticoncepcional é um dos medicamentos mais conhecidos e usados no mundo todo. Porém, apesar de ser comum, nos últimos tempos, o seu consumo tem diminuído – principalmente entre as millennials (mulheres e meninas nascidas entre 1980 e 2000). Essa geração é conhecida por ser revolucionária e tem mudado a história do anticoncepcional. Mas por que as mulheres estão deixando de tomar anticoncepcional? Entenda!
A pílula no Brasil e no mundo
A pílula anticoncepcional surgiu por volta da década de 60 e representou uma verdadeira revolução, afinal, ela trouxe a liberdade para as mulheres. Um passo grande para o empoderamento feminino, né? Porém, hoje em dia, existem cada vez mais mulheres contra ela. O motivo? São muitos!
Mesmo sendo bem popular, em alguns países, como na Espanha, apenas 17% das mulheres continuam a tomá-la. Já no Reino Unido e na França, o índice é bem maior, chegando a 50%, de acordo com a Sociedade Espanhola de Contracepção. E por causa da geração de mulheres millennials, o uso da pílula tem diminuído cerca de 5% ao ano.
Em nosso Twitter, perguntamos às seguidoras sobre o uso de pílula. De acordo com a votação, 44% não faz o uso dela, ganhando dos 37% que fazem.
Você toma anticoncepcional? Se não toma, conta pra gente o motivo!
— todateen (@todateen) 27 de fevereiro de 2019
Por que as mulheres estão deixando de tomar anticoncepcional?
Efeitos colaterais
“As mulheres, hoje em dia, estão mais preocupadas com a saúde no geral e não apenas em métodos para evitar uma gravidez. É por esse motivo que muitas estão buscando alternativas mais saudáveis que não seja usando método contraceptivo hormonal e uso de pílulas”, explica a ginecologista e sexóloga Erica Mantelli.
Mas como assim “mais preocupadas com a saúde”? É que apesar de prevenir a gravidez e ajudar em algumas doenças, a pílula anticoncepcional tem vários efeitos colaterais – dos mais leves aos mais sérios.
Acesso as informações
Como já dissemos, quando a pílula surgiu, ela foi vista como algo revolucionário para a vida das mulheres. Porém, conforme o tempo foi passando e as informações foram surgindo, muitas passaram a encará-la como algo de risco.
“Durante muitos anos, a indústria farmacêutica vendeu a ideia de que que anticoncepcional era realmente uma maravilha, que seria bom para a saúde da mulher, além de evitar uma gravidez indesejada também poderia ser usado sem nenhum problema. Porém, essa não é a verdade. A verdade é que acompanhando as pacientes, nós sabemos os grandes riscos do uso do anticoncepcional. Entre eles, estão: doenças cardiovasculares, risco de trombose e risco de acidente vascular cerebral”, explica a especialista.
Feminismo
Já pode deixar aqui o seu “amém” para o feminismo, miga. O motivo? Ele nos ajudou – e muito! – a entender melhor nosso corpo, nossos direitos e a conscientizar sobre nossas escolhas. Mas também vai além disso: um anticoncepcional masculino estava sendo desenvolvido, mas foi suspenso por possuir efeitos secundários negativos. Mas pasmem: os efeitos são praticamente os mesmos que nós, mulheres, passamos todos os meses ao tomar a pílula. Machismo que chama, né?
Não é vegana
Não é apenas sobre o nosso corpo que estamos criando consciência. As causas animais têm ganhado cada vez mais força (ainda bem!), principalmente o veganismo (pessoas que retiram do seu cotidiano tudo que é relacionado ao sofrimento animal). E esse movimento também se voltou contra o uso da pílula, já que, para sua fabricação, eles utilizam animais para testes.
Tem outras opções!
Ainda bem, né? E não estamos falando apenas da camisinha! “Todo método anticonceptivo deve ser discutido com o médico para, de acordo com o estilo de vida e os hábitos de cada uma, bem como seus antecedentes pessoais, eles possam chegar qual é a melhor alternativa”, aconselha a médica. Ou seja, nada de ir copiando o método da amiga, belê?
“Porém, hoje em dia, o método que é bastante utilizado e bem seguro é o uso do dispositivo intrauterino não hormonal, o DIU. Hoje em dia, podemos contar com o DIU de Cobre – com duração de 10 anos, e o DIU de Cobre com Prata – com duração de até 5 anos. Esses dois podem ser inseridos e retirados no momento que a mulher desejar. Ele é um método seguro e o melhor de tudo: não interfere com os hormônios naturais da mulher e não vai interferir na libido (desejo sexual), não engorda, não leva a outras alterações e não aumenta riscos de doenças”, lembra Erica.