“É com profunda tristeza que Sua Majestade a Rainha anuncia a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo“, disse o Palácio de Buckingham em um comunicado na manhã desta sexta-feira (9). O marido da rainha Elizabeth II possuía 99 anos, sendo o mais longevo consorte da história do Reino Unido. “Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor. Novos anúncios serão feitos no devido tempo. A Família Real se une às pessoas ao redor do mundo em luto por sua perda”, finaliza a nota sem mencionar a causa da morte.
Philip deixa quatro filhos, Charles, Anne, Andrew e Edward, além de netos, como Harry e William, bem como diversos bisnetos. Com a morte do Duque de Edimburgo, a linha sucessória fica, respectivamente em: Charles (72); William (38); e George (7).
O príncipe nasceu em 1921, na ilha grega de Corfu e precisou se exilar junto com a família, que era ligada à coroa da Dinamarca, quando ainda era um bebê, dentro de uma caixa de frutas, devido a uma insurreição militar. Philip passou pela França e depois foi viver na Inglaterra com a avó materna, a qual era neta da rainha Vitória (1819-1901), fator que o faz um primo distante da esposa, a rainha Elizabeth.
Seu avô, o rei Jorge 1º da Grécia, foi assassinado. O primo, o rei Alexandre, morreu aos 27 anos de infecção após ser mordido por um macaco. A mãe foi diagnosticada com surdez e esquizofrenia. Três, das quatro irmãs, se casaram com aristocratas alemães membros do partido nazista.
O Duque de Edimburgo estudou na Inglaterra e ingressou na Marinha, onde conheceu Elizabeth, que visitava a academia naval britânica em 1939. Lutou na 2ª Guerra Mundial no Mediterrâneo e no Pacífico. Em 1943, salvou a própria vida e a de companheiros ao construir uma falsa embarcação que atraísse a atenção de um ataque aéreo alemão, permitindo que o destróier HMS Wallace, onde estavam os britânicos, escapasse.
O casamento com Elizabeth aconteceu em 1947, quando pela primeira vez uma cerimônia foi televisionada. O consorte se ajoelhou e se declarou vassalo, prometendo apoiar e adorar a rainha. Entretanto, em diversas ocasiões o público soube que a posição de inferioridade ocupada pelo príncipe não lhe agradava. “Não sou nada além de uma maldita ameba. Sou o único homem no país que não pode dar seu nome a seus filhos”, chegou a dizer.
O príncipe foi protagonista de diversos momentos que estão em desacordo com os valores contemporâneos de respeito, pluralidade e diversidade. “Eu sou rude e sem maneiras e digo muitas coisas que depois percebo que devem ter machucado alguém. Aí me encho de remorso e tento consertar”, afirmou certa vez. A relação com o herdeiro do trono, Charles, também foi caracterizada por anos na imprensa como conflituosa. O príncipe acharia que o filho possuía pouca destreza e muita introspecção.