por Brian Camargo
Se você esteve na internet nos últimos meses, com certeza ouviu falar sobre a música drivers license, de Olivia Rodrigo. Após vários recordes quebrados, foi só uma questão de tempo para suas próximas apostas — deja vu e good 4 u – caírem no gosto do público e alcançarem o topo de várias paradas musicais ao redor do mundo.
Agora, Olivia está lançando o seu primeiro álbum de estúdio, Sour com mensagens que retratam, de forma leve, as primeiras experiências da adolescência, em especial as que envolvem paixões e clássicas desilusões.
De primeira, já somos surpreendidos: brutal, música de abertura do disco, tem um início calmo, acompanhado de uma pequena orquestra de violinos, mas logo é interrompida por guitarras e vocais mais agressivos que cantam sobre inseguranças e frustrações. “Estou cansada dos 17, onde está o meu sonho adolescente?” é um dos versos mais emblemáticos da faixa, nos fazendo imaginar que esta será a direção escolhida, tanto nas composições quanto nas produções do restante da obra.
Porém, com um storytelling digno de uma de suas maiores inspirações, Taylor Swift, em traitor, Olivia mostra outra faceta do projeto, contando uma história de traição amorosa ao longo de batidas mais suaves e calmas. A narrativa de relacionamentos segue muito presente no álbum, como em 1 step forward, 3 steps back — faixa que é construída em cima de um sample de New Year’s Day, do álbum Reputation de Swift — e good 4 u, essa última promovendo mais uma mudança radical na sonoridade e arriscando ser a mais comercial de todo o projeto.
Mais cedo neste ano, a cantora revelou, em entrevista para a revista Billboard, que no início de seu processo criativo tentava balancear a sonoridade do álbum colocando músicas mais suaves e apaixonantes entre as mais intensas, mas acabou percebendo que isso não soava sincero com o turbilhão de emoções que sentia na época.
Também existem alguns momentos de escapismo em meio a tantos desabafos intensos, como em jealously, jealously, que retrata os malefícios de se comparar aos outros, principalmente nas redes sociais; e a última faixa, hope ur ok, que aborda um tema delicado: a perda de contato com grandes amigos do ensino fundamental e médio, sendo uma das músicas mais trabalhadas e tocantes da obra.
A produção do álbum é simples e leve, mas mesmo assim bem trabalhada. O produtor executivo do projeto, Dan Nigro, já trabalhou com grandes artistas da geração Z e da cena alternativa, como Conan Gray e Carly Rae Jepsen, e com certeza não decepcionou em suas colaborações com Olivia! Até mesmo as músicas mais intensas combinam com a proposta e mensagem do projeto.
Sour é um ótimo álbum de estreia, alcançando boas posições comerciais sem perder sua identidade artística. Olivia Rodrigo dá um toque diferente para suas histórias e vivências com sua habilidade de compor, acompanhada de boas produções, melodias e vocais. Para uma artista nova, que lançou sua primeira música em janeiro de 2021 e em apenas 4 meses depois já acumulou diversas conquistas, ela com certeza está no caminho certo para se tornar uma grande referência no cenário musical internacional.
