texto por Isabelle Costa (@avalancheliteraria)
ilustrações por Thais Menezes (@thamenezes.s)
Era um pai brincando de bola com os filhos na frente da minha casa e um morro pintado de sol anunciando o fim: de mais uma tarde e desse tempo de fazer só o necessário, porque tudo que excede o mínimo tem cansado a gente demais.
Olhar o céu e ver um jacaré nas nuvens, não precisa. Fingir que sou Gil, e que to no meio de um show, quando toca “aquele abraço” no rádio e ele declara que ‘este samba vai pra Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso” — muito menos.
Não é preciso risada pra cortar o silêncio — já reparou que tudo quieto também faz barulho? Nem olhar os aviões pousando no galeão, perto da pista, e gritar: “OLHA SÓ COMO ELE TÁ BAIXINHO”, como se fosse a primeira vez; como se a gente nunca tivesse visto um avião ou gastado as horas imaginando de onde eles vem e se Nova York parece com o Rio.
Nunca foi perda de tempo: a gente merece muito. A gente merece, principalmente, o que não precisa; o que na hora só acontece, e depois a gente vê que é poesia.
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