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“A Todo Vapor”: Pamela Otero fala sobre sua personagem marcante na série e o estilo steam punk

Pamela Otero
A Todo Vapor: Pamela Otero fala sobre sua personagem marcante na série e o estilo steam punk

Dona de muitos talentos e protagonista da série A Todo Vapor, Pamela Otero bateu um papo especial com a todateen. A atriz, que já participou de trabalhos como Quando Toca o Sino, do Disney Channel,  agora pode ser vista no streaming da Amazon Prime como a heroína Vitória Acauã, uma médium de espírito livre, que se comunica com o vento e as vozes do além.

A personagem e a série são totalmente inspiradas em histórias da literatura brasileira e contam com uma estética altamente influenciada pelo estilo steam punk, o que deixa tudo ainda mais mágico.

Confere só o que a Pamela falou sobre essa série que já é o maior sucesso!

Conte para nós um pouco sobre a série A Todo Vapor?

A série traz personagens inspirados na literatura nacional para uma aventura com toques de magia em um pano de fundo retrofuturista que se passa em 1908. Na trama, Juca Pirama e Capitu são investigadores que tentam desvendar uma série de crimes em uma vila no interior de São Paulo. Além das criações de Gonçalves Dias e Machado de Assis, personagens de José de Alencar, Raul Pompeia, Inglês de Sousa e outros autores clássicos aparecem na série.

Sua personagem Vitória Acauã vem da obra de Inglês de Souza, Contos Amazônicos. Como foi o processo de construção da personagem a partir da narrativa do livro?

Foi uma pesquisa no universo e na compreensão do peso que a personagem carregava, pois precisava entender sobre a maldição do pássaro Acauã! Todo o medo envolvendo o nome desse pássaro cheio de lendas e histórias, que já até foi música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas! Eu peguei todo esse fardo, esse passado do Inglês, do Luiz, das lendas, do sertão, dos índios e dei esse peso no passado dela! Ela carrega isso na história, mas ela escolheu ser heroína e cuidar do todo! Isso é lindo! Todo mundo tem o mau e bom dentro de si, o que nos torna quem somos, são nossas escolhas! Isso faz de Vitória Acauã uma grande personagem, tão importante pra trama da série!

Quais semelhanças você enxerga entre você mesma e sua personagem?

Embora eu seja muito extrovertida, tenho muitos momentos de solitude, quietude e aproveito pra mergulhar em mim e para observar o todo, o entorno! Vitória é assim, observadora e escuta sua intuição, usa a seu favor! Essa é uma ferramenta que todos nós temos acesso! Mas para ouvir a intuição, temos que mergulhar dentro da gente e encontrar nosso silêncio externo pra ouvir os ruídos internos! Ou seja, dá trabalho! Mas é minha busca diária! Gosto muito de lutar pelos meus amigos, e com eles também, focar em soluções e a Vitória também! Não importa o tamanho do problema, que preferimos chamar de desafios, a gente estuda a melhor forma de resolver!
Outra conexão entre nós muito relevante: a natureza. O universo da personagem é transmídia e nas outras histórias da para ver como ela arregaça as mangas para salvar o todo, a natureza, preservar as tradições e construir (ou reconstruir) o amanhã! Acho inclusive que Vitórias são necessárias para este momento em que estamos vivendo de tantas secas e queimadas e muita história por trás está precisando ser desvendada e estancada, inclusive!

Se pudesse escolher um animal para se transformar, em qual animal se transformaria?

Com certeza me transformaria em algum felino! Eles tem o olhar mais aguçado, tem uma mobilidade incrível, são ágeis e espertos! Sabem a hora de agir e a hora de poupar energia! Se divertem, mas também aproveitam um bom descanso! Felinos são muito inteligentes!

Qual sua relação com a literatura brasileira?

Comecei a ler na escola, os clássicos que são inclusive parte da nossa série: Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Gonçalves Dias, Cecília Meireles e logo jovem, já estava no teatro. Comecei a estudar arte antes dos 10 (na verdade comecei dançando aos 5, a dança me apresentou o palco), mas aí, dentro da arte, a gente lê muito para ter referências, para construir os papéis, então lia muitas peças: Nelson, Plínio, Ariano, Martins Pena e por aí vai!

Seu hábito de leitura mudou depois de fazer parte do projeto?

Eu gosto bastante de ler, já fui do tempo de ler romances, hoje leio mais sobre assuntos de despertar da consciência, comunicação e expressão, além das obras que estou estudando como atriz, sempre estou ensaiando algo, lendo textos!

Tem alguma indicação de livros para as leitoras?

Sim! De vários tipos! Algumas delas são:

Mulheres que Correm com Lobos – Clarissa Pinkolas
Outros Jeitos de Usar a Boca – Rupi Kaur
Cecília e Poemas dos Becos de Goiás – Cora Coralina
A Hora da Estrela – Clarice Lispector

A estética Steam Punk não é amplamente divulgada no Brasil, você já tinha conhecimento sobre esse estilo antes de entrar em contato com a série?

Sim! Eu gosto muito da estética e era algo que já observava! Esse lance retrofuturista chama muito atenção, impacta quase que de modo geral! É instigante, hipnótico, até! Tem alguns filmes e séries que nos chamam atenção por essa estética há muito tempo: A Invenção de Hugo Cabret, A Máquina do Tempo, 20 mil léguas submarinas, Liga Extraordinária … então foi uma alegria fazer parte da primeira série com essa estética no Brasil e ainda unir referências da nossa literatura, transformando personagens clássicos em heróis!

Você adotou alguma das peculiaridades do estilo Steam Punk para o seu estilo pessoal?

Na época em que estávamos rodando a série sim, usava muitos acessórios na cor cobre, era apaixonada por engrenagens aparecendo e roupa de tons mais terrosos que uso até hoje!

Cite 3 motivos para as leitoras não deixarem de assistir à série e acompanhar sua personagem Vitória Acauã no streaming!

1) É muito importante a gente incentivar e apoiar as obras nacionais, ainda mais as independentes, como é o caso de A Todo Vapor. O sucesso da primeira temporada pode abrir os olhos de apoiadores e patrocinadores para uma segunda, imagina que demais fazer uma obra steam punk brasileira com a verba ideal pra isso? Seria um sonho perfeito!

2) Mulheres fortes de origem de obras nacionais, Vitória é personagem de Contos Amazônicos de Inglês de Souza! Além dela temos as mulheres: Capitu Machado, Aurélia Camargo… Mulheres no comando, resolvendo, decidindo, fazendo o que deve ser feito!

3) Vitória faz parte dos heróis da série, promete desafios, resoluções, intrigas e também romance! Essa guerreira é das boas!

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