Em julho, aconteceu virtualmente a FLIPOP, um conhecido festival de literatura pop, com foco em jovens leitores que promove novas histórias. A todateen conversou com a Nathalia Dimambro, da Editora Seguinte – responsável pela criação do projeto – para conversar sobre as novas temáticas abordadas nos livros. Atualmente, os escritores nacionais têm ganhado muito espaço e quisemos saber como a editora enxerga isso e dá espaço a essas novas vozes brasileiras.
“Por muito tempo a literatura jovem foi dominada por best-sellers estrangeiros, a maioria de autores americanos. “Nos últimos anos, vimos ganhar destaque uma nova geração de jovens autores brasileiros que escrevem para esse público, com nomes como Iris Figueiredo, Vitor Martins, Luly Trigo, Lucas Rocha, Clara Alves, Elayne Baeta, entre vários outros”, comenta Nathalia.
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cada vez mais próximos
Dimambro também ressaltou a nova aproximação entre leitor/autor, facilitada pela ascensão das redes sociais.
“São autores que buscam um contato muito próximo com os leitores, seja pelas redes sociais ou em eventos. E a publicação dessas histórias tem ajudado a diversificar o mercado literário brasileiro e a entregar aos jovens histórias com que eles podem se identificar mais diretamente, que se passam em cidades que eles conhecem, com personagens cujas questões e dilemas são similares aos que eles próprios enfrentam“.
pluralidade
Outra coisa que tem chamado atenção é a pluralidade de assuntos que estão sendo abordadas. Nathalia explicou a importância disso na vida dos jovens.
“É muito violento você crescer e amadurecer sem se ver representado na literatura, no cinema e na arte em geral, então é essencial lutar para que não haja esse apagamento. Se o mundo é diverso, a literatura também deve ser, com personagens de variadas classes sociais, cores de pele, identidades de gênero, orientações sexuais e assim por diante”.
A editora ressaltou que não é um movimento recente, mas que tem ganhado destaque na mídia e outras esferas da sociedade.
“Historicamente, a literatura jovem sempre foi corajosa para tratar temas considerados tabu, como sexualidade, racismo, saúde mental, entre muitos outros. Não é um movimento recente, mas quando ganham destaque na mídia e em outras esferas da sociedade, temáticas como o feminismo e o antirracismo acabam aparecendo mais na literatura também. A diversidade é uma preocupação constante da Seguinte. Por exemplo, publicamos ‘Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo’, de Benjamin Alire Sáenz, que se tornou referência entre a literatura jovem LGBTQIA+, há mais de seis anos. E queremos continuar tornando nosso catálogo cada vez mais diverso e representativo”.
dicas, dicas, dicas!
E, para terminar nosso papo, perguntamos quais livros Nathalia recomenda para nos distrairmos durante esse período de isolamento. Seguindo a pegada de autores nacionais, ela respondeu:
“Acredito que, no momento que estamos vivendo, permeado por fake news e discursos de ódio, livros de não ficção que tragam informações de qualidade e que defendam os direitos humanos são essenciais para o público jovem. O livro ‘Valentes: Histórias de pessoas refugiadas no Brasil’, de Aryane Cararo e Duda Portode Souza, que vamos lançar em breve, se encaixa nessa linha. Mas também é importante que a gente possa encontrar refúgio nos livros, que eles nos tragam conforto e companhia para atravessar esse momento difícil. Por isso, recomendo livros que aquecem o coração, como ‘Conectadas’, da Clara Alves, além de livros com bastante humor, e ‘Cinco Júlias’, do Matheus Souza.”
No canal da editora tem diversos vídeos dos autores nacionais e internacionais batendo um papo, mas a gente deixa aqui um resumão do que foi a FLIPOP!