No Plantão BBB desta terça-feira (6), Ana Clara convidou o ex-brother e ator Babu Santana para comentar alguns dos acontecimentos mais recentes do BBB21. Durante o programa, ele falou sobre o episódio de racismo envolvendo João Luiz e Rodolffo, que foi escancarado durante o último Jogo da Discórdia no reality show.
A apresentadora começou questionando como Babu se comportaria em uma situação como a vivida pelo brother e ele foi direto: “Eu acho que eu seria expulso da casa. Porque, diferente do João, eu não ia deixar passar batido quando aconteceu. Eu lembro que eu cheguei até a ficar incomodado com o jeito do João, mas eu entendi a postura inicial dele […]~Quando ele vai pra dispensa e fala com a Camilla, eu falei ‘pô, não é possível que essa fala não iria agredir’.”
“Você vai acompanhando toda a indignação dele e acontece esse fato, e o cara se justifica de uma forma como se fosse um recém nascido, que ele não sabia disso, não sabia que isso existia. Ele é detonado e depois de ser detonado, quando as pessoas vão falar com ele um a um, ele ainda insiste rogar pela afro descendência dele. Ele insiste em falar um monte de asneira e besteira. A maior prova de que isso é um absurdo e de que isso é uma realidade que o João vive, pessoas aqui fora, que viram tudo, ainda apoiam um discurso desse, dessa pseudo inocência. Só que em 2021, não tem desculpa não velho. 2021 não é mimimi não cara. Isso não é piada. Isso não é mais aceitável. O cabelo dele não parece com aquela peruca e não tem que ter comparação com nada. E o que mais me assusta é um ser humano não enxergar o que ele tava fazendo e continuar propagando aquele show de asneira que ele falava.”
Ana Clara ainda perguntou porque Rodolffo teria tido uma resistência tão grande em pedir desculpas e Babu trouxe um ponto muito importante para a discussão: o racismo estrutural. “Desde que eu saí do Big Brother eu venho respondendo uma coisa, um tema: racismo estrutural. Tá todo ele colocado na tela da TV, na tela dos streamings pra senhora ver um bom exemplo de racismo estrutural. É o cara nem enxergar que ele tá sendo racista”, continua.
“Uma coisa que eu falava muito na nossa edição é que o nosso cabelo foi muito ligado à sujeira, falta de cuidado, não ser bonito. Eu lembro quando eu era criança, de 15 em 15 dias, eu ia no cabeleireiro para cortar meu cabelo, porque meu cabelo não podia ficar grande. Porque ele grande era feio. Eu passei a vida inteira vendo minha irmã colocando pano na cabeça porque as pessoas falavam que o cabelo dela era feio. Eu casei com uma mulher branca e minha filha tem um cabelo encaracolado, black também, e minha filha era chamada de árvore. Essa brincadeirinha que o Rodolffo fazia, ele deve reproduzir isso desde a escola.”
“Só que ele já tá com mais de 30 anos, ele não tem mais que ficar reproduzindo uma brincadeirinha de escola que já estava errada. É o que o João falou, pro Rodolffo era uma brincadeira. O João sente isso na vida inteira e quem tem o cabelo igual ao do João sabe o que ele tá falando. […] Essa dor do João, foi minha dor um dia. Hoje também eu não me deixo abater, porque hoje é força pra dizer pra um cara desse que não vou aceitar esse negócio, que é um jogo sujo. Se ele não quer enxergar isso, que ele fez uma asneira, pagou um mico em rede nacional, é problema dele. […] O que ele acha de mimimi, hoje em dia eu tenho como coragem. A gente não vai mais aceitar isso, isso é inaceitável.”