Brooklyn Nine-Nine foi renovada para uma oitava temporada no fim de 2019 e a equipe de roteiristas do seriado, liderada pelo showrunner Dan Goor, já havia começado a escrever alguns dos novos episódios. Contudo, de acordo com Terry Crews, os protestos antiracistas e contra a violência policial resultaram na decisão da equipe de reiniciar os trabalhos.
“Nós tivemos muitas conversas sóbrias e profundas e espero que a gente faça algo que realmente chacoalhe as estruturas neste ano. Temos a oportunidade e planejamos usar da melhor maneira possível. Nós tínhamos quatro episódios prontos para filmar, e eles simplesmente jogaram tudo no lixo. Nós começamos de novo. Agora não sabemos em que direção irá”, afirmou o ator em entrevista ao Access Daily.
Terry também compartilhou situações em que foi vítima de racismo. “Vocês me viram em filmes, mas, antes disso, eu sempre era tido como uma ameaça. Eu ia para o shopping e outros lugares e armas eram apontadas para a minha cabeça pela polícia de Los Angeles. Isso antes de eu ser famoso. Isso é algo que todo homem negro já passou e é difícil para as outras pessoas entenderem”, disse.
“O que está acontecendo é um movimento Me Too [movimento feminista que começou em 2017] da América negra. Sempre soubemos o que estava acontecendo, mas agora os brancos estão começando a entender. O vídeo de Floyd abriu a cabeça do mundo, porque agora você experimentou aquilo e você passou pelo trauma que a América negra tem passado”, completou.
Crews também lamentou que seus jovens filhos ainda possam sofrer pelo racismo e a violência policial. “Quando se é negro, eles não te tratam como um jovem de 14 anos. Eles se assustam, é aquela coisa de ver um carro de polícia e o coração acelerar”, pontuou.
Vale lembrar que Brooklyn Nine-Nine sempre aborda assuntos mais sérios dentro da sitcom. Em 2017, na quarta temporada, o episódio “Moo Moo” tratou de problemas raciais e violência policial. Já no sexto ano da produção, o episódio “He Said, She Said” abordou abuso sexual no ambiente de trabalho.