Pense numa maçã bem linda, vermelhinha, suculenta. Mas, dentro dela, mora um bichinho que, devagar, vai se alimentando da fruta, até que ela apodreça pouco a pouco e morra. Pois é mais ou menos isso que o ciúme exagerado provoca num namoro: tudo começa lindo, mas vai se estragando até não dar mais certo. Então, se você às vezes sente o rosto queimar de ciúme e não pensa duas vezes em soltar toda essa raiva e possessividade, é hora de tentar matar esse bichinho. E sem envenenar a maçã!
Até que ponto o ciúme é normal?
Segundo a psicóloga Silvana Martani, sentir ciúme do quem se ama é normal, mas pode se tornar doentio e muito prejudicial: “esse limite tem a ver com a vivência do ciúme. Se o sentimento limita quem sente ou a pessoa que é vítima, fazendo sofrer e agredindo, com certeza é uma doença”, diz.
Ou seja, é diferente sentir ciúme de alguém e fazer uma ceninha, de armar o maior barraco ou chantagear quem a gente acha que ama. Tanto é que, nos casos em que o ciúme dá uma temperadinha no lance, ele pode até deixar o relacionamento mais gostoso, pois mostra interesse. O que não pode é se tornar frequente, crescer e virar um transtorno em qualquer tipo de relacionamento (até nas amizades).
E de onde ele vem?
Quem pensa que a origem do ciúme está na outra pessoa, que provoca a ciumeira, se esquece de que a raiz desse sentimento está mais em quem sente do que no outro. “Um ciúme doentio é sinal de falta de confiança em si e na outra pessoa e baixa auto-estima”, alerta a psicóloga. Por isso, se você vive sofrendo com esse tipo de situação, tente tratar o problema. Acredite: vai ser muito melhor pra você e também para quem ama.
Xô, ciúme!
Quem é muito ciumenta precisa aprender a encarar as situações, a mudar a maneira de pensar, de se enxergar e de encarar o relacionamento. “O interessante seria a gente aprender a gostar da gente antes de gostar dos outros, mas como as coisas não seguem esta ordem, quem sofre de ciúme normalmente precisa de ajuda, que pode vir de um psicólogo”, lembra Silvana. Conversar e reconhecer o ciúme também ajuda, mas em casos extremos, é importante, sim, procurar um “help” na terapia, ok?
Consultoria: Silvana Martani, psicóloga e autora de “Uma Viagem pela Puberdade e Adolescência”
You must be logged in to post a comment Login