A peça “Miguel, O Invisível” está em cartaz no Rio de Janeiro e conta o drama vivido por um garoto (Miguel), que não é percebido em sua escola. O texto é baseado no livro homônimo de Tati Ingrid Adão e aborda temas como bullying e diversidade sociocultural. Ficou curiosa? Confira essa entrevista com o elenco!
Tt: Alguém já passou por uma situação parecida com a de Miguel, de se sentir invisível? Se sim, como superou isso?
Miguel Arraes: Quem tem amigos de verdade nunca fica invisível. Nos momentos tristes da minha vida, sempre tive o apoio da família e dos amigos. Cultivar amizades é garantir que sempre vai haver alguém olhando por você.
Karize Brum: Já presenciei essa situação! Muitas vezes, os adolescentes se sentem invisíveis porque acham que precisam se encaixar em algum grupo. Uma forma de superar isso é ser quem você realmente é!
Tt: O bullying é um problema que está presente principalmente na escola. Vocês já presenciaram isso? Como foi?
Miguel Arraes: A escola onde estudo tem uma forte cultura anti-bullying. Situações muito raras chamam atenção, mas sempre acabam em reparações pacíficas. Eu sempre digo que no meu colégio as pessoas não riem DAS outras, e sim COM as outras.
Karize Brum: Sim! Já presenciei! Como vemos na peça, as pessoas sofrem por gostarem de coisas diferentes, terem biotipos diferentes ou simplesmente por gostarem muito de estudar.
+Entenda alguns termos relacionados a vários tipos de bullying
Tt: Na opinião de vocês, qual a melhor forma de combater esse tipo de agressão?
Miguel Arraes: Apesar de existirem colégios onde a prática do bullying é rara, esse ainda é um problema muito frequente. Existem três passos pra evitar essa prática: a conscientização em casa, que parte da educação familiar; o debate na escola, envolvendo o corpo discente e o docente; e, aquele pelo qual a peça “Miguel, o Invisível” exerce responsabilidade, a referência cultural, que mostra através de manifestações artísticas as consequências negativas do bullying com intuito de reeducar os jovens.
Karize Brum: A melhor forma de combater, na minha opinião, é tendo uma base, um apoio vindo de familiares, amigos com quem você possa dividir e estimular a autoestima da pessoa. Além disso, ter uma escola que respeite as diferenças é altamente importante para a educação.
Tt: Agora vamos falar um pouco sobre a peça… Quais os três principais motivos para ir ao teatro assistir?
Miguel Arraes: Simples: em primeiro lugar, a peça trata de dilemas atuais que atormentam a vida dos adolescentes e oferece formas de facilitar a relação dos jovens com seus problemas. Em segundo, a peça apresenta estereótipos de adolescentes, ou seja, os zoados, os nerds, os populares, etc, e, surpreendentemente, os desconstrói, mostrando como é impossível rotular as pessoas, já que elas apresentam milhares de diferentes características. Em terceiro, o elenco da peça, modéstia parte, é de altíssimo nível (risos). Isso permite que os personagens tomem vida e, assim, facilitem a reflexão sobre a história.
Karize Brum: Pelo conteúdo abordado na peça, que reflete a situação vivida por muitos adolescentes. É uma peça pra toda a família, porque o conteúdo, apesar de denso, é discutido de forma leve e com uma pegada de comédia. A oportunidade de prestigiar um grupo de jovens atores experientes que estão unidos no projeto diferente (livro, peça, série…) .
Tt: Qual a mensagem mais importante dela?
Miguel Arraes: A peça promove uma reflexão muito interessante acerca do papel de cada aluno sociedade que é a escola. É necessário rotular e encaixar em um personagem cada aluno para que o colégio funcione? Ou é possível viver em um colégio onde todos podem ser valorizados pelos seus respectivos talentos e características?
Karize Brum: Mostrar que essa segmentação em grupos na escola é uma coisa irrelevante, porque todos podem ser amigos, interagir com as diferenças.
Tt: Contem um pouco sobre os seus personagens!
Miguel Arraes: O Miguel é um garoto muito emotivo, que se apaixona profundamente por uma das meninas mais populares da escola. Mas tem um detalhe… Ele é invisível. Ou seja, a maior parte da escola nem sabe quem ele é. Durante a história, ele vai tentar conquistar o coração da menina, sempre com seu jeito um pouco atrapalhado. Durante essa empreitada, ele vai, aos poucos, mudando a forma como todos o veem. E mais, vai mudando a forma como ele vê os outros.
Karize Brum: A Mel é a líder do grupo dos populares, ela que cria as regras na escola e é o tipo de garota impossível! Mas durante a peça vemos que a Mel não é a vilã que todos pensam…
Ficou curiosa? Confira as datas e o local da peça:
Temporada: 4 a 26 de março
Sextas (às 19h) e Sábados (às 18h)
Valor: R$ 30 (Inteira) e R$ 15,00 (Meia)
Local: Centro Municipal da Cultura e de Cidadania Calouste Gulbenkian – Teatro Gonzaguinha (Rua Benedito Hipólito, 125 – Centro – RJ)
Classificação: Livre
Texto e entrevista: Bruna Ferreira
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