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Entrevista com Caio Castro, o Grego de “I Love Paraisópolis”

O ator falou sobre seu personagem na novela da Globo e a experiência de viver um papel bem diferente do mocinho

Entrevista com Caio Castro, o Grego de I Love Paraisópolis
Foto: TV Globo / João Cotta

Caio Castro é um príncipe! Nossa equipe foi convidada para conhecer em primeira mão a cidade cenográfica da novela ‘I Love Paraisópolis’, que reproduz com fidelidade a comunidade de ‘Paraisópolis’, localizada na Zona Sul de São Paulo. Ao lado da atriz Caroline Abras, que interpreta a durona Ximena, o ator cumprimentou a nossa equipe com um sorriso maroto no rosto e nos conduziu até uma parte do cenário.

O nosso papo foi no famoso Bar do Totonho, ponto de encontro dos personagens da trama de Alcides Nogueira e Mario Teixeira. Sem cerimônia, Caio puxou uma cadeira do bar para nossa equipe se acomodar e sentou em uma mesa do boteco para falar um pouco do Grego, o malandro mais fofo de ‘I Love Paraisópolis’.

Entrevista com Caio Castro, o Grego de I Love Paraisópolis

Foto: TV Globo / João Cotta

Sem dúvida nenhuma, Caio está em casa. Conversa com os figurantes, cumprimenta a equipe e fala de igual para igual. Parece que a palavra celebridade não existe em seu vocabulário. Ele é gente da gente. Em uma conversa intimista, o rapaz falou um pouco de sua carreira e declarou estar surpreso com a repercussão de seu personagem, Grego.

Uma cidade cenográfica de cerca de dez mil metros quadrados inspirada no local foi criada no Projac para abrigar cenários como a padaria de Fradique (José Rubens Chachá), a escola de ballet de Isolda (Françoise Forton), entre outros cenários marcantes. Muitos deles foram construídos em parte interna e externa, para dar mais veracidade às gravações, mostrando a movimentação típica de Paraisópolis. Foram três meses de construção envolvendo cerca de 120 profissionais. Para o cenário do desmanche de carros foram usados mil pneus, 200 lanternas, 100 alto-falantes e 50 barris enferrujados. Quem assina a cenografia da novela são Mario Monteiro, Maurício Rohlfs e Marcelo Carneiro e quem assina a produção de arte é Moa Batsow.

Confira a nossa conversa com o gato:

Gostaríamos de saber um pouco de você sobre essa repercussão positiva em torno de ‘I Love Paraisópolis’.

“Antes de mais nada, gostaria de agradecer a presença de vocês aqui, na nossa cidade cenográfica. Hoje, vocês estão conhecendo um pouco  do nosso dia a dia e da nossa rotina de trabalho. Estou me sentindo muito bem e muito feliz com essa repercussão. Não poderia ser diferente de estar em um projeto de sucesso e de repercussão boa. Ainda não tem muito o que dizer, não chegamos nem na metade do processo e ainda tem muito trabalho a ser feito. Ainda não é a hora de pensar como a gente se sente e de fazer por onde melhorar cada vez mais. Mas, é obvio que estamos muito felizes de ter sido da forma que foi e está sendo. Eu fico bastante feliz com a repercussão da novela”.

E a resposta do público nas ruas e nas redes sociais?

“Eu quase não estou saindo por causa das gravações da trama. A rotina está intensa. Eu estou praticamente cinco dias na semana gravando aqui. Tenho pouco contato com as pessoas de fora. Mas, pela internet dá para ter uma ideia de que as pessoas estão gostando bastante da novela. Acho que o sucesso de ‘I Love Paraisópolis’ é por causa de seu tema que é bastante peculiar. Não é todo dia que as pessoas têm contato com a rotina de uma comunidade. Só quem vive ali e frequenta sabe como é. Mas, a novela está proporcionando isso ao público. E eles estão curtindo bastante!”.]

Entrevista com Caio Castro, o Grego de I Love Paraisópolis

Foto: TV Globo / João Cotta

Como você montou esse personagem que conquistou o público de uma forma geral? Você acabou saindo de sua zona de conforto, né?

“É engraçado né, zona de conforto? Isso não existe em um trabalho televisionado para milhares de pessoas. Zona de conforto acho que ninguém fica muito. E, por incrível que pareça, fazer mocinho é uma coisa muito difícil. É um difícil quase pra chato, sabe? É bem complicado. Não é fácil. Eu acho muito difícil. O mocinho é quase que engessado. Já existe uma fórmula estabelecida do mocinho e da mocinha e são papéis muito perigosos. Se não for conduzido bem, esses personagens podem cair em uma coisa tosca e ser rejeitado pelo público. E, o Maurício (Destri) e a Bruna (Marquezine) estão quebrando isso. Eles estão fazendo uma coisa mais interessante do que é esperado de um mocinho e de uma mocinha”.

Como surgiu o Grego?

“Para criar o Grego eu fiz um grande trabalho de observação. O laboratório que eu optei foi visitar as comunidades, mas eu não fui a Paraisópolis, porque o ambiente ali já estava um pouco acostumado com a nossa equipe. Eles estavam sendo anfitriões com a equipe da novela e eu não queria isso. Eu queria ser mais um ali. Eu queria ver como funcionava o dia a dia. Eu procurei amigos meus que moram nas comunidades de São Paulo, que a gente chama de ‘quebrada’ e de ‘favela’. Então fui para a favela com meus amigos e vivi um pouco da vida daquelas pessoas, fiquei observando o dia a dia daqueles moradores. Acabei achando algumas inspirações e criei o Grego. Filtrei muita coisa. O que era bom eu absorvi e o que era não era, eu apaguei. Entretanto, costumo dizer que a cada dia é uma coisa nova que aparece e é uma reciclagem. Eu estou sempre conectado com meus amigos de lá e eles sempre me mandam frases novas e gírias novas. Então, é um trabalho continuo de muita tensão. E a troca é essencial com o meu elenco. Como eu falei anteriormente, não estamos nem na metade da novela”.

+Veja também: Maurício Destri fala sobre o Benjamin de “I Love Paraisópolis”

A cidade cenográfica é espetacular. Como é para você interpretar nesse ambiente ‘quase’ real?

“Eu não saio daqui. O Grego não grava em estúdio. Eu acho muito gozado que quando alguém vem gravar aqui olham para mim e falam: ‘opa, estamos entrando no ambiente do Grego’. Sabe, é a nossa cidade! A equipe técnica reproduziu a cidade de Paraisópolis com muita realidade. Essa cidade é uma das maiores que a emissora já produziu. Esse ambiente ajuda muito na composição das cenas e faz com que o personagem se torne real. A cidade também é um personagem à parte. Isso aqui é um evento. Eu acompanhei com a direção a construção daqui e fico impressionado com o que eles fizeram. Fizeram um milagre, pois não era nada. Ficou bom, né? (risos)”.

Entrevista com Caio Castro, o Grego de I Love Paraisópolis

Foto: TV Globo / João Cotta

No início da trama, você ficou com medo do personagem cair no caricato?

“Acho bastante pertinente a sua pergunta. Antes de ler o roteiro fui me informar a respeito do personagem. O vilão também, assim como os mocinhos, é muito fácil de cair no caricato. Ainda mais o vilão que é mal. Eu assisti bastante coisa, mas não quis me inspirar em nenhuma. Eu vi tudo para não fazer igual, sabe? Distanciei-me ao máximo de tudo. Preocupei-me bastante de não cair no caricato”.

Você acha que o Grego é um mau caráter?

“Eu acho que ele é um coitado. Nada justifica nada. Não acredito que exista algo errado. Mas, a referência dele não é a referência de ninguém daqui (apontando para o repórter). Eu duvido muito que seja igual. Às vezes eu leio o texto e fico até com o coração apertado. Tenho vontade de chorar. Ele é um ser muito frágil”.

+Veja também: Bruna Marquezine fala sobre papel de protagonista em I Love Paraisópolis

Você imaginava esse sucesso do Grego com o público infantil?

“Pois é! Eu nunca imaginei. Eu passo na rua e vem a criança gritando: ‘Grego, Grego, Grego!’ e agarram igual ao um carrapato na minha perna. Elas são apaixonadíssimas por ele. Elas olham para mim e falam: ‘Na moral!’. Eu imaginava tudo, menos que os pequenininhos fossem amar esse personagem. Aí que a gente fica feliz, afinal, criança não mente, né? Eles gostam de verdade. É um amor muito puro. Eu dou muito atenção. Pergunto o nome e eles falam: ‘Eu sou o Greguinho!’. É muito gostoso”.

O que acha dessa torcida que fazem dos casais Mari x Grego e Mari x Benjamin?

“Eu já ouvi de tudo! Grego e Mari, Grego e Ximena, Mari e Gabo, Ximena e Benjamin. Já ouvi muita coisa em relação aos casais e futuros pares. O público interage mesmo!”

Entrevista com Caio Castro, o Grego de I Love Paraisópolis

Foto: TV Globo / João Cotta

Você acredita no final feliz do Grego? Na redenção dele?

“As novelas estão cheias de finais felizes. Poderia ser um final diferente. Eu acho que o Grego deveria morrer. Não sei. Eu não acredito nessa concepção de mudar. Na real, ninguém muda. Ninguém muda por ninguém e ninguém faz ninguém mudar. É obvio que a Mari é o grande amor da vida dele. Ela pode ser a grande ferramenta da tal mudança dele,  mas, acredito que ele não vai mudar por ela. Ele precisa se entender e mudar por conta própria. Não existe mudança pelo outro. Só temporária. É  minha opinião”.

Com esse ritmo frenético de gravações, como está sendo a sua rotina de treinos?

“Eu tenho conseguido ir para a pelada semanal (risos). Além de treinar bastante, já que na trama ele treina boxe e o shape precisa ser parecido com o de pugilista”.

O Grego vai se envolver com a Soraya (Letícia Spiller) nos próximos capítulos. Como está sendo essa mudança?

“Eu ainda nem li. Eu leio de três em três capítulos para não me perder. Ainda não gravei com ela. Acho esse envolvimento deles bem interessante”.

Deixe um recado para as leitoras da todateen?

“Um beijo a todas as leitoras da todateen e a todos que acompanham o meu trabalho. Não deixem de assistir ‘I Love Paraisópolis’. É sempre um prazer falar com vocês. Beijo!”.

Entrevista: André Romano

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