CPM 22
A gente passou uma tarde ao lado de dois representantes do CPM 22, o batera Japinha e o vocalista Badauí. Nesta entrevista, eles falam sobre influências musicais, o último CD da banda, Cidade Cinza, e até revelam que curtem ouvir tipos de som bem diferentes daquele que é a cara do CPM.
tt: Você tem bastante CD de música em casa?
Badauí: “Tenho uns 800. É bastante, né? Eu gosto de ter CD e comprar o disco, mas não compro como antes. Antigamente, eu ia numa loja e comprava dez ou 15 numa só vez.”
tt: Tem algum disco que marcou a sua vida de alguma forma?
Badauí: “Tem um disco do NOFX, que é o Punk In Drublic. Eu não conhecia nada de hardcore. Nessa época, esse disco marcou minha vida porque foi a primeira banda que eu vi misturar reggae com hardcore, depois do Bad Brains, que é uma banda bem mais velha. Foi ali que decidi que queria ter uma banda.”
Japinha: “A primeira banda que me fez gostar de rock e querer tocar foi o Kiss. Eu lembro que a primeira coisa que fiz na minha vida com relação à música foi ter uma coleção de discos do Kiss.”
tt: Todo mundo, no fundo, gosta ou já gostou de algum artista considerado brega por muita gente. E vocês? Gostam de alguém assim?
Badauí: “Quando eu era criança, gostava da Symony! Depois eu estudei com ela, fiquei amigo…”
Japinha: “Fala a verdade, você queria namorar ela!”
Badauí: “Não, é sério. Fiquei até com uma prima dela uma vez, na escola, quando era pivete. Quando criança, eu gostava dela. E estudamos juntos na sétima série. Ficamos amigos, mas depois eu nunca mais a vi. Vejo só na tevê. E ela também deve me ver na tevê. Mas, hoje em dia, o que não é brega de jeito nenhum, mas que ninguém imagina que eu escuto, é Bezerra da Silva, Cartola…”
Japinha: “Gosto do Roupa Nova. No show você vê: eles têm vários hits incríveis. E, se você analisar, eles têm músicas com uma influência de hard rock muito forte.”
tt: Já que estamos falando de CD, por que vocês escolheram São Paulo como tema do último álbum de vocês?
Japinha: “Na verdade, a primeira idéia surgiu no meio do caminho da composição do disco. O que fez a gente seguir para esse rumo foi o fato de o Wally aparecer com uma música que tinha referência a São Paulo, que se chama Cidade Cinza. A gente tinha umas seis músicas prontas. Resolvemos usar esse tema para influenciar as outras canções.”
tt: O comentário geral quando o CD saiu foi que estava mais parecido com o som que a banda fazia no começo, foi essa a intenção de vocês?
Japinha: “Num momento ou outro, sim. Acredito que aconteceu porque a gente resgatou uma música antiga, de 98, que tinha aquela essência. E aí como havia outras músicas que lembravam essa época, fez o pessoal comentar. Mas acho que não tem muito ver não.”
Entrevista: Lilian Rambaldi
Edição: Liliane de Lucena
Foto:Caio Melo/Colaborador
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