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Entrevista: Paula e Isa, do Garotas Geeks, falam sobre cyberbullying

Confira a entrevista exclusiva que a tt fez com o pessoal do Garotas Geeks

Campanha Antibullying
Campanha Antibullying Foto: Divulgação

Vocês conhecem o blog “Garotas Geeks“? Ele é um sucesso: comendando por garotas superantenadas com o mundo da web e que adoram tudo o que tem a ver com tech, games, apps, redes sociais e lançamentos!

Mas, na internet, nem tudo é perfeito: existem também os lados “chatos” da coisa, e o cyberbullying, por exemplo, é um deles. Por isso, chamamos duas dessas meninas geeks incríveis para falar um pouco sobre o assunto.

Confira:

Garotas Geeks

Foto: Reprodução

tt: Garotas, como vocês definiriam o cyberbullying?

Paula: Eu definiria como um bullying numa versão 2.0, a prática do bullying é a mesma, só que pra quem pratica agora, as vantagens são maiores (tipo o anonimato ou a forma como as coisas se expandem mais rapidamente).

Isa: Acho que é uma forma covarde de praticar bullying (não que a prática seja um ato heroico), mas pela internet as pessoas falam o que pensam e bem entendem, então, acho que é uma forma fácil de violentar os outros verbalmente. Além do mais, acho que hoje em dia as pessoas querem ser donas da razão, então, qualquer um que pense diferente é alvo de agressão online.

tt: Alguma de vocês já sofreu com isso na adolescência? Se sim, como foi e que atitude tomaram?

Paula: Eu cheguei a sofrer com isso no último ano do ensino médio, como a minha turma era enorme, sendo que a maioria era muito unida, eles meio que se aproximaram mais ainda pra evitar a mim e aos meus amigos. Foi um ano difícil pra nós, fomos excluídos da maioria das atividades, e eles usavam do facebook pra nos difamar. Como agimos: apenas ignoramos, com o tempo eles foram parando de provocar e no fim do ano ainda rolou pedidos de desculpas, mas… Meus pais ou os dos meus amigos nunca ficaram sabendo de nada.

Isa: Sim, eu tive problemas com uma garota da escola que não gostava de mim, então, ela inventava histórias e espalhava para os outros colegas. A melhor coisa que eu fiz foi bloqueá-la das redes sociais e comunicadores instantâneos que eu usava na época, assim, o problema acabou.

tt: Das comunidades do Orkut às páginas do Face, vocês acham que mudou alguma coisa nos últimos anos? Dá pra dizer que qualquer tipo de preconceito está cada vez mais explícito?

Paula: As pessoas agora preferem o facebook pra tudo, inclusive pra praticar o cyberbullying, porque através dele, tudo ganha um sentido mais amplo. Acho que foi isso o que mudou, antigamente pelo orkut apenas as pessoas das comunidades ficavam por dentro do que acontecia ali, hoje você não precisa curtir uma página pra saber que ela tá difamando alguém (apesar de que se você denunciá-la, a rapidez pra tirá-la do ar é muito maior).

Isa: Na minha cabeça sim, porque todo mundo vê o que é publicado no mural dos outros. As pessoas perderam um pouco o senso de privacidade, e com isso, acabam colocando à mostra fatos que não deveriam estar. As publicações no mural do facebook são a prova disso.

tt: Já rolou de vocês postarem alguma coisa no site e, nos comentários, ter repercutido de maneira negativa e gerado algum tipo de problema relacionado ao cyberbullying? Ou também já aconteceu de vocês terem tomado partido de alguma situação (como Garotas Geeks) pra defender alguém que estivesse sofrendo cyberbullying?

Paula: Foi o que aconteceu comigo no último ano do ensino médio. A minha turma era muito ruim pra estudar, e eu sempre fui meio nerdona, gordinha, baixinha, maiores notas (físico perfeito pra sofrer bullying). Em dia de simulado, era aquela correria pra pegar resposta certa (cola) e isso me incomodava (nunca me concentrava com as pessoas cutucando), foi aí que pus no grupo da turma que era pra todo mundo se tocar: era o último ano, caramba! O vestibular não espera por ninguém… Por alguma razão eu nunca fiz amigos naquela sala, além dos que eu já tinha de outros anos… Apesar disso, isso nunca me incomodou. Continuei estudando, e por mais estranho que pareça, fui a única (de uma turma de 80 alunos) que entrou pra um curso que queria na universidade.

Isa: Acho que com os meus post nunca aconteceu de começar discussão ou algo assim. Já defendi o meu ponto de vista, porque sempre tem um que virá com a opinião contraria à sua, então, esse tipo de defesa da própria ideia aparece comumente. Mas cyberbullying acho que nunca aconteceu.

Campanha Antibullying

Campanha Antibullying Foto: Divulgação

tt: Pra vocês, o que rola na cabeça dessa galera que pratica o cyberbullying?

Paula: Na cabeça dessas pessoas faltam objetivos, sonhos. Quando você está concentrado em algo que quer muito, não para pra praticar esse tipo de estupidez. O cyberbullying é apenas um reflexo de uma sociedade com pessoas cada vez mais preocupadas com a vida do outros, enquanto a sua corre pelos olhos sem uma única meta em mente.

Isa: Parece que as pessoas querem fazer a cabeça das outras. Para isso, forçam uma ideia e quem não aceitar é repreendido. Todos são formadores de opinião e estão em busca de “seguidores”.

tt: Não sei se vocês chegaram a ter contato com o caso da Julia Gabriele, que foi atacada nas redes simplesmente por sua “sobrancelha não seguir um padrão imposto pela sociedade”. Quais são as dicas para os adolescentes que sofrem com essa exposição gratuita? Além das ações legais, o que elas podem fazer pra se manterem fortes diante disso tudo?

Paula: Eu fiquei sabendo sim do caso da Julia Gabriele. É triste porque ela ainda era uma criança, e quando se é uma criança, qualquer comentário que os outros fazem sobre sua aparência ou a maneira como você é, fica na nossa cabeça, eu mesma sei muito bem. A dica é sempre conversar muito com os pais e expor o que ta acontecendo, sem medo do que eles vão pensar. Nossos pais movem céus e terras pra nos proteger, e eles sempre sabem como agir nessas situações. No mais, procurar uma delegacia especializada o mais rápido possível, pra evitar que os praticantes não saiam ilesos. Ter uma mente forte também é importante, mas como nem toda criança é assim, cabe aos pais impor limites pra essa exposição, evitando novos ocorridos.

Isa: Eu gosto do básico: bloquear. Quando eu passei por esse tipo de situação, a melhor coisa foi bloquear e seguir em frente, porque eu não vou mudar meu modo de pensar e nem minha vida porque uma pessoa fala pela internet que é contra. Se quem tá sofrendo o cyberbullying não quer bloquear, é mais fácil ignorar, tirar do feed, esse tipo de coisa, que não deixa ter contato.

tt: Além das redes sociais, o cb também é comum em jogos online? Vocês que acompanham esse universo de perto, conseguem dizer se a prática é mais comum entre meninos ou meninas?

Paula: Infelizmente é comum sim, mais ainda entre garotos, principalmente quando você é iniciante. Poucas são as pessoas que param pra te ajudar, e comecinho de jogo online é sempre a mesma coisa: você tem que apanhar sozinho (se não tiver algum amigo que jogue também) pra finalmente entender como se joga.

Isa: Eu sinceramente não sei, não jogo online há algum tempo e, quando joguei, nunca vi acontecer esse tipo de coisa.

tt: Existe algum limite nas brincadeiras na internet? O que é permitido ou não?

Paula: Eu acredito que não exista limites, mas quando alguém se incomoda com alguma brincadeira, ela pode recorrer a algumas medidas que a parem, tipo denunciar postagens maldosas no facebook, algumas vezes funcionam.

Isa: Na minha opinião, a brincadeira e apenas ela, é saudável até o momento em que as ofensas começam. Eu tenho muitos amigos que conversam e apenas brincam um com o outro, então, acho saudável demais. Mas quando começa a baixaria e a ofensa, acho que pesa muito e aí já não é mais brincadeira.

tt: O cyberbullying em uma palavra:

Paula: Ignorância.

Isa: Covardia.

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