Lívia Corrêa, ex- The Voice Kids, tem 14 anos e encena a Tati, a aluna adolescente que usa e abusa das gírias na hora de responder às questões do saudoso mestre do humor, Chico Anysio, no musical Escolinhazinha do Professor Raimundo.
“É a minha primeira peça teatral. Uma experiência totalmente nova, mágica e inesquecível para mim e para todos os meus colegas de palco. Nossa expectativa ficou lá em cima! Estávamos muito ansiosos com a estreia. Foi um momento lindo”, comentou a artista.
Com uma rotina semanal puxada de ensaios na capital fluminense, durante os finais de semana, Lívia conta que a vida de artista também envolve sacrifícios.
“Como todo grande sonho, estrear em um musical também tem seus perrengues. Enfrentei mais de oito horas de estrada por semana para encarar o novo desafio. Foi cansativo, mas foi ainda mais prazeroso, e todos ao meu redor me apoiaram muito para fazer esse momento dar certo. Eu e minha mãe estamos super unidas nesse sonho, que virou nosso”, complementou.
“Perrengue” predestinado durante as audições feitas no Rio de Janeiro, meses antes do início dos ensaios. A atriz e diretora Cininha de Paula, responsável pela direção artística do musical, explicou a aposta dos diretores na artista campista.
“Quando eu fiz as audições no Rio, a Lívia apareceu. Eu já conhecia, claro, o potencial vocal dela pela participação no The Voice Kids, mas logo identifiquei um talento para atriz muito bom para desenvolver, através desta imersão na comédia”, revelou.
Cininha reforçou que o espetáculo, que estreou em 15 de julho, é uma forma de homenagear Chico Anysio e contribuir para o humor permanecer vivo. “Chico Anysio já tinha feito um episódio todo interpretado por crianças, quando eu dirigia o programa ainda jovem, anos atrás. Um dos objetivos deste trabalho é descobrir novos comediantes para que o humor não morra. Não podemos deixar que ele se acabe”, pontuou.
“A ideia surgiu exatamente para a comemoração dos 10 anos da morte de Chico Anysio. Como não houve nenhuma grande comemoração por parte de ninguém, eu pensei que a “Escolinha” era um programa que o Chico Anysio tinha um apreço muito grande. Ele já tinha feito um episódio, quando eu dirigi “Escolinha” muito jovem, que foi um episódio todo feito por criança onde participou Deborah Secco, Maria Maia, Serginho Hondjakoff… muita gente conhecida da época e quem fez o professor foi Lug de Paula, meu primo. Nesse pensamento, eu falei assim, talvez essa seja uma forma de homenagear ele. Eu fiz esse projeto em São Paulo, inicialmente no teatro do Wolf, foi uma coisa bem família mesmo. E as crianças de lá audicionaram e foram escolhidas pela audição de canto e de interpretação. Aqui no Rio de Janeiro eu resolvi que, já que fiz em São Paulo, eu deveria fazer aqui no Rio, apesar de que os 10 anos da morte de Chico Anysio foi ano passado, mas eu não queria deixar de fazer no lugar onde eu nasci, no lugar onde eu cresci, no lugar aonde Chico Anysio fez 80% da carreira dele, então optei por fazer também aqui e tive todo apoio do Cidade das Artes e também audicionei”, contou.
“Quando eu audicionei, a Lívia apareceu e, claro, ela é uma menina que tem um potencial vocal que eu já conhecia do “The Voice Kids”, mas também um potencial de atriz muito bom para desenvolver esse outro lado que é a comédia. Na realidade, isso tudo é resultado, digamos assim, de uma imersão na comédia, para descobrir novos comediantes, para que o humor não morra, porque eu acho que o humor é poesia, como diria Chico Anysio. Então, a gente não pode deixar que ele se acabe, porque os programas de humor estão diminuindo consideravelmente. Já tivemos muitos programas de humor no horário nobre da televisão brasileira Hoje em dia os programas de humor foram lá para às 11h da noite num espaço com menos visibilidade.
Paulo Gustavo faleceu, o que foi uma pena, porque na realidade além da pessoa dele, da figura dele, ele foi um homem que resgatou as pessoas para construir um legado. Eu digo sempre que o humor é essencial para a vida, para tudo. O humor é crítica, o humor é social, o humor é político, o humor é tudo. Esses são os motivos pelos quais eu fiz esse projeto.”
Depois da estreia, Lívia Corrêa comentou a emoção que sentiu: “Estar subindo no palco pela primeira vez, para fazer uma coisa totalmente nova, que é o teatro, a comédia, foi incrível. Todos nós, eu e elenco, batalhamos para chegar até aqui, treinamos, estudamos, praticamos, então, é muito gratificante ver esse resultado lindo.
A sensação de subir no palco foi inexplicável, uma alegria que não cabia no peito. Eu estava super ansiosa, mas enquanto eu cantava, dançava, me divertia e a ansiedade foi passando. É uma coisa que amo fazer.
Só tenho a agradecer a Cininha, ao Charles, a Ju e ao Cesinha, por fazerem essa obra linda em homenagem ao Chico Anysio.”