O Dia Internacional das Mulheres foi embalado por um festival com line-up 100% feminino e palestras enriquecedoras. O primeiro Talk do segundo dia de programação foi o chamado: “Amamos o que fazemos & precisamos pagar nossos boletos”, com mediação de Samantha Almeida e participação da dupla Amanda Pacífico e Naíra Debértolis (integrantes da banda Mulamba), Pedro Garcia da empresa Cartiê Bressão e Jout Jout, digital influencer.
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O foco da conversa era discutir a relação entre ser criativo e se permitir inovar, ao passo que os boletos vão chegando. Entre as conclusões do bate-papo, ficou a ideia de que uma resposta definitiva nunca vai existir, o segredo é equilibrar as coisas para não se perder de seus valores, bem como não depositar toda a perspectiva de felicidade em apenas um projeto.
O destaque do Talk foi para Jout Jout, a figura da roda que chegou no chamado momento de sucesso onde é possível escolher seus projetos, e muitas vezes, dizer não para várias oportunidades com base em valores pessoais. A posição de privilégio da influenciadora vem em contraste com sua opinião pessoal sobre seu momento atual. Jout Jout contou que não tem vivido em um local fixo nos últimos meses, uma situação que deixou de ser glamourosa para se tornar um dos principais motivos que tem lhe levado a questionar se de fato deveria ter o papel de influenciar pessoas.
“Eu não sei se esse é o lar que as pessoas querem chegar, ou esse é o lar que as pessoas acham que querem chegar mas não… Tanto que eu dei uma parada de fazer vídeos nesse processo de: ‘Eu sou uma influenciadora digital, eu influencio as pessoas. Eu não sei se estou sabendo influenciar as pessoas do jeito certo’. Porque é aquela coisa de falar ‘Vem você também morar em um carro‘”, disse Jout Jout.
E ela continuou problematizando seu estilo de vida atual: “A gente vive essa glamourização do presente, o mindfullness, viver o agora, o poder do presente, olho no olho […] Só que quando você está vivendo essa vida as pessoas ao seu redor enlouquecem, elas não suportam viver o agora tanto assim. Toda vez que chego em alguém e a pessoa me pergunta ‘Você está vivendo no Rio?’, e eu falo ‘Não, não estou vivendo em lugar nenhum, já estou há um ano viajando pelo Brasil’, então as pessoas dizem: ‘Sim, mas e quando acaba?‘”.