Em um mercado como o da moda, que é pouco representativo em diversos aspectos, é extremamente importante existirem personalidades que desestruturem e revolucionem o status-quo.
Neste cenário está Alexia Dutra, modelo transgênera de 18 anos de idade, natural de Cuiabá (MT), que é a nova aposta da Joy Models – agência que já revelou grandes nomes como Lais Ribeiro, a única Angel brasileira da Victoria’s Secret.
Em entrevista exclusiva para a todateen, Alexia fala sobre sua trajetória como mulher trans e suas aspirações.
Confira!
onde tudo começou
Desde muito nova, Alexia sempre foi apaixonada pelo universo da moda. “Ela sempre me inspirou e a criatividade que está por trás de todo o processo é algo que sempre me interessou.”, conta a modelo, que decidiu aos 17 anos que realmente gostaria de seguir carreira nesse mercado.
A jovem ainda ressalta a importância da moda no processo de se descobrir uma mulher transgênera. “Foi fundamental na minha transição, porque foi através dela que eu pude me sentir como a mulher que eu sempre fui. Para mim, a moda é um instrumento de autoconhecimento. Pode ajudá-la a descobrir a si mesma e a explorar o que está na essência de cada pessoa.”, afirma ela.
Quando Alexia pensa em modelar, é justamente o fator da autenticidade e a da liberdade de se ser o que é, que mais a impulsiona. “É uma profissão que te faz desabrochar e passar por um processo de autoconhecimento.”, compartilha, falando sobre como é importante conseguir transmitir para o público um pouco de suas singularidades.
a importância das referências
Inspirada por nomes como Valentina Sampaio, Adriana Lima, e Bella Hadid, Alexia reflete sobre a importância da sociedade apoiar e divulgar cada vez mais modelos transgêneros. “A inserção de pessoas trans no mercado da moda é extremamente importante, porque é através dessa inclusão que a comunidade trans acaba ganhando mais visibilidade e voz.”, conta ela. “É uma forma de conquistarmos novos espaços e podermos lutar por representatividade nos mais diversos mercados de trabalho.”.
Além disso, quando existem referências, o processo de valorização se intensifica, servindo, até mesmo de inspiração. “A partir do momento em que uma pessoa se identifica com outra, ela percebe que não está sozinha.”, completa.
desafios
Mesmo que já existam instituições buscando se conscientizar, aprendendo trazer o holofote para certas minorias, o preconceito ainda é um dos maiores obstáculos. “Apesar de estarmos em um momento onde pessoas trans estão ganhando mais visibilidade, o mercado em si é formado por pessoas dos mais variados tipos, desde as mais abertas às mudanças e à inclusão, até as mais conservadoras.”, reflete a modelo, que está bastante inspirada com o início de sua trajetória. “Estou começando com bastante apoio da equipe, e espero que estes sejam os primeiros passos da carreira que sempre sonhei.”.
Seja em editorias de moda ou em desfiles, Alexia tem muita determinação para correr atrás de seus objetivos. “Meu próximo plano é poder conquistar o mercado internacional e um dia chegar ao Victoria’s Secret Fashion Show.”, revela.
Arrasou, Alexia!