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Fanfic: Sua Sina (parte 3) com Zé Felipe

Todas as consequências do beijo e a reação da nossa protagonista… O que será que vai rolar entre eles a partir de agora?

Zé Felipe em foto divulgação
FOTO: Montagem

A reta final do possível romance do Zé Felipe está no ar! O que será que a nossa protagonista vai fazer após o beijo?

ZéFelipe brincando com cachorros

FOTO: Reprodução/Montagem

Pensa num rapaz que sabia beijar como ninguém! Os lábios eram macios e gentis contra os meus, um de seus braços em torno da minha cintura me dava apoio ao mesmo tempo em que me deixava à sua completa mercê. Minhas mãos subiam pelas costas, chegando ao cabelo e acariciando os fios da nuca enquanto a outra mão dele estava mergulhada nos meus fios longos. Era tanta mão para todo lado que quem passasse acharia que éramos algum tipo de obra… Espera aí, alguém que passasse…

Estávamos.
No.
Meio.
Da.
Rua.

O afastei de mim imediatamente ao chegar a essa brilhante conclusão, não sabendo lidar com o fato de que estava dando um beijo maravilhoso, no clima perfeito entre nós dois. Mas, estava no meio da rua, podendo parar, de novo, no sites de fofoca.

– Que foi? – perguntou ele.

– Acho melhor a gente parar por aqui, pelo menos por agora.

– Por quê?

– A gente tá na rua.

– E daí?

– Você é uma pessoa pública…

– Mas o que têm isso?

– Papparazzis te perseguem…

– Mas não tem sinal de…

– Não quero ir parar na home de um sitezinho de fofocas qualquer outra vez.

– Mas você não vai parar em nenhum…

– Claro, porque nosso acidente nem foi parar numa dessa páginas em menos de 30 minutos depois de a gente ter trocado o telefone pra resolver o problema, né Zé?

Seus olhos pareceram compreender, finalmente, aquilo que eu tinha percebido antes: ele era uma pessoa pública demais e qualquer coisinha que fizesse, onde fosse, com quem fosse, o que consumisse ou pensasse em ter, a mídia e os fãs saberiam.

As pessoas são ávidas por informações de terceiros, desejam se sentir íntimas de gente que nem conhecem para dar algum significado às horas perdidas em frente a tela dos smartphones ou computadores e sua compulsão por sensacionalismo.

A ‘era de informação’ sempre foi boa, até eu perceber o quão ruim algumas coisas podem ser, o quanto aquilo pode afetar e, como qualquer ação não comedida, como um beijo em um cara na porta de um café pode alçar alguém à fama instantânea e rotular tal pessoa para sempre como “a ex de fulano de tal”.

Claro, eu estava pensando longe, problematizando algo que eu não sabia se de fato iria ocorrer… Mas o fato é que eu me sentia vigiada o tempo todo quando estava com Zé. Era como se eu fosse estar no chuveiro e um estranho fosse surgir e puxar a minha cortina, mas não com uma faca, e sim com um celular, pronto para dar diversos cliques e capturar os momentos mais íntimos que eu tivesse, afinal, havia demanda para isso.

Sempre haveria demanda para saber o que acontece na vida alheia.

– Sua cara não tá legal… – comentou Zé, me tirando imediatamente do turbilhão de pensamentos.

– Eu estava pensando sobre o que a gente acabou de fazer.

– Mas então, como eu disse, não tem ninguém aqui, só a gente. No máximo, duas ou três pessoas passando e vendo só um casal se beijan…

– Eu sei – rebati, começando a nuca e começando a caminhar. – Mas não sinto segurança alguma de estar contigo.

Ele caminhou ao meu lado durante alguns minutos, em silêncio.

Não poderia dizer o que estava passando na cabeça dele. Estranhamente seus olhos não entregavam o que ele pensava, era uma estranha composição que não deixava passar absolutamente nada, apenas que ele estava pensando e que parecia importante.

Fiquei na minha, passando e repassando na cabeça tudo que acontecera e chegando a conclusão óbvia do que rolaria dali pra frente.

Parei de caminhar no ponto de ônibus, ele parou também.

– Acho que… – comecei, sem saber como colocar aquilo tudo para fora.

– Você acha que não está pronta para lidar com uma multidão de pessoas te acompanhando e interferindo na sua vida, né? – Completou ele. – Acha que não vai segurar a onda de ter completos desconhecidos tirando conclusões sobre você, palpitando sobre sua vida, suas escolhas, que as críticas podem doer…

– Você entende que…

– Eu entendo, mas, de verdade? Isso você se acostuma! Qualquer pessoa hoje está suscetível a ficar famosa do nada, a virar uma celebridade por uma coisa que falou e nunca mais sair da mídia…

– Mas eu não quero isso – respondi. – Nunca quis me destacar para os outros. Eu quero me destacar para mim, quero destacar quem eu sou pelo meu trabalho e pelo meu caráter. Quero ter respeito e admiração pelo que conquistar por mim mesma e não por quem eu beijei…

– Seu medo, então, é que isso possa afetar no seu futuro? – questionou ele.

– Sim. Não vou ser a eterna garota que beijou o cantou sertanejo!

Ele me lançou um olhar que doeu, ver que eu tinha atingido um ponto nele. Devia ser complicado para gente famosa conseguir se relacionar sem empecilhos como os que eu colocava sem nem ao menos ter feito nada.

Meu ônibus vinha em direção ao ponto, estiquei o braço, dando sinal para que ele parasse.

– Eu acho que já vou então.

Ele confirmou com a cabeça quando o ônibus parou e as portas se abriram.

– Valeu pelo café…

Ele sorriu, balançando a cabeça.

Entrei no ônibus, sentando num dos bancos da frente, sem conseguir ver se ele ainda me observava. Eu estava sendo muito louca e radical em fazer isso, em não dar uma chance, mesmo com aquele beijo maravilhoso?

Meu celular vibrou. Desbloqueei o aparelho e soltei um riso alto ao ver a mensagem na tela:

‘Eu não vou desistir de você. Eu sou sua sina, menina! ;)’.

Eu teria alguns problemas para lidar com querer ficar com ele sem prejudicar meu futuro?

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