Seu corpo mudou na quarentena? Saiba que você não é a única, afinal, estamos há muito tempo em casa, sem andar por aí todos os dias, com a ansiedade batendo e uma vontade mais frequente de pedir um lanche pelo delivery. Nesse verão, muitas mulheres ganharam peso, algumas estrias e celulite. Com a chegada da estação perfeita para colocar o biquíni e aproveitar o sol – mesmo que na varanda de casa para respeitar o isolamento social – boa parte das mulheres sentem a pressão social pelo corpo magro inalcançável, que, na maiorias das vezes, é sinônimo de dietas nada saudáveis e procedimentos estéticos.
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Em primeiro lugar, uma mulher gorda não necessariamente está com problemas de saúde, na verdade, ela pode estar muito mais saudável do que uma pessoa que se enquadre nos padrões sociais de magreza. A questão é que existe um senso comum tóxico que nos faz julgar nossos corpos, principalmente no verão.
Todos os corpos estão prontos para o verão, já que ter uma vida mais saudável não implica necessariamente na perda peso. Alimentação equilibrada e exercícios físicos são essenciais, mas não estamos falando de fins estéticos! “Ficar longos períodos sentados, ou mesmo em pé, levam a problemas circulatórios que, por sua vez, podem resultar em trombose, ou seja, um coágulo sanguíneo que se desenvolve no interior das veias das pernas impedindo, assim, a passagem do sangue”, alerta a Dra. Vanessa Vargas Ferreira, médica e nutróloga. “Por isso, a dica é: mexa-se, mesmo em casa!”, completa.
Saúde e estresse não combinam
A Dra. Vargas Ferreira frisa que neste processo de mudança para uma rotina mais saudável não basta se exercitar e comer bem, a terapia com psicólogos pode ser essencial. “A função dos alimentos vai muito além da nutrição, também está relacionada ao afeto. É comum demonstrarmos afeto e carinho por outras pessoas através da comida. Trabalhar as emoções é essencial para aprendermos a nos relacionarmos de forma mais saudável com a nossa própria alimentação e nossos corpos”.
O trabalho com profissionais para mantermos a saúde mental se torna indispensável durante a quarentena, já que tem se tornado cada vez mais comum o desconto da ansiedade na comida. “Muitas pessoas utilizam a comida como ‘válvula de escape’, uma forma de alívio diante de situações estressantes. Assim, o comportamento alimentar está frequentemente relacionado às nossas emoções e não são incomuns, portanto, transtornos alimentares e sintomas associados a culpa, a vergonha, tristeza e ansiedade”.
Falando em saúde mental, não dá para entrar em dieta restritiva se o seu objetivo é saúde, já que essa “proibição” pode ter efeitos mais negativos para o seu bem estar. “Uma prescrição adequada e personalizada é fundamental nesse momento de pandemia, para manter uma boa alimentação, alta imunidade, maior disposição e evitar riscos de doenças. A rotina alimentar deve ser adequada a cada paciente, gerar bem estar e resultados saudáveis – e não estresse”, completa a Dra. Vargas Ferreira.
Alimentação sem restrição
A Dra. Mariana Amaro Castro Maciel Arjona, médica referência em nutrição do “Dr.Consulta”, acredita que muitas vezes a solução para seus pacientes pode ser mais simples do que eles podem imaginar. “É preciso avaliar o padrão alimentar como um todo, principalmente nos momentos de ansiedade, para entender qual o tipo de alimento, horário, quantidade que a pessoa está ingerindo e em cima disso, sugerir mudanças. Às vezes, uma simples redistribuição ou troca dos alimentos pode ajudar. Em outros momentos, buscar outras atividades prazerosas podem ser a saída. O ideal mesmo seria aliar o aconselhamento nutricional e o psicológico juntos”.
“Acredito que uma alimentação equilibrada não passa por dietas rígidas na grande maioria dos casos. Dietas rígidas muitas vezes implicam na exclusão de determinados alimentos ou nutrientes e já aí deixam de ser equilibradas. Uma alimentação saudável deve ser variada, contemplando alimentos de todos os grupos alimentares, distribuídos de maneira equilibrada e nas quantidades ideais. Só desta maneira ela irá fornecer todos os nutrientes necessários e contribuir para uma boa saúde”, afirma a Dra. Mariana Arjona.
A médica incentiva seus pacientes a cozinharem mais, e agora na quarentena, alguns até arriscaram começar uma horta. A Dra. Arjona afirma que esses hábitos trazem um interesse por variedade no prato, que é livre de agrotóxicos ou grandes quantidades de sódio, açúcar e conservantes.
E os fãs de fast food? A Dra. também olha para essa questão com equilíbrio: “Na maior parte dos casos, desde que a pessoa tenha um bom padrão alimentar na maior parte do tempo, tenha um estilo de vida saudável, pratique atividade física, esteja bem clinicamente, não será um fast food eventual que comprometerá. Mas uma avaliação profissional mais apurada deve ser feita para individualizar essa recomendação”.