Se você é fã de carteirinha dos youtubers, obviamente conhece Bibi Tatto, né? A youtuber com 9 milhões de inscritos em seu canal principal é sucesso entre o público juvenil. Seu nome ganhou destaque lá em 2012, quando começou a gravar vídeos jogando Minecraft com os amigos e divulgar em grupos de Facebook voltados a jogos.
Hoje, aos 21 anos ela vive do conteúdo que produz para internet. Além dos vídeos, Bibi também investe na carreira musical, com um EP e turnê, além de quatro livros lançados, sem falar do curso de influência digital e a conquista mais recente: sua própria produtora.
Com a chegada do Dia Internacional das Mulheres nesta terça-feira, 8, a todateen bateu um papo super alto astral com a Bibi sobre a importância da representatividade feminina na internet, no universo gamer, principalmente para inspirar suas seguidoras. Vem conferir!
Bibi, o Dia das Mulheres se aproxima e mais do que nunca é o momento de reforçar aquela mensagem de: “ninguém solta a mão de ninguém”. Conta para gente, como você vem usando suas redes como forma de inspirar e principalmente apoiar outras mulheres?
A forma que eu mais utilizo para inspirar os meus fãs e as pessoas que me acompanham a fazerem qualquer coisa, serem pessoas mais fortes, serem pessoas dedicadas, assim como qualquer incentivo de algo bom que você possa fazer por você e pelos outros é demonstrando essas ações. Então sempre que eu posso eu compartilho minha rotina, mostro as coisas que estou fazendo, as minhas conquistas e falo que tudo isso que eu faço e conquisto é por conta da disciplina. O melhor jeito de inspirar alguém é fazendo.
Se você pudesse avaliar a participação feminina no mundo dos games, como seria? Rolou uma evolução? O que ainda falta para gente ter uma equidade?
Quando eu comecei no mundo dos games, em 2011 com 11 anos, a diferença entre homens e mulheres nos games era muito exorbitante. Acontecia muito preconceito, tanto que quando eu jogava eu ouvia e lia várias coisas que os meninos mandavam. Eles não queriam que no time deles tivesse uma menina e eu acabava jogando tão bem quanto eles. De lá pra cá já houve uma melhora absurda, mas tem muita coisa pra melhorar ainda. No cenário dos games as mulheres já dominam, no Brasil existem mais mulheres games do que homens, de acordo pela pesquisa feita pelo Game Brasil 2021, porém é a mesma coisa que no futebol: o incentivo e o investimento é muito maior no cenário masculino do que no feminino.
Em algum momento durante seus anos de carreira produzindo conteúdo para internet, recorda-se de ter reproduzido algum tipo de pensamento machista, ainda que na força do hábito?
Com certeza eu devo ter pensado algo machista durante a minha trajetória, durante a minha evolução, porque é algo que a sociedade desde sempre implantou. Então a gente nasce nesse cenário e acaba achando que isso é normal. A minha mãe é uma pessoa que me ensinou muito durante a minha infância que independentemente do que você seja, você pode ser o que você quiser, fazer o que fizer. Se você quer jogar bola, pode. Se você quer fazer aula de violão, pode. Para os meus pais, nunca teve esse problema de dividir em coisas que eu não poderia fazer por ser menina. Minha família sempre foi bem estruturada nesse tipo de pensamento, mas sempre ouvimos algo machista em escola e outros lugares.
Como você vê a sororidade e a união feminina na época em que você era adolescente para os dias de hoje?
Sinto que nem se compara. Lembro que no cenário dos games antigamente tinham algumas meninas e elas não eram tão unidas assim. Cada uma era de um grupo e por conta disso tinha aquela competitividade, mas hoje em dia é enorme. A galera sai junto, se conhecem pessoalmente, porque antigamente era tudo virtual. Hoje em dia a união feminina aumentou demais. Até assusta um pouco o pessoal, porque elas querem fazer acontecer, querem crescer juntas mesmo.
Como é para você receber mensagens de outras meninas dizendo que se inspiraram em você para entrar no mundo gamer? Ou ainda que você foi uma espécie de força e motivação?
Todo esse amor é muito gratificante! Eu fico muito triste quando vejo uma mulher se menosprezando, achando que não é suficiente, que não tem autoconfiança pelo fato de ser mulher. Às vezes, um homem fala alguma coisa e ela acha que ele é o dono da verdade, por exemplo, e a mulher acaba não acreditando no próprio potencial. Isso acontece muito. Por isso, eu fico muito feliz em inspirar os que me seguem e isso me mostra que eu estou no caminho certo.
Para gente fechar, qual é a importância do dia 8 de março para você?
O dia 8 é importante para conscientizar as pessoas sobre o tema, que é preciso falar sobre isso. Por mais que algumas pessoas achem que não exista o machismo e essa desigualdade, tem pessoas que pensam assim e a data está sempre para lembrar, conscientizar todos sobre o assunto, além de comemorar as conquistas femininas ao longo do tempo.