Após passar 14 meses trabalhando no projeto mais pessoal de sua carreira, neste domingo (18), Luísa Sonza lança o tão esperado “Doce 22“. A artista, além de ser responsável pela composição e produção musical do álbum, também ficou encarregada do roteiro, direção criativa e codireção dos clipes.
Com 14 faixas, “Doce 22” chega em todas as plataformas de streaming para expor artisticamente os sentimentos de Luísa diante de tudo o que viveu nesse último ano tão conturbado de sua vida.
“Não é um álbum muito triste, sou só eu com 22 anos, tem muita coisa que quero continuar sentindo com 23, mas também tem muita coisa que quero parar de sentir. Queria encerrar esse ciclo”, explica a loira. “Esse foi o ano mais intenso da minha vida, foi o mais incrível e o pior também. Isso me deixou muito doida”.
“Até hoje eu tive que me mostrar muito forte, me provar que eu aguentava, então eu me fechei muito, de varias maneiras, até por eu ser canceriana”, brincou. “Esse ano, foi um ano que eu tive que aceitar minhas vulnerabilidades, foi transbordando e foi saindo de mim”.
A artista ainda comentou sobre sua saúde mental, já que teve que sair das redes por um tempo para se recuperar de todos os ataques de ódio que vinha sofrendo. Foi esse, inclusive, o motivo para que o lançamento do álbum — que inicialmente seria em junho — fosse atrasado.
“Não pude me recuperar ainda, não consegui lidar [com a situação], mas uma hora eu tinha que continuar. Eu tenho um monte de contrato para cumprir, tenho uma equipe muito grande pra sustentar, várias pessoas que dependem de mim, tenho meus fãs esperando por mim, preocupados. Então, na real, eu tô seguindo, eu tô aqui, mas não tive tempo [de me recuperar]. Essa pausa, na verdade, foi só uma fuga. Quando eu voltei, a minha cabeça tava do mesmo jeito, o trabalho tava acumulado. Foi importante mas não foi suficiente, não sei como vai ser lidar com isso. Acho que sentir o amor das pessoas vai ser muito importante pra mim. To lidando com minha depressão, meu pânico, minha ansiedade, mas eles existem, não sumiram“, desabafa.
apesar de pessoal, Luísa quer que todos se identifiquem com o álbum
Luísa já deixou bem claro diversas vezes que esse álbum foi feito para ela se expressar. Logo, teremos acesso a seus pensamentos e sua visão dos fatos que ocorreram nos últimos tempos, mas isso não significa que também não vamos nos identificar com a história contada ali.
Ela começa explicando que, o álbum foi, de certa forma, inconsciente. “Foi tudo transbordando e saindo. E eu tô muito assustada com tudo isso porque eu nunca me joguei desse jeito e me expus”, revela.
Composto por dois lados, o A e o B, nesse projeto veremos duas versões da “braba”, que podem ser distinguidas a partir da faixa, “INTERlude :(”. Cada “parte” do álbum tem uma grafia diferente, ou seja, o Lado A, mais dançante e animado, investe na ousadia, sensualidade, coragem e traz seis músicas, com títulos em letras maiúsculas e a certeza de fazer todo mundo dançar, algo que já é marca registrada de Luísa.
Entre as faixas presentes neste lado do álbum, estão “INTERE$$EIRA”, “2000 s2” e “CAFÉ DA MANHÃ ;P”, primeira parceria de Sonza com a cantora Ludmilla, além de “MODO TURBO”, hit lançado como single no final de 2020, com Anitta e Pabllo Vittar, e que acumula mais de 134 milhões de visualizações no YouTube e mais de 85 milhões de plays no Spotify.
Já o Lado B tem uma pegada mais sensível e melódica, mostra uma face mais vulnerável e intimista, ressaltada nos títulos redigidos com letras em minúsculo. É nessa parte que veremos “penhasco.” + uma parceria com o cantor Jão, “fugitivos :)”, além de “melhor sozinha :-)-:” e “caos/flor ***”.
“Eu chorei praticamente o Lado B inteiro, escrevendo e tudo mais. Realmente em alguns momentos eu desligava todas as luzes do ambiente que eu estava”, conta Luísa. “A maioria das músicas eu escrevi no chão, numa maneira bem canceriana de ser”, ela brinca.
Para ela, a produção do trabalho foi intensa e, apesar de ser difícil de lançá-lo, ela explica seu objetivo, que a motiva mesmo com medo: “Se eu quisesse que essas músicas fossem sobre mim, sobre minha vida, eu guardaria em casa. Eu lanço esse álbum pra cada um se identificar. Eu quero que seja sobre nós. Óbvio que também é sobre mim, estão ali meus sentimentos dos 22 anos, mas ao mesmo tempo eu quero que esse álbum seja, e ele é, mais abstrato do que as pessoas estão querendo que ele seja. Por mais que eu esteja ali desabafando, eu quero que ele se transforme e que daqui 20 anos tenha outros significados”.
“Interesseira é algo que todas as mulheres passam todos os dias. Eu tô falando de mim mas eu também tô querendo que vocês reflitam. Esse álbum é muito mais do que só um desabafo da vida da Luísa”, completa ela.
o álbum não será audiovisual, porém…
Para promover o álbum, Luísa apostou em divulgar diariamente fotos e vídeos para cada faixa, o que levantou suspeitas de que o projeto poderia ser audiovisual. Porém, a artista nega essa informação.
“Eu quis fazer toda a divulgação e o marketing de uma forma diferente do que eu vinha fazendo e do que estou acostumada a ver. Até no jeito que escrevi o título das músicas tem uma coisa especial. É um álbum totalmente artesanal”, comenta. “Não vai ser um álbum audiovisual, mas queria dar uma representação visual porque no pop isso é muito importante. Quis colocar, de alguma maneira, a identidade de cada música. Talvez as pessoas liguem as letras com a imagem para entender”.
Mas ela ainda ressalta que, apesar de não haver clipes para todas as músicas, todas terão lyrics vídeos. “Eles serão bem especiais, eu diria que um mini clipe, mas não considero um álbum audiovisual”, comenta.
