Estar entre amigas é alegria insubstituível na vida de qualquer menina. Estar entre amigas é lavar a alma com litros d’água, como se a fonte inesgotável do riso e da cura morasse nesses encontros. Estar entre amigas é, antes de tudo, diversão. Mesmo que existam comparações, observações escondidas dos quilinhos adquiridos ou da barriga negativa, das roupas novas ou da discussão sobre apostar num garoto ou no outro. Sim, estar entre amigas é pular de assunto numa velocidade única.
Ilustração: Eugênio Tonon
Eu não enjoo das minhas melhores amigas! Tenho três Natálias desde os meus cinco anos (imagine o trauma de ser Annie no meio de garotas com nomes iguais quando tudo o que desejamos aos cinco anos é sermos iguais). Sorte que no meio sempre existiu a Carina, quebrando a hegemonia natalística e deixando o grupo mais heterogêneo. Mas a heterogeneidade (eita, palavra longa) do nosso grupo não era só no nome. Apesar de colecionarmos afinidades, foram as diferenças de estilo e de personalidade que lançaram nossa amizade ao mais íntimo sentimento: o de aprendizado, de construção de quem somos através do convívio.
Um dia eu li: tenha amigos iguais a você. Compreendo em partes: se as pessoas são distintas demais, os conflitos ganham espaço. Mas ser igual é impossível: grupos são heterogêneos. A homogeneidade (outra palavra gordinha) só existe em alguns pontos. Ou seríamos cópias. Um grupo diferente é forma ainda maior de diversão: enquanto uma compartilha técnicas para chegar no garoto usando apenas o olhar, a seguinte dá aula de moda que torna desnecessário seguir vinte blogueiras.
Quando a gente amplia o grupo de amigas e, além das de infância, entram as do cursinho, da faculdade, do intercâmbio, do Yoga, etc. e tal, ele cresce e fica ainda mais interessante. Porque a nossa capacidade de criar amizades é proporcional à disposição da nossa mente em se abrir. De abraçar novidades e diversidades, de se permitir complementar com características que nos faltam e de crescer com elas.
Encontro vai, encontro vem, quando menos percebo estou grudada nas minhas melhores amigas. Podem ter dezenas de pessoas na festa: sentamos juntas, papeamos de novo, como se não tivéssemos nos visto há dois dias. Somos tão unidas quanto macarrão instantâneo, aquele da Turma da Mônica. Somos a própria, inclusive. Sem a Mônica, mas com uma dupla de Magalis e tanto, você só acreditaria vendo ao vivo!
Quem é Annie?
Annie Müller é autora do livro Os Donos do Mundo – os 25 porquês dos adolescentes serem tão poderosos e da série A Turma do Meet. Fale com a Annie: @anniepmuller
SAIBA MAIS:
Coluna da Annie: Selfie
Coluna da Annie: Senhor Tempo
