A tt bateu um superpapo com o gato Di Ferrero e soube detalhes exclusivos sobre o seu novo trabalho! Como sempre, o lindo foi a maior fofira e contou um monte de coisas legais pra gente! Confira:
Vocês gravaram as músicas desse EP na praia, né? Depois de morar um tempo no Rio, você acha que ficou com um pouco de alma de caiçara?
Di: (risos)! Ah, de uma certa forma sim. Mas eu também tive uma alma de caipira, porque nasci em Campo Grande (MS). E sou meio de todo lugar porque já morei em Brasília, Porto Alegre, Argentina, São Paulo, Rio… Acho que ainda falta algum lugar que eu esqueci. Sou meio cigano.
Esse EP foi feito na praia e vocês estão lançando agora, perto das férias de verão. Foi de propósito ou aconteceu sem querer?
Di: Aconteceu sem querer. Totalmente. Na verdade, não era nem pra ser EP, era só pra gente ter ido à praia, saído um pouco da rotina que a gente estava vivendo. Nós estávamos esquecendo um pouco do motivo principal, que é a nossa música, uma coisa sem prazo, não aquela coisa que a gente precisa fazer. A gente sentiu falta disso, até porque todo mundo cresceu, eu fui morar em outro lugar, todo mundo casou. A gente se distanciou de uma certa forma, a gente só se encontrava pra fazer show. A gente queria ficar junto. Aí, nessa, a gente acabou compondo umas coisas . Já estávamos fazendo um disco novo, mas também não queríamos deixar esse momento morrer, que foram as músicas compostas na praia. Aí pensamos em lançar uma coisa assim. Foi tipo isso. Tanto que a gente ficou uma semana e de repente chamamos câmera e fotógrafo pra registrar tudo o que estava rolando lá, porque estava fluindo.
Só uma dúvida: vocês gravaram o EP de forma independente, e para o próximo CD também?
Di: A gente nem sabe. Eu nem sei se é independente ou se podemos falar que é autônomo porque já fui independente e sei que é muito mais difícil. Hoje, a gente é independente, mas temos toda uma estrutura. Montamos um escritório com os funcionários, agentes, tem tudo.
É outro nível de independência…
Di: É bem mais seguro, temos mais liberdade. Não que tivéssemos antes, mas é diferente.
A letra de Vamos Seguir é super bem-resolvida. Uma coisa meio superei o que quer que tenha acontecido, virei a página e tô bem. É o tipo de música que traz uma certa calma. Algo que só uma banda com o tempo de estrada de vocês pode fazer, não é?
Di: Foi uma reflexão. Foi bem real. Eu queria dar m tempo mesmo, ficar uns seis meses sem tocar, ficar na minha, sumir um pouco do mapa. Um momento assim: “poxa, cheguei até aqui. Será que é isso?”. Ao mesmo tempo ficava meio mal, de estar reclamando de boca cheia, “cheguei aqui e tô reclamando. O que está acontecendo comigo?”. Foi esse o motivo de a gente ter ido à praia e tal, a gente tirou férias, fechamos agenda. E depois disso tudo decidimos seguir. Foi bom sentir saudade, voltar a ter vontade das coisas.
Eu adorei as letras dessas quatro canções. Muito verdadeiras.
Di: Pô, que bom. Obrigado. Foi mesmo uma auto-reflexão, cada um com seus motivos.
O legal é que vocês passaram por esse questionamento e a impressão que tenho é de estarem voltando bem mais gás…
Di: Com certeza! Dá pra perceber no nosso dia a dia, na nossa união. Nossa gana de querer compor, de fazer um musicão… Tá parecendo aquela coisa meio adolescente que a gente tinha lá no começo
Antes de ouvir Free Your Mind, imaginei ela totalmente diferente. Ela é bem rock e a letra é bem São Paulo. A ideia foi fazer uma homenagem à cidade natal do NX?
Di: Pior que não, sabia? Eu estava em Floripa quando fiz. Tinha acabado de chegar de uma festa, eram umas cinco da manhã e foi tudo uma viagem!
Em Tira Onda, vocês ensinam a gente a parar de reclamar de bobagem. Queria saber o que faz você reclamar de alguma coisa.
Di: Sou eu mesmo (risos). Depois que eu caio na real que eu sou o problema, não… é…
Não o problema em si…
Di: Isso! Porque, na real, não tem tempo ruim. Se você quer fazer uma coisa e fica nessa “ah, não vou, tá chovendo”. Ué, tá chovendo, vai com chuva mesmo. Se você quer alguma coisa, faz. Foi tipo isso.
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Nesse EP, além da parceria com o Gee, o NX todo compôs Tira Onda. Acho que nessa altura do campeonato a sintonia entre vocês todos é muito grande. Meio que vocês sacam o outro só no jeito de olhar, não?
Di: Essa coisa do resgate que foi legal. Porque não estava assim, na real. Estava cada um pra um lado, cada um fazendo uma coisa. A gente encontrava só pra tocar. E não é assim que a gente é.
Estava no automático…
Di: Sim! Foi um resgate legal!
E tem álbum novo para o ano que vem, certo? Já pode adiantar alguma coisa?
Di: Sim. A gente está mergulhado nesse novo disco, já temos umas oito músicas novas e pretendemos lançar depois do carnaval. Estamos trabalhando nisso todo dia. Toda hora escrevendo, acabei de escrever uma parada, inclusive. Tipo, toda hora mesmo. Estamos todos focados. O momento dessa parada, desse Ep, foi legal, a gente não queria perder isso. Por isso decidimos lançar, pra mostrar essa transição
Toda vez que eu vejo vocês se apresentando, lembro da primeira capa que a Todateen fez com vocês, você tinha o cabelo compridinho ainda… O que projetam para o futuro ou nem pensam nisso? Às vezes, eu os imagino meio como os Titãs da nova geração.
Di: Pô, imagina que legal?! Obrigado. Tem muita coisa pra rolar, a gente fica feliz de fazer som, não queremos parar de compor. O legal pra mim é compor, tinha época que eu queria lançar disco atrás de disco. Eu preciso compor, a gente precisa disso. É uma terapia. São coisas que acontecem de verdade, não é nada inventado, você sabe, né? Você acompanha a gente.
Sim! Desde o começo.
Di: Tem momento que a gente está mal, acaba fazendo uma música mal. E quando tá bem, a música sai boa. A gente está super bem agora! E eu acho que vão existir milhões de momentos como esse. E se soubermos transformar isso em som, acho que temos uma vida longa aí. SO Titãs são uma ótima referência.
Entrevista: Mariana Scherma
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