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Ler é TDB!

Vida de escritora

Na Feira do Livro de Florianópolis com uma leitora

Até parece fácil, mas não é. Vida de escritora é suada e corrida, além de criativa! Acontece que nós, quando leitores, só vemos a parte boa desta vida de rebolados!

Nas fotos, os autores dos livros bacanas que a gente lê aparecem sempre numa pose intelectual (com uma estante de livros como paisagem atrás, tal qual a minha fotinho aqui).

Annie Müller

Em público, só se conhece a parte boa: autógrafos como se fossem celebridades, gravações para programas de televisão (quando tiramos a sorte grande, claro, porque na maioria das vezes a mídia mostra cantores, atores, jogadores…E são raras as vezes que mostram nós, escritores). Gente, não estou reclamando.

Justamente essa é a parte boa da vida de autor. Escrever e ser lido! Afinal, se fosse para escrevermos quietinhos, nossos pensamentos nunca deixariam os diários, certo?

Foi assim que eu comecei. Escrevendo nos diários fofos de capa cor-de-rosa que uso desde meus sete anos. Verdade! Já criança, escrevia e publicava minhas pequenas histórias em agendas tão divertidas quanto meus personagens imaginários.

Passado o tempo, mas não a vontade de publicar, lancei meu primeiro livro, A Turma do Meet, aos 17 anos. A partir daí, entendi o que é ser escritor. E, hoje, ser escritor é muito maior do que escrever. É ler, antes de mais nada. Ler muuuito.

Depois, com a mente inspirada por infinitas ideias, vem a tarefa nada simples de criar. Abrir um caderno em branco e rabiscar os pensamentos mais diversos, que, no início, não parecem ter conexão alguma entre eles. Onde essa história vai parar?, me pergunto tantas vezes.

Annie Müller

E, sem resposta, dificilmente consigo continuar. Então o escritor vai dar uma volta, escutar uma música, ler mais. Até, finalmente, abrir o documento de Word no computador e redigir os capítulos da saga com a qual sonha noite e dia. Centenas de páginas são escritas: algumas saem de mim de repente, outras demoram para caramba.

Sentada por horas em frente à tela, entre alguns assaltos à geladeira e muitas espreguiçadas, espero pelo grande momento. O clímax. O auge do livro. Aquela parte que você começa a ler sem parar, engole o livro como se fosse o chocolate mais delicioso do mundo. O autor precisa, acima de tudo, incluir o leitor na sua história.

Na Feira do Livro de Florianópolis com uma leitora

Penso que consegui! Tenho o livro! Quero publicá-lo! E agora?

O escritor então levanta o bumbum da cadeira, literalmente. E correr atrás de editoras, porque de mágica ninguém vive. É telefone para cá, e-mail para lá, e a torcida de que alguma resposta venha.

Se a coisa acontecer (e uma editora publicar o seu manuscrito), todo sufoco acaba. O livro chega até as livrarias do país inteiro, fica na vitrine como se estivesse tomando banho de sol, expondo seu corpinho (por isso a capa deve ser lindona) para todos os potenciais leitores brasileiros.

Palestrando para alunos de uma escola

Nananinanão. Ser publicado é só o começo do caminho. Com o livro nas ruas, é preciso se tornar o melhor relações públicas da história: conhecer todo mundo em livrarias, escolas, padarias (e por que não? Leitores também visitam padarias e padeiros também visitam livrarias). É preciso visitar pessoas e lugares, fazer palestras, promover o seu filho tão amado sem vergonha de mostrar a sua cara. É por aí, minha gente.

Em entrevista, com a escritora Talita Rebouças

Ser escritor é ser uma pessoa multi-tarefa (característica que qualquer profissão exige). Que você pense em tudo. Que você faça pelo que mais importa: o seu próprio sucesso. Sim, ser escritor também é uma profissão! Se você quiser ser lida, claro.

E entender que não basta escrever. É preciso escrever, viajar, ligar, twittar, agitar, fazer propaganda, conversar, apresentar, palestrar, escrever de novo… E, sim, autografar. Eu admito. Dar um autógrafo tem um gostinho muito especial. É a porta que se abre para você ser lido. E, quando isso acontece, todo o resto vale a pena.

Um beijo para todas as adolescentes-escritoras do Brasil!

Annie

P.s.: nas fotinhos que separei da minha vida de escritora, você pode ver eu no local onde escrevo (meu quarto), dando uma entrevista acompanhada da queridíssima escritora Thalita Rebouças, posando com uma leitora na Feira do Livro de Florianópolis e palestrando para alunos de uma escola. Ufa 🙂

Texto: Annie Müller
Fotos: Annie Müller / Divulgação 

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