Além da atriz Lili Reinhart, mulheres de várias nacionalidades usaram a hashtag #WhyIDidntReport no Twitter para desabafar e contar por que elas não denunciaram quando sofreram assédio sexual. A maioria das meninas revela motivos como medo, vergonha e até mesmo falta de conhecimento sobre o assunto.
Confira tweets com a hashtag #WhyIDidntReport:
Lili Reinhart, a Betty de Riverdale, justificou o motivo de não ter denunciado o assédio que sofreu: “Porque eu não queria perder o meu emprego ou fazer com que as pessoas pensassem que eu era a rainha do drama.”
Muitas brasileiras também compartilharam suas experiências:
https://twitter.com/Ops_Babs/status/1043597996716371968
https://twitter.com/minnie_misr/status/1043286610211680256
Muitas meninas ficaram com medo da reação das outras pessoas, ou simplesmente estavam assustadas e não entendiam o que havia acontecido. Algumas falaram que até chegaram a denunciar o abuso, mas outras pessoas pediram para elas ficarem quietas.
Segundo pesquisa do Datafolha do ano passado, quatro em cada dez brasileiras (42%) já sofreram assédio sexual. Esse número mostra o quanto o assunto é sério, e o quanto devemos discutir sobre ele.
Saiba mais sobre o tema assédio sexual:
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É normal ficar em dúvida sobre o que é assédio. Isso porque existem diversas formas de assédio. Mas todas elas são uma tentativa de dominação na qual alguém pressiona e cerca outra pessoa. Pode ser uma importunação pontual ou uma perseguição mais insistente. Vale lembrar que em qualquer um dos casos, o assediador age para oprimir e às vezes tentar tirar vantagem sobre a vítima, sendo assim, o assunto é muito grave.
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Apesar de o assédio sexual ser o mais falado, existem outras formas de assédio, como o assédio moral ou psicológico. “Estes conceitos são muito próximos, pois têm o mesmo objetivo, a dominação e a intimidação, provocando terror e estresse por meio de comportamentos ofensivos, abusivos, maliciosos ou insultuosos. Com isso, o agredido se sente intensamente ameaçado , humilhado e até mesmo violado, pois se vê em uma posição de vulnerabilidade e fragilidade, o que abala diretamente sua autoconfiança”, explica a psicóloga Lia Clerot.
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“Em primeiro lugar, a vítima deve procurar ajuda imediatamente, preferencialmente de uma autoridade policial e denunciar o mais rápido possível, lembrando que o assédio sexual é um crime previsto em lei”, recomenda Clerot. Se possível, não faça isso sozinha: ter a companhia de seus pais ou um adulto de sua confiança é muito importante neste momento.
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Atualmente, é possível registrar a queixa até mesmo por telefone através do número 180. Se o assédio aconteceu em local privado, procure o segurança do estabelecimento, mas não deixe de registrar a queixa formalmente às autoridades. “O que pode parecer uma simples cantada para um, pode por em risco sua integridade física e mental”, lembra a psicóloga.
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Do ponto de vista psicológico, a pessoa assediada precisa entender que ela foi vítima e jamais pensar que teve culpa. Se achar necessário, busque a ajuda de um profissional da área para se recuperar o trauma. “É muito comum, depois de um processo agressivo que é o abuso sexual, a pessoa pensar que ela teve uma parcela de culpa naquilo, que provocou aquela situação. O abusador a coloca em uma situação de tamanha fragilidade que realmente a deixa abalada. O apoio da família e dos amigos é fundamental para superar esses sentimentos negativos, porém muitas vezes deve buscar também ajuda de um profissional”, explica a especialista.
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O assédio moral ou psicológico é um pouco mais difícil de identificar do que o sexual, por isso, exige que você preste atenção nos detalhes. “Observe se o agressor trata de maneira desrespeitosa apenas você, se é um comportamento que se repete com outras pessoas ou é cíclico (de tempos em tempos te assedia ou escolhe alguém para assediar). Se for apenas você, realmente se trata de um abuso moral e o primeiro passo é deixar claro para o agressor que isto não lhe agrada. Se não surtir resultado, procure alguém superior (seus pais, seguranças do estabelecimento em que você está ou coordenadores da escola, por exemplo) para recorrer”, recomenda Lia.
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Vale lembrar que o assédio moral ou o psicológico não costuma ocorrer apenas uma vez e normalmente parte de pessoas do seu convívio, por isso buscar apoio de amigos e familiares neste momento é essencial. Se a intensidade do assédio for muito grande, envolver ameaças, ou nenhuma das alternativas anteriores terem resolvido o caso, é preciso registrar queixa também na polícia. Não se cale!
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“O assédio é uma agressão emocional e psicológica que pode deixar a pessoa doente, acarretando estresse, insônia, depressão, sem falar que pode evoluir para uma agressão física. Não se deve encarar como uma bobagem. Procure os amigos, familiares, colegas de profissão para que testemunhem os atos do agressor e também e deem apoio necessário para superar o abalo causado por ele”, lembra a psicóloga.
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O assédio sexual pode partir de qualquer pessoa, seja um desconhecido na rua ou mesmo um familiar, dentro de casa. Por isso, se o assediador for alguém conhecido, deixe claro sua insatisfação e também denuncie (se houver abuso sexual então, não tem nem conversa!). Se alguém que detinha sua confiança e que te conhece passou dos limites aceitáveis de brincadeiras ou de flertes o caso merece total atenção. “Se o caso tratar de assédio psicológico ou moral, converse e afaste-se. Não devemos permitir pessoas que nos fazem mal ao nosso redor”, lembra Lia.
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“No que diz respeito ao assédio sexual, não existe uma fórmula ou uma tabela para dizer o que é assédio e o que não é. Isto porque foi-se aceitando e tratando como normal aquele ‘fiu-fiu’ na rua e tratamentos que passam do limite do simples elogio. Mas estamos evoluindo muito neste sentido e, até mesmo perante a justiça, muitos hábitos inoportunos já estão sendo tratados como assédio”, comenta a especialista.
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Lia explica então que o limite sobre o que é assédio e o que é flerte está na concessão e no seu bem-estar. Se você permitiu ou deu abertura ao flerte e à paquera, isso deve ser algo prazeroso e que faz bem para a sua autoestima. Quando a aproximação é feita de um jeito que te faz se sentir ofendida, constrangida, incomodada ou violada, é o primeiro sinal de alerta para o assédio. Além disso, assediador costuma ser insistente e se coloca em uma posição superior que o permite ultrapassar os limites impostos por você, achando que tem poder sobre você.
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No caso do assédio moral ou psicológico, este desconforto também se faz presente. O assediador não costuma “atacar” apenas uma vez, ele insiste em colocar você ou alguma vítima sempre em posição de domínio, testando o poder sobre ele. Portanto, se isso acontecer, deixe claro que você não está satisfeita com a maneira que vem sendo tratada. Se o boy não tem a intenção de te fazer mal e agiu de maneira errada “sem querer”, ele vai entender, se desculpar e mudar de atitude. Agora, se a sua opinião e desejo forem ignoradas, é hora de cair fora, ou em casos mais graves, partir para a denúncia.
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“Dê apoio principalmente no sentido de valorização da autoestima, pois é o que mais fica abalado nos casos de assédio. A vítima costuma se sentir culpada e começa a procurar em si características ou atitudes que deram abertura para o assediador. Ela passa a se questionar e até a achar que ‘mereceu’ passar por aquilo por ter agido de maneira errada”, aconselha a psicóloga.
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Outro ponto importante é mostrar que ela não está sozinha para enfrentar o assediador. É comum que a vítima se sinta fragilizada e se sinta fraca e impotente, pois é colocada em posição de inferior. A menina que sofre assédio tem medo de que o caso se agrave e vive com medo, afinal, estamos falando de uma forma de agressão. Por isso, ajude-a a enfrentar este medo, inclusive na hora de realizar queixas ou denúncias a outras pessoas ou autoridades. Juntas somos mais fortes!
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“É muito comum que o assediador negue que está cometendo assédio”, lembra Lia. Por isto, tente reunir provas. Se for algo recorrente, anote dias, horários, pessoas presentes, tudo o que puder documentar. “Hoje em dia com a tecnologia, é possível até mesmo gravar diálogos para servir de provas”, completa a psicóloga.
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Poder contar com o apoio da sua família e amigas nessas horas também faz toda a diferença! É comum que o assediador te acuse de “louca” e tente te manipular de todas as formas possíveis para que você passe a achar que “é só coisa da sua cabeça”. Por isso, manter a cabeça no lugar e ser firme é essencial, apesar de difícil. Força, mana!