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Entrevista com Restart: a banda da hora

Depois que você conhece pessoalmente os caras da Restart, você entende que todo esse amor das fãs faz muito sentido. Sério. Eles são gente boa, pés no chão, preocupados (demais!) com a galera que curte o som deles, dispostos… É, meninas, eu virei fã. E acho que eles merecem todo o sucesso do mundo porque bom caráter é algo que não se inventa. Ou você tem ou não. E eles têm messsmo. Mas chega de tietar! A seguir, a entrevista com os meninos que fizeram o rock ser mais feliz e colorido.

Como vocês se sentem com esse reconhecimento das fãs? É como viver um sonho, né?

Pe Lanza: A gente sempre teve esse sonho e nós falamos direto que estamos felizes e realizados pra caramba porque estamos vivendo desse sonho agora. E tudo isso, essa parada das fãs, de elas nos reconhecerem na rua e tal, nos deixa mais felizes ainda.

E elas são muito apaixonadas…

Pe Lanza: Como a gente! Nós somos apaixonados por elas!

Nessa correria toda, sobra tempo pra fazer novas músicas?

Pe Lanza: A gente sempre gosta de lançar paradas novas. Se não é uma música, é uma camiseta. Ou uma camiseta com uma música. A gente precisa se renovar, né?

Como surgiu a ideia da domingueira de vocês, que aliás tem feito sucesso total?

Pe Lu: A nossa galera não tinha um ponto de encontro, ficou tudo muito virtual. Além disso, as casas de shows estavam ficando ruins e as mães não queriam deixar os filhos irem. A primeira intenção do Happy Rock Sunday* foi juntar a galera numa festa. A gente faz temático, tem iluminação de balada, som de balada porque a gente sempre chama um amigo nosso que dá pinta de DJ. Nossa intenção, além do show da Restart, é ter um lugar pra galera se encontrar uma vez por mês, numa casa com segurança e estrutura. Os pais podem ir também ou ficar tranquilos em deixar os filhos irem.

Essa preocupação de vocês reflete o que todo mundo tem comentado, que o rock de hoje está mais colorido e mais “bonzinho” e não mais “sujo” como antigamente. O que vocês acham disso?

Pe Lanza: Acho que a rebeldia de hoje tá nisso. Meu pai curtia Guns N’ Roses, Led Zeppelin, e nessa época, todo mundo usava preto, saia dizendo “sou malzão”, “sou roqueiro”, era aquela coisa de sexo, drogas e rock ‘n’ roll. A nossa rebeldia de ser roqueiro hoje tá nessa do rock bonzinho porque a sociedade tá muito escrachada. Antigamente era tudo muito certinho, aí a coisa do sexo, drogas e rock ‘n’ roll inovou. Agora, não. Tem menina que perde a virgindade com 11 anos! Por isso, eu acho que nossa rebeldia tá nessa onda de ser mais certinho.
Pe Lu: Porque a gente é assim também, nós não fomos montados pra ser o que somos. Somos ligados em nossa família, nos amigos e contra violência e qualquer tipo de preconceito. E o que nós mais passamos com essas roupas e com as coisas que falamos é a história do “seja você mesmo, seja feliz com isso e respeite o outro do jeito que você gostaria de ser respeitado”. Então, se o cara quer usar calça de oncinha laranja e verde-limão, não tem problema.

Tudo o que envolve vocês vira hit. Até o vídeo da “puta falta de sacanagem”… O que vocês acharam dessa história toda?

Pe Lu: O começo da história foi chato porque foi o cancelamento da sessão de autógrafos. O vídeo se tornou engraçado porque a menina tava lá, nervosa, e soltou aquela frase… Bom, nas primeiras dez vezes que eu vi o vídeo, eu nem me liguei que ela tinha falado isso. Só depois que todo mundo começou a comentar é que eu reparei. Aí virou nome de blog, os caras do CQC ficaram falando… Foi quando começou a parte chata, porque ficaram debochando dela. E pra gente isso é inaceitável, por que quem nunca disse uma besteira na vida? A má sorte dela foi dizer em frente às câmeras. Depois disso, a mídia colocou ela junto com a gente em todos os lugares. Então, as nossas fãs começaram a criar uma aversão a ela.
Pe Lanza: As pessoas deram muito mais atenção pra isso do que nós mesmos. As fãs ficaram bem chateadas e com ciúme porque elas fazem tudo por nós e não tiveram a mesma chance dessa menina.

Quando sobra um tempinho pra ficar à toa, o que curtem fazer?

Thomas: A gente gosta de ficar um pouco com nossa família. É que a gente tá sempre viajando e trabalhando, nunca sobra tempo!
Pe Lanza: Somos bem normais. Sempre que sobra um tempinho em casa, eu resolvo ligar pra algum amigo que faz tempo que eu não vejo pra combinar uma balada ou qualquer outra coisa. Somos normais!

Vocês sentem falta de sair sem ser reconhecidos?

Koba: Eu acho muito legal esse reconhecimento todo, é a melhor parte da fama! É legal você ver que está fazendo uma coisa que está tocando o coração das pessoas. Eu acho que estamos vivendo a melhor época das nossas vidas!
Pe Lanza: A gente sempre sonhou em sair na rua e ser reconhecido, tirar uma foto, dar um beijo em uma guria que saiba quem você é. Então, não temos saudade de antes, não!
Thomas: A gente quer mais é chegar no shopping e parar tudo!

Vocês têm tudo o que uma banda sonha em ter: hits, milhares de fãs… O que falta?

Pe Lanza: Ah, falta um DVD, vender um milhão de cópias, tocar num estádio… Falta um montão de coisa!
Koba: Mas a primeira coisa de que uma banda precisa, nós já conseguimos conquistar, que são esses nossos fãs, que fazem tudo pela gente e que a gente adora!
Pe Lanza: E falta a carreira internacional, né? Nós acabamos de gravar Levo Comigo em espanhol. Foi o primeiro passo. A gente lançou no MySpace e agora vamos divulgá-la na América Latina. E quem sabe na Europa, no Japão (risos)…

Voltando a falar das fãs, já aconteceu de alguma se declarar pessoalmente e vocês ficarem sem saber o que fazer?

Pe Lu: Nossa, já! Comigo foi numa tarde de autógrafos. Uma menina chegou e disse “você sabe que eu te amo, né?”. Aí eu disse pra ela que também a amava e fui dar autógrafo pra outra menina. Mas ela me puxou e falou: “mas eu te amo mesmo. É sério, é diferente do jeito que essas outras meninas gostam”. Aí eu disse que também gostava dela e a garota me perguntou se ela tinha uma chance. E ela insistia, tipo “fala! Eu sou feia?”. E eu disse que ela era linda, mas ela continuou insistindo…

Se vocês tivessem um superpoder pra mudar o mundo, qual seria?

Koba: Eu mudaria o jeito como as pessoas se tratam. Acho que falta cumplicidade. Entender e respeitar a opinião do outro é muito importante.
Pe Lanza: Não sei se é um superpoder, mas o Michael Jackson tinha uma mensagem bonita, de que parte de você a mudança. Acho que seria bom tomar consciência disso.
Thomas: Ficar invisível. Eu iria adorar ver o que as pessoas fazem no Congresso, ver se eles estão trabalhando direitinho, se estavam fazendo coisa séria ou só zoando.
Pe Lu: A gente já tem um superpoder. A partir do momento em que escrevemos uma música que atinge o número de gente que atingimos… Acho que isso é uma super-reponsabilidade. De vez em quando, ouvimos histórias de meninas que ficaram mais felizes por conta do nosso som, que as ajudou a superar algum problema… Isso é muito bom! Há dois anos, seria esse o superpoder que eu escolheria!
Pe Lanza: Eu queria voar também. Ia ser mó legal estar tocando no palco e, do nada, sair voando… (risos)

O que procuram numa garota?

Pe Lu: Ela tem que ser compreensiva por causa da banda e tudo.
Pe Lanza: Carinhosa, meiga e que goste de mim.
Koba: Bem-humorada, além de ser compreensiva e meiguinha.
Pe Lanza: Ela até pode ter ciúme, todo mundo sente, é natural. Mas tem que entender que a vida agora tá uma loucura. Nós quatro estamos solteiros porque não dá tempo de namorar. Eu sinto falta disso, de domingo à noite, eu quero estar com uma pessoa do meu lado, comendo pipoca e vendo filme, sabe?
Thomas: Fisicamente, eu ad
oro menina loira de olhos verdes.
Pe Lanza: Meninas, mandem suas cartinhas de amor pra mim porque eu não tenho preconceito com ruivas, morenas, loiras, nada!
Pe Lu: Nem eu! Gosto de meninas com cara de bonequinha.

As divas dos meninos

Se pudessem ficar com uma celebridade, as escolhidas (cuidado com o ciúme, hein!) seriam:

Pe Lu: Jennifer Aniston! Nossa, essa mina é maravilhosa!
Koba: A Taylor Swift.
Pe Lanza: Demi Lovato. Aliás, ela veio solteira pra cá por minha causa! (risos)
Thomas: Britney Spears.

Texto e entrevista: Mariana Scherma • Fotos: Luciano Munhoz/colaborador

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