Durante a adolescência, a relação com os pais pode ser difícil. A diferença de gerações, as mudanças constantes e a falta de tempo podem dificultar o diálogo que, apesar de tudo, ajuda a moldar a personalidade dos filhos e leva os pais a conhecê-los melhor. Por isso, conversamos com especialistas sobre o significado das conversas e a importância delas nessa relação.
“Velhos”
A psicóloga e psicopedagoga Paula Roberta de Castro Santos explica que muitas vezes o adolescente já mantém os pais afastados por considerá-los “ultrapassados”, ou seja, acreditam que eles são incapazes de entender “o que acontece com eles, ou com sua vida, amigos, crises”. Mas vale lembrar que seu pai e sua mãe já foram adolescentes um dia e passaram pelos mesmos problemas que você! Paula reforça que “cabe ao adolescente tentar escutar o que os pais dizem, mesmo que lhes pareça inoportuno ou antiquado”. Afinal, é por meio dessa conversa que você pode descobrir que eles têm sempre um bom conselho para te dar.
O sermão
Mas não cabe só aos filhos saber ouvir – a educadora mediadora de conflitos Suely Buriasco explica que os pais também deve saber conversar: “muitos pais chamam os filhos para o diálogo, mas ao invés de conversar com os filhos pregam um sermão”. É nessa hora que você pode surpreendê-los: que tal reagir de forma diferente na próxima vez que houver conflito? Ao invés de responder com impaciência, trancar-se no quarto ou fazer cara feia, diga que entendeu e que vai procurar melhorar. Na próxima conversa, você vai ver como o tom de seus pais vai ser diferente. Dessa forma, eles terão confiança para ter um diálogo de igual para igual com você.
Como aproximar-se?
Muitos filhos sofrem com a falta de tempo dos pais mas, mesmo assim, há maneiras para tornar as brigas menos frequentes. Suely explica que, primeiramente, o filho deve refletir sobre os motivos que levam os pais a discordarem sobre determinado assunto. Assim, pondo-se no lugar deles, fica mais fácil entender a motivação do temido “não”.
Depois, é preciso encontrar um assunto que interesse aos dois lados para, com calma, introduzir o tema principal. Por fim, “é importante que essa abordagem seja feita de forma amigável e com muito respeito, isso fará com que os pais se tornem mais receptíveis”.
Não deu
Quando esse diálogo não se desenvolve, o adolescente pode recorrer a outra pessoa mais velha, porém de confiança. Mesmo assim, Paula explica que o diálogo entre pais e filhos pode evitar uma série de problemas e que, se possível, a ajuda de um especialista pode ajudar a construir essa relação.
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