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Conhece alguém que é racista? Saiba por que essas atitudes não estão com nada

Racismo é crime e pode causar problemas psicológicos e até evasão escolar

Foto: Thinkstock/Getty Images

Você provavelmente já ouviu falar que o Brasil não é um país racista, como muitos outros onde afrodescendentes vivem à margem da sociedade. Mas a história não é bem assim!

Basta refletir: nos colégios particulares, por exemplo, você já reparou quantos dos estudantes são negros? E professores afrodescendentes, quantos você conhece? Ainda na sua escola, quantas vezes você estudou a cultura dos afrodescendentes no nosso país e a influência dela?

Na maioria dos casos, essa resposta é praticamente zero.

Acredite: nada disso é coincidência! Pare para pensar, por exemplo, quantas vezes pessoas afrodescendentes ocupam papéis de destaques nas novelas ou mesmo em cargos importantes do seu dia a dia. A resposta também deve ser a mesma da pergunta anterior.

Partindo, portanto, do princípio de que vivemos sim em um país racista, você já parou para pensar que muitas brincadeiras que rolam na sua sala com colegas negros podem ser racistas? Mais que isso, você já pensou que tipo de problemas essas atitudes podem trazer?

Foto: Thinkstock/Getty Images

Foto: Thinkstock/Getty Images

Brincadeiras racistas, nunca mais!
Presenciar um colega de sala sendo apelidado por nomes relacionados à cor da pele, cabelo e outros traços físicos é bastante comum. Quem faz pode ajudar a diminuir a autoestima do colega e isso traz graves consequências.

“O racismo na escola influencia negativamente no desempenho de suas vítimas, podendo ser causador até da evasão escolar”, explica a advogada Ana Carolina Magalhães Fortes, mestre em educação.

Por isso, vale a pena se policiar e pensar muito bem antes de ter esse tipo de atitude racista. Melhor ainda: que tal conversar com seus colegas sempre que presenciar essas atitudes e ser uma influência positiva para eles?

Bonito não é cabelo liso, bonito é ser como a gente é
Nas revistas e na TV, os cabelos lisos dominam e é raro ver pessoas que fogem do padrão. Além disso, muitas meninas, desde novinhas, sonham em fazer as tais progressivas. Mas será que essa é a preferência da menina? Ou ela foi acostumada a achar que cabelo crespo é uma característica negativa?

Segundo Ana Carolina, muitas mulheres sonham com cabelos lisos, por terem ouvido “brincadeiras” a respeito de seus cachos durante a sua infância. “O racismo gera marcas profundas, mesmo quando são apresentados como ‘brincadeiras’”, lembra a profissional.

Embora o processo seja difícil, o importante é a pessoa gostar de si mesma como ela é, e entender que quem faz as brincadeiras maldosas é que está errado.

Conversar sobre racismo é importante
Se você perceber que os seus colegas de classe não entendem bem o que é o racismo, que tal sugerir que o tema seja tratado em sala de aula?

Segundo a advogada, o assunto não deve ser tratado como tabu. Afinal, falar sobre um problema ainda é a melhor maneira de começar a resolvê-lo.

“Não podemos considerar que esse é um assunto muito ‘pesado’ e que não deve ser debatido com crianças e adolescentes: conhecendo esta realidade e suas consequências, muitos deles passarão a combatê-lo, ao invés de perpetuá-lo. Um dos primeiros passos para a solução nasce da discussão, do debate, da informação”, garante.

Que tal ser você, a partir de hoje, um transmissor dessa informação? Dizer não ao racismo todo dia ajuda a construir uma sociedade mais justa e ambientes mais agradáveis para todo mundo!

Sugestões de filmes sobre o tema

-Homem de Honra
-Invictus

-12 anos de escravidão

-A Cor Púrpura
-Adivinha quem ver para jantar


-Histórias Cruzadas


-Preciosa


-O Mordomo na Casa Branca

-Homens de Honra

Consultoria: Ana Carolina Magalhães Fortes, é advogada, Mestra em Educação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Membro pesquisadora dos grupos Roda Griô GEAfro – UFPI (que estuda relações entre educação e gênero e afrodescendência) e SexGen – UFPA (que pesquisa sexualidade, corpo e gênero). É integrante da Comissão da Diversidade Sexual na Ordem dos Advogados do Brasil secção Piauí – OAB/PI.

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