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Comeback do pop-punk! Gagui Tatto reflete o ressurgimento do gênero musical

Crédito: Divulgação

Com uma estética bem marcante e cheia de estilo, o gênero do pop-punk ressurgiu nos últimos tempos. Desde 2020, diversos novos artistas têm ganhado destaque no mainstream com muito som de bateria e acordes de guitarra. Um dos nomes por trás desse retorno das cinzas é o Travis Barker, baterista da banda Blink-182 (e namorado da Kourtney Kardashian).

Originalmente, o estilo musical bombou no início dos anos 2000 e era acompanhado de um vestuário bem emo, ou seja, tênis All Star, cabelo colorido, spikes pela roupa e camiseta de manga comprida sob camiseta de manga curta. Um jeito que conta com bastante influência da vibe urbana e skatista (alguém lembra de “Sk8er Boi”, da Avril Lavigne?).

Além da própria Blink-182, outras bandas como Paramore, Green Day, Simple Plan e My Chemical Romance guiaram o gênero e emplacaram diversos hits nas paradas musicais. Claro que o pop-punk nunca se deu por acabado, mas foi perdendo a força por volta de 2010, quando a música eletrônica passou a dominar o mercado.

Foi durante a pandemia que o gênero voltou a ganhar espaço de forma bem significativa. O sucesso de “brutal”, da Olivia Rodrigo, é um exemplo disso. Yungblud, Lil Huddy e Maggie Lindemann são alguns artistas que vêm recebendo um guia completo de Travis Barker para produzir músicas do mesmo estilo.

E também teve artistas que se identificaram com o pop-punk e estão fazendo muito barulho (literalmente), como Willow Smith e Machine Gunn Kelly. Sem contar que 2020 também ficou marcado pelo retorno da Avril Lavigne, né? O novo álbum da cantora vai ser lançado no dia 25 de fevereiro e tá com tudo para entregar muita nostalgia referente aos seus primeiros trabalhos.

Para entender melhor sobre as influências e referências nesse comeback do pop-punk nas nossas playlists, a todateen conversou com o produtor Gagui Tatto. Sendo dono de seu próprio selo musical, o Vetune Records, Gagui começou a estudar o estilo e contou tudo que podemos esperar sobre esse resurgimento. Vem conferir!

1 – Nas suas palavras, o que define o pop punk?

O Pop Punk traz uma fusão do “ataque” das músicas punks presente nos riffs de guitarra, tempos rápidos e baterias fortes, com o ar “melódico” do pop evidente nas linhas de voz mais emotivas e letras mais simples e diretas. O gênero surgiu na Califórnia e ganhou destaque por volta dos anos 90, trazendo temas que percorrem desde problemas de adolescência, família, colégio e festas, até visões e críticas sobre diversidade e política (característica que se manteve do próprio punk mesmo).

Já hoje em dia, numa tentativa de “salvar” o gênero e adaptá-lo ao cenário pop atual, estamos sentindo que estão experimentando trazer algumas influências do trap tanto nas letras, como nos arranjos e é isso que tem possibilitado um “retorno” do gênero mundialmente. Podemos dizer que do punk evoluímos pro pop punk e agora estamos entrando numa nova geração (ou talvez um novo subgênero) que podemos chamar de “trap punk”, ou algo do tipo.

2 – Qual a sua relação com esse estilo musical? Para você, como ele se difere dosoutros gêneros?

A minha relação com o gênero surgiu quando eu conheci a banda UELO, que já vinha trazendo o Pop Punk antes de começar a ter essa nova ascensão do gênero, e como eu tinha a missão de produzi-los, tive que estudar muito o Pop Punk.

Eu acho que ele se difere porque o rock estava morrendo no mundo inteiro, e o fato de terem dado novas características para o punk, reacendeu uma luz no fim do túnel para o ele, e como trouxeram o pop nessa estética, o gênero virou muito mais comercial, e é uma tendência muito grande no mercado.

3 – No início dos anos 2000, o estilo estava bombando. O que você acha que fez ele ressurgir nesses últimos tempos?

O que eu acho que fez ele ressurgir foi o fato de terem atualizado o gênero, acho que essa é a palavra. O fato de trazerem bastante da estética do trap, que também é um gênero que está em imensa ascensão no mundo inteiro, e isso modernizou o estilo que veio dos anos 2000.

4 – Uma coisa é fato, o pop punk é muito popular nos Estados Unidos. Do seu ponto de vista como produtor e artista no mercado musical brasileiro, como foi a trajetória do pop punk por aqui?

A trajetória do Pop Punk está sendo construída, ou melhor, reconstruída. A galera emo e a galera que fazia rock, como Nx Zero, Banda Fresno e Day Limns, estão caminhando para trazer o pop punk para o Brasil, para tornar o estilo comum e comercial no país. Isso já está acontecendo super bem, e quando a Vetune Records lançar a banda UELO, vai ser um diferencial, porque ainda não há no mercado muitas bandas de Pop Punk com características tão claras. Geralmente o cantor acaba sendo o principal e, na banda UELO, todos são os principais e têm suas características marcantes.

5 – Para dar um vislumbre do que vem por aí, por que apostar no pop punk em 2022?

Quando eu era uma criança (tenho apenas 20 anos agora), eu consegui enxergar que o trap ia chegar em sua ascensão no mundo inteiro, e eu sinto a mesma coisa com o Pop Punk agora. Esse gênero vai chegar muito forte no mundo inteiro novamente, e eu acredito muito no que eu sempre tive dentro de mim, essa visão das tendências, de acompanhar o mercado musical e ver que a chance disso acontecer é muito alta. Não posso dar certeza porque a gente às vezes erra, mas acredito que dessa vez não errarei, da mesma maneira que foi com o trap, que é hoje um dos gêneros mais escutados no mundo.

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