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Skin Positivity: Júlia Vecchi e Preta Araújo te inspiram a mudar sua relação com a acne e o skincare

Skin Positivity: Júlia Vecchi e Preta Araújo te inspiram a mudar sua relação com a acne e o skincare

Júlia Maria Vecchi é influenciadora digital e empreendedora, dona do perfil @junovecchi. No conteúdo dela, não existe a obrigação de se usar uma maquiagem com alta cobertura, mesmo que esteja com manchas ou espinhas.

“Eu sempre gostei de skincare e quando comecei criar conteúdo no Instagram, mostrava a minha rotina. Minha pele começou a mudar, era visível que estava bastante irritada e com espinhas, então comecei a receber muitas mensagem de insultos, ‘dicas’ do que deveria fazer ou até indicações de medicamentos fortes dos ‘fiscais de pele’. Comecei a me incomodar, pois minha acne não era um relaxo, minha acne não era um descuido, nem má alimentação. Era apenas uma condição daquele momento. Desde então, comecei a expor mais meus sentimentos sobre a pele”, conta a empresária.

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Quem segue a creator de estilo de vida com conteúdo divertido Preta Araújo (@pretaraujo), sabe que ela também trata em seu canal sobre as questões relacionadas à pele e a desconstrução dos padrões.

“Comecei muito despretensiosamente mostrando a minha pele, porque algumas pessoas chegavam para mim na DM dizendo: ‘Nossa, você mostra a sua pele real, coloca nome nas espinhas quando elas surgem, acho isso divertido, aproxima, não me sinto feia com minhas espinhas quando vejo que você lida com isso de uma maneira legal’. A partir desse momento, percebi que existia um diálogo que a gente precisa ter sobre pele. Não foram uma ou duas mensagens que eu recebi, então vi que era uma coisa que as pessoas realmente queriam ter na conversa”, relata a influenciadora digital.

mas afinal, o que é acne?

Segundo o Dr. Franklin Verissimo, dermatologista de Fortaleza, a acne surge por conta de um processo inflamatório das glândulas sebáceas.

“As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas costas, ombros e peito. Nesse período de pandemia os pacientes têm reclamado de aumento de acne. Com a frequência do uso de máscaras pode ocorrer um quadro inflamatório da pele com aumento da secreção sebácea, deixando a pele mais oleosa – o que pode causar ou até mesmo piorar a acne”.

A acne é um quadro multifatorial, ou seja, vários fatores podem ou não estar associados ao seu surgimento. A dermatologista Dra. Fabiana Seidl frisa ainda que principalmente durante este momento de quarentena, várias questões influenciam a pele acneica.

+ Dermatologista tira todas as suas dúvidas sobre skincare

“Estresse, consumo excessivo de alimentos com alto índice glicêmico, uso de produtos incorretos ou mesmo lavar excessivamente o rosto. Esses fatores levam a uma desregulação na produção de sebo pelas glândulas sebáceas, fazendo com que elas aumentem sua produção, com isso há a piora da oleosidade e consequentemente da acne”.

Segundo a dermatologista, o lado emocional é outro fator.

“Quando estamos estressados ou ansiosos liberamos uma quantidade maior de cortisol. Essa substância estimula a produção de hormônios androgênicos que são responsáveis por aumentar a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e consequente surgimento ou piora da acne”.

A Dra. Seidl alerta também para o manejo do álcool em gel.

“Em hipótese nenhuma, deve ser aplicado no rosto. O álcool resseca muito e pode causar irritações e dermatites piorando o quadro de acne”. Neste contexto de pandemia, também vale pensar na relação da pele com a máscara. “O uso de maquiagem por baixo da máscara é altamente contra indicado, pois a maquiagem em contato com o tecido ou material do equipamento de proteção gera umidade e sujeira, o que leva a diminuição do tempo de duração da proteção da máscara, ou até a sua ineficácia”, complementa o Dr. Verissimo.

mitos sobre a acne

Dra. Lais Leonor, dermatologista da clínica Dr André Braz no Rio de Janeiro, separou as principais dúvidas que chegam em seu consultório sobre a acne.

Confira:

1) protetor solar aumenta as chances de desenvolver acne

Mito! Antigamente sim, já que as fórmulas dos produtos eram mais pesadas e comedogênicas, causando a obstrução dos poros. Mas hoje em dia existem texturas ultraleves, específicas para peles oleosas ou acneicas e inclusive com ativos seborreguladores na fórmula, que não só não causam acne como ajudam a evitá-la.

2) usar hidratante na face aumenta a acne

Mito! A pele acneica precisa ser hidratada porém com o hidratante específico para esse tipo de pele. O efeito rebote é o aumento da produção de sebo quando removemos toda oleosidade da pele. É um mecanismos de defesa em que o organismo produz mais sebo para repor essa gordura perdida. Pele desidratada aumenta a acne.

3) os tratamentos para acne são iguais

Mito! Os cuidados com as espinhas dependem totalmente da causa. Por isso muitas pessoas tomam todos os cuidados básicos e usam secativos sem sucesso. Isso porque se a causa for interna, hormonal por exemplo, de nada adianta tratar só por fora.

4) chocolate causa acne

Depende! Já está comprovado que o que causa o surgimento das marquinhas vermelhas no rosto é o excesso de açúcar (presente em muitos doces achocolatados, principalmente na versão ao leite) e refeições com alto índice glicêmico (alto em açúcares e carboidratos refinados, como pães, massas e bolos).

como cuidar (de verdade) da nossa pele?

“Sua rotina de cuidados com a pele deve ocorrer duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Basicamente é importante limpar a pele com sabonete específico ao seu tipo de pele, tonificá-la para refrescar e estabelecer um ph natural. Logo em seguida , aproveitar a pele limpa para receber ativos como vitamina C, hidratantes e a proteção solar. A noite, o demaquilante é indicado seguido de produtos para regeneração noturna”, detalha a Dra. Leonor. Para saber exatamente qual é o seu tipo de pele, quais cuidados precisa tomar e o tipo de produto mais indicado, consulte uma dermatologista.

Skincare: cuidado com as dicas que você vê no Instagram

A Dra. Seidl também destaca que uma dieta balanceada, rica em legumes, verduras e frutas, com carboidratos de baixo índice glicêmico são ideais para quem está nesta rotina de cuidado com a pele. “Além disso, podemos aumentar a ingestão de ômega 3, pois ele ajuda a diminuir a inflamação. Algumas dicas de alimentos são: arroz integral, quinua, aveia, salmão, sardinha e castanha do Pará”.

outra camada do cuidado: o amor e aceitação

“A minha relação com a minha pele hoje é uma das melhores possíveis, porque eu consegui entender o tipo de pele que eu tenho, o que preciso fazer e como respeitar se ela está com um aspecto liso, com espinhas, cravos ou manchas”, relata Preta Araújo. “Quando comecei a ter uma pele mais acneica, tive um abalo na minha autoestima porque nos vendem que uma pele perfeita é uma pele lisa, sem nenhum tipo de mancha ou acne”, completa a creator.

“A indústria da beleza quer vender uma ‘pele real’ mas sem de fato representar ali uma pele real. Colocam sempre uma modelo com o rosto bem marcado, fino, sem poros. Então acaba sendo um discurso vazio. Não vejo meninas com o rosto gordo em publicidades de cremes tecnológicos, pessoas pretas retintas, mulheres com acne, vitiligo ou melasma, ou mais orientais sem ser em produtos de origem oriental. Acaba sendo um rolê em que é vendida a cútis perfeita, um padrão estético, ‘alinhado e simétrico’”, expõem Júlia Vecchi.

“Eu vejo a skincare como uma forma de relaxamento e encontro comigo sabe, não faço esse momento ser algo para mudar algo em mim, e sim me deixar bem com a imagem que vejo no espelho sem maquiagem”, completa a influenciadora.

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Araújo reforça a importância de compreender a pele como o maior órgão do corpo humano, que não é tão simples e requer um cuidado específico, mas que não necessariamente necessita de grandes investimentos em uma quantidade ampla de produtos.

“Acho importante pesquisar com dermatologistas para entender do que você realmente precisa. Lógico que nem todo mundo tem acesso à dermatologia, mas a gente consegue pesquisar profissionais que falem sobre pele e obter informações, dicas, que te ajudem a entender melhor a sua”.

skin positivity

Nascido fora do Brasil, o movimento que prega o fim das opressões do mercado da beleza começou a ser difundido no país, estimulando uma relação mais saudável com o que antes eram chamadas de “imperfeições da pele”.

“Para mim é um movimento que acolhe as nossas diferenças. No caso, nenhuma pele é igual… nenhuma pele é perfeita, e isso está tudo bem. Entender a sua relação com ela, se sentir bonita com maquiagem, mas quando você tirar entender cada pedacinho da sua pele”, diz Vecchi. “É um movimento que te da forças para bater de frente com a fala do outro, pensar apenas no que te faz bem e confortável, entender que cada corpo tem seus traços únicos, cada marquinha conta um pouquinho de você… então nós temos que olhar com carinho pro nosso templo”.

Como a pressão dos padrões estéticos acaba sendo mais fortes para as mulheres, o skin positivity tem se tornado um ato corajoso relacionado à emancipação feminina.

“É um ato feminista, romper com o que esperam da aparência da mulher e fazer o que ela realmente deseja. Acho que vai nessa linha, mas é sempre importante entender que o feminismo tem várias camadas, então essa vibe referente ao skincare também tem suas camadas quando a gente racializa”, pontua Araújo.

como transformar essa relação com a pele?

Ambas as influenciadoras apontam para a necessidade de rever quem você anda seguindo e dar um follow em corpos reais.

“Seguir pessoas que se pareçam com você te tiram esse sentimento de frustração, ou pelo menos te faz entender que você não é a única com a pele que você acha que é feia, porque não está dentro do padrão imposto. Eu acho que é muito legal filtro (eu tenho 500 filtros salvos no meu destaque) mas é uma coisa para nos divertir, não é para você ficar preso, e com a maquiagem é igual!”, diz Araújo.

Para finalizar, Vecchi indica que todo mundo siga a @pretaraujo – que por coincidência falou com a gente nesta matéria – bem como a fundadora do movimento Pele Livre e colunista da @bonitadepele, Kéren Paiva (@kerenpaiva).

“Também amo a Sofia Grahn (@isotretinoinwiths) que é uma mulher gringa, foi uma das primeiras influenciadoras com pele acneica que eu conheci. Gosto muito de acompanhar o Instagram da minha dermatologista, a Monalisa Nunes (@monanunesoficial)”.

Araújo também indicou o perfil da Dra. Nunes e deixou os @’s de outras pessoas que estão fazendo a diferença neste setor.

Damata Makeup (@damatamakeup) é uma mulher preta que fala de maquiagem e skincare no perfil dela, indico porque a admiro muito, principalmente porque ela trata a beleza negra com cuidado e atenção. A Nátaly Neri (@natalyneri) é minha amiga pessoal e cria conteúdo relacionado à aromaterapia e outros cuidados com o corpo. Tássio Santos (@herdeiradabeleza) fala de beleza e skincare, ele é um homem negro e baiano que representa muito a gente e traz essa conversa de uma maneira mais leve. Vale também assistir o documentário da Netflix ‘Skin‘, que trata de questões da pele negra e porque algumas pessoas querem clarear a pele. Acho que é um documentário bem interessante para as pessoas assistirem e entenderem questões que vão para além de acnes e manchas, mas também tons de pele”.

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