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Entrevista com Thiago da banda In Box

Confira o bate papo exclusivo com o Thiago da banda “In Box”

A banda In Box surgiu em 2006 na cidade de Belo Horizonte, capital mineira. Em poucos meses, o sucesso chegou e em setembro do mesmo ano, os meninos tocaram para mil pessoas no Hard Rock Café. Depois vieram os shows em outras cidades e o primeiro CD com 11 faixas em 2008. Atualmente os fofos se moram em São Paulo e estão cada vez mais dedicados à carreira! Confira o bate papo exclusivo que a tt fez com o vocalista e guitarrista Thiago. Tá TDB!

tt: Vocês são mineiros e vieram pra São Paulo. Quando vieram, foi pra tentar a sorte mesmo ou já tinham algo em vista com gravadora? Como foi esse caminho?
Thiago: A gente sempre quis fazer um trabalho com as nossas músicas próprias e em Belo Horizonte essa cena é bem fraca, sabe? BH tem público pra cover de rock, mas não existe um lugar para as bandas novas tocarem, as pessoas não consomem bandas novas. Aí fomos caçar um lugar pra gente e o melhor lugar é São Paulo, onde tem essa cena. Bem no início da banda nós tivemos um contato com o Rock Bonadio e ele disse que até tinha gostado da música que mostramos, mas aí ele disse “pô, vocês não são uma banda ainda. Têm um mês de banda! Vão ralar, vão virar uma banda e depois vocês me procuram de novo”. Quando pensamos em vir pra SP, nós entramos em contato com ele. Nós já tínhamos um CD feito em BH com 11 faixas, que eram bem acessadas na internet. Aí ele falou, “pô, legal… mudem pra cá que a gente trabalha junto, sim, vamos fazer!”. Ele produziu um Ep nosso com quatro faixas e depois disso fechamos contrato.

tt: Você acha que ter chegado em São Paulo mudou algo no som da banda? O quê?
Thiago: Ah, mudou tudo. O meio onde você vive acaba sempre interferindo. As pessoas com quem a gente convive, os amigos novos que fizemos… Aí você ouve uma banda nova que um desses caras curte, vai a um show, conhece outras coisas e isso interfere, sim. Talvez nem pra pior nem pra melhor, mas diferente, com certeza! A gente mudou muito no visual e no som, desde o primeiro CD. Mas ainda assim com a nossa cara, se você ouvir nosso primeiro CD vai sentir que evoluímos, mas sem deixar de ser a gente mesmo.

tt: Você disse que vir pra SP mexeu no visual da banda também… Como foi isso?
Thiago: De certa forma sim, mas nada forçado. Nós usamos as coisas que gostamos. Você bate os olhos nas nossas fotos e não tem aquela história de “nossa! O que eles estão vestindo?”. Você percebe que é uma banda de rock e pronto. Em BH, nós tínhamos bem pouco essa preocupação. Quando íamos fazer foto, a gente só escolhia nossa melhor roupa e pronto. Agora esse é o nosso trabalho, a identidade visual da banda é tão importante quanto o som em algumas situações. Por exemplo, quando a pessoa pega nosso CD numa loja, ela tem que sacar o que é a banda pela roupa e pela nossa postura nas fotos. Então, agora a gente sai e olha roupa porque temos esse cuidado. É uma parte muito importante.

tt: Toda banda sempre tem algum perrengue de começo de carreira, me fala qual foi a maior dificuldade que vocês enfrentaram até agora.
Thiago: Não tem uma história assim, de filme. Mas são as histórias de toda banda. A dificuldade de largar a família, tinha os que namoravam e os quatro morando junto também… Isso rende história, mas agora não estou me lembrando mesmo. Os quatro morando juntos… É esquisito (risos). Você depende dos caras, precisa estar ligado no que os outros estão fazendo, é quase como um casamento. E no começo a cidade era estranha, nós não tínhamos outros amigos, então ficávamos o dia todo um olhando pra cara do outro. Aí começam aquelas dificuldades de convivência, de ter que amadurecer mais cedo, coisas de toda banda. Precisamos aprender muita coisa na marra, mas não me vem nada específico na cabeça…

tt: Por que o nome In Box?
Thiago: A gente tinha outro nome e uma outra banda tinha o mesmo nome. Deu o maior problema, e nós tínhamos um show marcado e precisamos mudar rápido. Cada um falou o que tinha na cabeça e In box foi o que soou melhor. Era fácil, não tinha nada parecido com ele. E ficamos com esse nome mesmo.

tt: Quais as maiores influências do som da In Box? Vocês quatro curtem as mesmas bandas?
Thiago: Sim e não. Nós temos em comum bandas que todos curtem, mas cada um tem suas preferências. O Marcos, que é baterista, acho até que por ser baterista, adora música latina, samba, porque a coisa do ritmo é bem forte. O Jonas adora bandas de heavy metal. Eu e o Fernando gostamos muito do rock anos 80, Bon Jovi, Aerosmith, essas bandas que tinham o guitar hero, o Slash do Guns N’ Roses, até porque nós dois somos os guitarristas. Aí temos que filtrar as referências pra não ficar um som cheio de informação, sabe? O In Box tem uma forte referência de Foo Fighters, no jeito de tocar os instrumentos mesmo, não no discurso nem nas letras. É mais o jeito de tocar no palco, é rock, é vigoroso. Mas nossas harmonias me lembram muito os anos 80, as bandas que te falei antes, Bon Jovi, Aerosmith, Van Halen… Esse hard rock de Los Angeles. Mas a gente absorve um pouco de Paramore, Green Day também, na questão de arranjo. É que é difícil definir, no caminho pra cá eu tava ouvindo Led Zeppelin, mas à noite posso querer ouvir jazz. Tudo reflete no som que fazemos.

tt: Assinar com gravadora mexe muito com a vida de uma banda, tem que gravar clipe, fazer divulgação mais intensa… Qual é a parte que você mais curtiu?
Thiago: Olha, eu continuo curtindo mais a parte dos shows, de tocar ao vivo, ainda mais um show lotado. Mas no nosso caso, a coisa foi um pouco lenta porque a gravadora trabalhou aos poucos com a gente, etapa por etapa, tudo calculado. Não foi aquela história de chegar e o clipe aparecer na tevê, tudo ao mesmo tempo. Mas eu gosto de tudo. Gravar CD, entrar em estúdio, ainda mais um estudiozão, como é o Midas, trabalhar com o Rick, gravar clipe, adoro! É muito divertido! A única coisa que me deixa meio assim é sessão de fotos, fico meio sem graça…

tt: Qual é a música do CD que você indica pra quem não conhece a banda ouvir porque explica certinho a essência da banda? Pode ser mais de uma…
Thiago: Então, o nosso single que lançamos em fevereiro e já gravamos clipe chama Me Despeço, é uma balada. Eu aconselho que escutem também A Velha Opinião. Essas são minhas preferidas.

tt: E vocês todos já se conheciam?
Thiago: Eu e o Fernando somos de BH. O Marcos é de Ouro Preto e o Jonas de Vazante, mas quando começamos, ele já morava em BH. A gente estava com a viagem marcada pra São Paulo, mas não tínhamos baterista porque o cara que tocava com a gente foi chamado pra tocar com César Menotti & Fabiano. Aí pensamos em arrumar um baterista em São Paulo. O Fernando era produtor musical em BH e foi pra um estúdio gravar uma banda de Ouro Preto, na qual o Marcos era baterista. O Fernando me ligou e disse “vem cá, Thiago, tem um cara muito bom na bateria. Ele toca pra caramba!”. Aí acordei meio sem querer e fui. Trocamos uma ideia com ele, explicamos a nossa situação, ensaiamos umas músicas e foi bom pra caramba. Ele veio com a gente na raça! Foi a maior sorte, né? A gente nem conhecia o cara! E deu supercerto, desde então a formação é a mesma!

Texto: Letícia Greco
Entrevista: Mariana Scherma
Foto: Reprodução/Twitter

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