Só neste ano, ela fez dois filmes, mesmo com a turnê mundial de seu último CD, I am… Sasha Fierce. Pra quem não sabe, essa tal da Sasha é o outro lado da cantora, sua versão mais selvagem, ousada e forte. Mas, vamos combinar, Beyoncé nem precisava disso, afinal, quem duvida que ela não esbanje força e determinação com uma carreira tão bem-sucedida?
tt: Por que você acha que os seus clipes despertam o espírito da atuação em outras pessoas, já que sempre tem uma galera que faz vídeos imitando-os?
“Neste álbum eu queria me concentrar na simplicidade, então, todos os clipes têm sido em preto e branco. E Single Ladies foi feito em uma sala totalmente branca: bem simples, artístico e o que importava era a coreografia. Eu gasto bastante tempo e esforço, coloco cada pedacinho de mim em tudo o que faço e acho que as pessoas apreciam isso.”
tt: Você está na estrada há tanto tempo. Como consegue escolher as canções que farão parte de um show?
“É muito difícil. Acho que fiz umas 40 músicas para minha turnê atual. Nos ensaios é bem complicado, porque todos têm as suas canções favoritas. Ao mesmo tempo, quero dar aos fãs o que eles querem.”
tt: Uma das coisas que todo mundo comentava na última turnê foi quando você teve aquele pequeno acidente (em que ela rolou escadaria abaixo), mas se levantou e continuou dançando.
“Ah, o acidente… Sim, com certeza eu me canso, erro, caio escada abaixo, esqueço a letra às vezes. Mas a vida é assim. Acho que a pergunta é: ‘o que você irá fazer depois disso?’. Sempre se levante e faça que isso a torne mais forte.”
tt: O processo de gravação dos seus clipes é cansativo?
“É bem estranho estar no vídeo e dirigi-lo ao mesmo tempo. Mas é ótimo. Os clipes são simples, o que importa é a performance. Broken Hearted Girl, por exemplo, é bem emotivo. Eu ouço muitas garotas dizendo, sobre Broken Hearted Girl (‘garota de coração partido’, em inglês), que finalmente escreveram uma canção que diz exatamente o que elas sentem.”
tt: Este ano tem sido agitado para você, com direito a papéis no cinema também…
“Eu sei, sempre acumulo funções. Às vezes, fica meio confuso. Fiz um filme chamado Obsessed, logo depois de Cadillac Records, no qual sou uma mulher que luta pela família dela. E eu adoro porque, geralmente, nos filmes, quando alguém ataca a sua família, a esposa liga para o marido e é o homem que vem e salva o dia. Mas não a mulher que eu faço. A Sharon é muito forte e ela é mais o tipo que eu conheço.”
tt: Qual foi a coisa mais difícil pela qual você lutou em sua vida?
“Não sei, eu tenho que lutar por tudo. Tudo o que valha a pena que você lute. Você luta em seus relacionamentos. Eu luto pela minha carreira. Para ficar em forma, porque sinto tentação em comer o bom e velho chocolate e tudo aquilo que todo mundo ama. Tudo é uma luta (risos), mas vale a pena.”
tt: Você disse anos atrás que se aposentaria aos 21. O que pensa sobre isso agora?
“Hum… Eu disse que iria me aposentar aos 21? Uau! Eu devia ter 15 anos ou algo assim quando disse… O que acho é que são realmente incríveis as coisas que já conquistei. E penso que meu maior objetivo foi ser capaz de me aposentar, se eu quisesse, aos 21 anos, mas não fui capaz. Eu não estava nesse nível aos 21. Mas é bom saber que me esforcei muito. Em nossa primeira turnê (com as Destiny’s Child), nós ficávamos em hotéis, espremidas em uma cama só. Nós todas viajávamos de avião na classe econômica mesmo com um disco número um e trabalhávamos duro. Parece muito melhor quando você trabalha duro pelo que faz.”
tt: Como é se apresentar ao redor do mundo inteiro?
“A música é muito poderosa. É a única coisa que todos sentimos ao mesmo tempo. Mesmo se você não fala a mesma língua, sente a emoção, a batida, a melodia. E não importa se eu estou no Japão, na África ou na Índia — em qualquer lugar. É incrível ver como somos todos iguais.”
Texto: Liliane de Lucena
Tradução: Ricardo Piccinato
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