Um dos grandes amigos de Shawn Mendes, o compositor Teddy Geiger, que trabalhou com o cantor em muitos de seus sucessos (incluindo o novo álbum, que ganhou o nome de The Album), vem passando por uma transição de gênero desde 2017. Em entrevista à Billboard, Shawn demonstrou total apoio a amiga.
Teddy Geiger antes e após transição de gênero -Fotos: Getty Images
“Houve um momento em que me lembro de me referir a Teddy como ela, sem pensar, e leva tempo para aprender isso, obviamente. E o jeito que ela olhou para mim foi com uma quantidade intensa de alegria que eu juro que, se todos no mundo experimentassem um de seus melhores amigos vivendo isso, não haveria perguntas. As pessoas não questionariam. Não vale a pena questionar. Deixem que as pessoas sintam e vivam como querem.” comentou o cantor sobre transição de gênero. Fofo demais, né?
Entenda quem são as pessoas que passam por transição de gênero:
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Segundo o psicólogo Breno Rosostolato, transgêneros são todos aqueles que não se identificam com o gênero que socialmente são indicados como “certos” de acordo com o seu sexo. “É um conceito dentro de uma realidade social em que as pessoas possuem gêneros (homens/masculino ou mulher/feminino)”, explica -Foto: Shutterstock
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Dentro desse contexto, as pessoas estão acostumadas a se expressarem socialmente como mulher ou homem (expressão de gênero) e se comportarem como mulher ou homem (papel de gênero), a partir do que a sociedade impõe como “coisas de mulher” e “coisas de homem”, através das roupas que usa, a maneira de se comportar e aparentar -Foto: Shutterstock
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Assim, reconhece-se como mulher ou homem a partir do comportamento e gostos (identidade de gênero), o que nem sempre corresponde ao gênero apontado no nascimento, ou seja, associado ao órgão genital. Transgêneros são pessoas que possuem identidade, papel social ou expressão de gênero diferentes do que lhes é imposto pelas regras impostas -Foto: Shutterstock
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As regras impostas envolvendo gênero são chamadas de cissexismo. Nada mais é do que a noção de que só existe um tipo de corpo e que só se admite o binarismo sexual, ou seja, ou só se pode ser homem ou mulher. Tudo isso é reproduzido desde que a gente nasce, quando, em caso de meninas, são dadas roupinhas e brinquedos rosas e coisas que as pessoas acham “de mulher”, como panelinhas e bonecas -Foto: Shutterstock
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Identidade de gênero é como a pessoa se sente e se reconhece no mundo. Como sua identidade é constituída e tem a ver com gênero. Orientação sexual é como a pessoa direciona seu desejo e prazer, logo, uma mulher trans pode ser heterossexual, homossexual, bissexual ou assexual. Ou seja: identidade de gênero e orientação sexual não estão ligadas -Foto: Shutterstock
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A homofobia é o preconceito associado ao desejo da pessoa por alguém do mesmo sexo. A transfobia é o preconceito relacionado a um corpo definido pelo genital, e que não corresponde a como a pessoa se sente -Foto: Shutterstock
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“Acho que é indelicado e inapropriado especular sobre a vida de uma pessoa trans. Sobre seu corpo, prática sexual, a não ser que a pessoa te permita a isso e autorize. A sociedade possui uma concepção errônea de invadir a vida do transgênero e vê-lo como exótico. Ninguém fica perguntando sobre o meu corpo ou sobre minha sexualidade, portanto, a maneira de reconhecer um transgênero é deixar com que ele se diga e se autodenomine como um”, explicou Rosostolato -Foto: Shutterstock
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Participe de debates, discussões sobre as questões, dificuldades e conflitos que vivem outras pessoas na mesma situação. Não se sinta sozinha ou excluída. A transgeneridade é uma realidade histórica, verdadeira e legítima. Precisamos falar cada vez mais sobre o assunto -Foto: Shutterstock
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Você pode ainda procurar um lugar em sua cidade que atenda pessoas trans. Em São Paulo, dois lugares de referência acolhem as pessoas trans e familiares. O primeiro é o Hospital das Clínicas. O outro, o mais recente inaugurado Núcleo de Estudos, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans -Foto: Shutterstock
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O psicólogo explica que o apoio é muito importante neste momento, assim como informação e conhecimento. “Conhecer é a melhor maneira de combater o preconceito e acolher as pessoas trans”, lembra -Foto: Shutterstock
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“Sim. É importante a avaliação, até porque, existem casos de pessoas que se arrependeram depois e o conflito torna-se ainda maior, mas é preciso elucidar uma questão importante. Muitas pessoas acham que todo transexual é aquele que vai realizar a cirurgia de mudança de sexo, e não necessariamente.”, explica Breno -Foto: Shutterstock
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“Existe uma concepção equivocada que o transexual odeia seu genital, e não é verdade. Muitos convivem bem com o órgão genital. A transfobia é aquela que faz com que transgêneros sejam constantemente indagadas pelo seu corpo, se fez ou não a cirurgia. São classificadas como pessoas que nasceram ‘no corpo errado’ ou suas identidades vistas como fetiches”, completa o psicólogo -Foto: Shutterstock
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Para as pessoas que querem fazer a cirurgia, a dura realidade do país não é nem um pouco confortável. Primeiro que existem poucos profissionais que entendem sobre transexualidade e sabem acolher esta demanda, além da dificuldade de encontrar profissionais adequados que sabem receitar hormônios corretos para cada corpo -Foto: Shutterstock
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As pessoas trans aguardam anos na fila para realizarem a cirurgia, o que causa grande sofrimento. Necessitam de laudos para atestar quem de fato são. “O Brasil precisa rever alguns procedimentos e protocolos. O transgênero que quer fazer a cirurgia não tem esse tempo todo”, comenta o especialista -Foto: Shutterstock
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O SUS (Sistema Único de Saúde) reduziu a idade mínima na rede pública de 18 para 16 a idade para início do tratamento hormonal e psicológico. Para a cirurgia de mudança de sexo, de 21 para 18 anos. “O uso de hormônios é algo delicado e que necessita de atenção, cuidados e muita pesquisa e debates. Cada caso deve ser analisado com cautela”, aconselha Breno -Foto: Shutterstock
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu que adolescentes transexuais têm direito a realizar tratamento hormonal antes da puberdade, desde que possuam orientação médica e autorização dos responsáveis. Isso porque muitos jovens recorrem à tratamentos clandestinos por falta de uma legislação mais adequada -Foto: Shutterstock
Entendeu melhor sobre transição de gênero? Então é hora de deixar o preconceito para lá!