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Mulheres na política: por que há pouca representatividade feminina?

Saiba o que devemos fazer para ter mais girl power no governo!

mulheres na política
Fotomontagem: Isadora Andrade e iStock

A gente sabe que é muito importante praticar o girl power em todas as áreas, inclusive na política. As mulheres representam mais da metade da população brasileira (51,5% em 2017, de acordo com o IBGE), mas sabia que ainda são minoria nos cargos políticos? O Brasil ainda tem pouquíssima representatividade de mulheres na política, e, para entender isso, conversamos com duas cientistas políticas sobre o assunto.

Saiba por que existem poucas mulheres na política e o que devemos fazer para mudar isso:

Por que existem tão poucas mulheres na política?
Mayara Rachid, graduanda em Ciências Sociais, esclarece que as mulheres só puderam entrar na política em 1933, quando Carlota Pereira de Queiróz foi a primeira a ocupar uma vaga no Congresso brasileiro. Ou seja, a representatividade feminina teve um início bem tardio.

Além disso, “a desigualdade que existe na política reflete a desigualdade que as mulheres enfrentam em outros campos“, explica Verônica Devá, pesquisadora na área de gênero e política. Ela afirma que os cargos de liderança são pouco ocupados por figuras femininas, pois vivemos em uma sociedade em que as pessoas estão acostumadas a pensar que as mulheres não são capazes de assumir responsabilidades que são associadas aos homens. Verônica também diz que as mulheres são pouco educadas e incentivadas a ir para esses cargos políticos importantes e disputar com os homens e, por isso, não se candidatam; logo, não são eleitas.

Quais são os efeitos dessa baixa participação das mulheres na política?
“Só é capaz de formular políticas públicas quem possui real vivência e conhecimento dos problemas de um determinado grupo. Se houvesse maior representatividade no Congresso, com certeza as pautas femininas ganhariam maior força”, explica Mayara.
Verônica ainda acrescenta exemplos que não possuem tanta atenção, como leis mais rígidas que garantem a segurança da mulher e até programas de acolhimento para mulheres em situação de violência.

“Deixar a salvação do mundo para os homens? Eu acho que não.”

Como esse quadro de baixa liderança feminina poderia ser mudado? Quais medidas seriam ideais?
Verônica Deviá explica que isso deveria ser feito com a ajuda da lei que exige que todo partido político tenha, no mínimo, 30% de candidatas mulheres. Mas, infelizmente, parece que essa medida não tem ajudado muito, já que vários partidos colocam candidatas “laranjas”, ou seja, inscrevem mulheres sem elas saberem só para cumprir as cotas.

O importante é incentivar as mulheres a ocupar esses espaços de debate, e é responsabilidade das mulheres que já estão na liderança acolher outras mulheres. O nosso papel é votar em candidatas que apoiam as pautas femininas, bora colocar isso em prática?

Algum dia será possível ter um número parecido de homens e mulheres nos cargos políticos?
“É difícil fazer afirmações a longo prazo, mas se cada um assumir seu papel na cidadania e se as mulheres entenderem o quanto é importante e necessário lutar por um lugar de representação na política, certamente é meio caminho andado”, diz Mayara Rachid.

Depois do primeiro turno das eleições de 2018, o percentual de mulheres eleitas para a Câmara cresceu de 10% para 15%. Ainda estamos distantes do ideal, mas já é um primeiro passo, né? Vamos continuar votando em candidatas que representam as questões femininas importantes para todas as mulheres?

Consultorias: Mayara Rachid, graduanda em Ciências Sociais com ênfase em política pela Unicamp e integrante do Observatório das Eleições
Verônica Deviá, mestra em Relações Internacionais pela USP e pesquisadora de Estudos de Gênero e Política do Departamento de Ciência Política da USP

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