Neste domingo (15) a 4ª temporada de “The Crown” foi disponibilizada na Netflix e o destaque dessa fase do seriado vai para a interpretação de Emma Corrin como Diana Spencer, o trabalho de styling da equipe ao encontrar peças extremamente parecidas com as da princesa e até réplicas dos looks de Lady Di, como também a presença especial de Sam McKnight como hairstylist.
O cabeleireiro foi responsável pelos fios da Princesa Diana e chegou a comentar para a Vogue britânica que teve experiências de déjà vu enquanto cuidava de Corrin.
Assim como McKnight, os fãs também acharam a atriz bem parecida com a icônica Lady Di, e para tornar tudo ainda mais nostálgico, a todateen conversou com Suzana Elias Azar (@suzanices), jornalista com especialização em moda e estilo de vida que representa o Fashion Revolution (@fash_rev_brasil) na cidade de Santos, para relembrar a influência de Spencer na moda.
Diana foi uma das primeiras pessoas públicas a falar abertamente sobre seus transtornos alimentares, chamou a atenção para diversas causas sociais, especialmente a luta contra a Aids, fez questão que seus filhos tivessem uma infância o mais distante possível dos flashes da realeza, recusou-se a declarar obediência ao marido no casamento, quebrou protocolos reais, ressignificou roupas esportivas e adiantou diversas tendências que marcaram os anos 1980 e 1990, influenciando a moda até hoje.
Quer ver?
o vestido de casamento
Em 1981 o mundo estava longe de ter a cobertura midiática que é realizada nos dias atuais, mas mesmo assim, cerca de 750 milhões de pessoas de todo o mundo pararam o dia para acompanhar, da forma que fosse possível, o casamento da jovem de 19 anos com o futuro rei da Inglaterra. “Naquele momento Lady Di era a princesa de contos de fadas. Só que a jovem sofria de bulimia e emagreceu muito antes do casamento, com isso, foram necessários diversos ajustes, quase diários, e praticamente o vestido foi costurado em seu corpo pelo casal de designers recém formados Elizabeth e David Emanuel”, diz Suzana fazendo referência à dupla de estilistas que faz sucesso até hoje.
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Após a separação, Elizabeth continuou com o trabalho criativo, e até vestiu a Branca de Neve de Walt Disney no 60° aniversário, enquanto David seguiu no mercado de casamentos e tem seu próprio programa no Discovery Home & Health, uma versão britânica do “Vestido Ideal”. A dupla estava no começo da carreira quando vestiram Lady Di, e segundo a jornalista, foram os responsáveis pelo vestido preto que Diana usou em sua primeira aparição pública como noiva do príncipe Charles – uma quebra do protocolo, já que a realeza só usava preto em funerais.
“O vestido do casamento foi mantido em segredo (todos os materiais e o vestido eram guardados em um cofre) e surpreendeu o mundo. O vestido de Lady Di era extravagante, em tafetá de seda com 10 mil pérolas, cauda de 7,6 metros, mangas bufantes, véu em chiffon de seda. Era tão volumoso que quase não coube na carruagem. Foi copiado por noivas dos mais diferentes países, se tornou o modelo preferido das noivas dos anos 80”.
suéters coloridos
A mesma mulher que fez o mundo parar para se encantar com o luxuoso vestido, também amava um suéter estampado e bem colorido.
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“Diana era uma princesa que tentava mostrar o lado pessoa comum além do glamour sempre associado a realeza. Seria uma tendência casual, precursora do que entendemos por loungewear hoje em dia. Não é a toa que na quarentena vários looks de Lady y voltaram a cena, todos na pegada mais casual”.
terninhos e elegância
Em um mundo em que não se pensava em mulheres da realeza de calça, Lady Di usou smokings em eventos de gala. “Diana sabia utilizar a moda a seu favor e tudo que usava se tornava objeto de desejo rapidamente. Os terninhos usados por uma princesa da mais famosa família real sem dúvida influenciaram a moda internacional trazendo o traje de inspiração masculina para o universo feminino e em ocasiões diferentes que no mundo corporativo”.
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Suzana emenda que o hábito da princesa virou uma tendência com nome empoderado: “Os terninhos e blazeres (boa parte com ombreiras) faziam parte da tendência da época intitulada Power Dress e passavam a ideia do poder feminino no universo do trabalho, Diana extrapolou levando o Power Dress para o dia a dia e fora do ambiente profissional”.
o estilo casual dos anos 1990
Apesar dos vestidos de gala e smokings fora do ambiente corporativo, Diana não abandonava conforto, e não se importava em ser fotografada com Mom jeans, blazers oversized, camisas e até botas country.
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“Era uma princesa que no dia a dia, quando não estava em compromissos oficiais muito pomposos, optava por looks confortáveis e práticos sem perder a elegância”.
roupas esportivas ressignificadas
Antes de Diana, não era tão comum assim ver alguém colocando roupas de academia para fazer as atividades do dia a dia e ser chamado de estiloso.
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Por mais incomum que possa parecer, foi a princesa que influenciou o uso de shorts ciclista e moletons para o cotidiano.
vermelho & rosa
Diana sabia perfeitamente combinar suas cartelas”, completa.
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“Combinar vermelho com rosa foi ousado, já que para o senso comum são cores que não combinariam entre si por serem ambas vibrantes. No caso da princesa, trouxe um toque alegre e radiante em contraste com a sua pele, dentro do que hoje falamos como cartela quente de alguém (em consultoria de estilo é feita a cartela quente daquela pessoa e a cartela fria e isso gera infinitas combinações para aquela pessoa montar seus looks)”, comenta Suzana.
azul
“Sem dúvida o azul era uma for muito importante para seu estilo. Essa cor também tem uma conotação especial para a família real”, pontua a jornalista.
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Diana usou diversas cores, mas sem dúvidas, após o preto, o azul foi a cor mais marcante utilizada de diversas formas pela princesa.
revenge dress
No dia em que Charles veio à público esclarecer que estava em um relacionamento com a antiga namorada Camilla Parker, a atual Duquesa da Cornualha, durante o casamento com Diana, a princesa driblou a mídia. Com o divórcio firmado há dois anos, Lady Di compareceu a um evento público com um vestido justo preto glamouroso, e a mídia cancelou os planos de retratar uma Diana abatida para manchetes enaltecendo o visual, que ficou conhecido como “vestido da vingança”.
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“Chanel já dizia algumas décadas antes que uma mulher precisava de um vestido preto. É extremamente interessante estudar o percurso da princesa através de seu estilo e looks ao longo de sua vida. Da jovem romântica e tímida até a mulher empoderada e livre após o divórcio. E os estilos de cada época de sua vida dizem muito sobre seu próprio processo de empoderamento feminino”.
mesclando estampas
“A princesa gostava de misturar estampas no melhor estilo mix and match. Xadrezes com poás estavam entre suas preferências. Florais também apareciam em vários looks de Diana”.
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Tudo, né?
adiantando tendências
“Lady Di usou e abusou de mangas bufantes (que estão novamente em evidência) e das ombreiras (que eram quase que unanimidade nos anos 80, pois remetiam ao poder da mulher)”.
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Vanguardista que fala?
colar de pérolas
Um dos marcos do estilo de Diana foi o uso de alguns modelos com pérolas que eram extremamente joviais na composição de seu estilo.
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“As pérolas sempre exerceram fascínio sobre as mulheres e Diana amplificou essa paixão pela pérola que é associada ao feminino, a delicadeza, é clássica e elegante”.
lady di e o upcycling
MODA – Lady Di: como a princesa do upcycling reaproveitava seus looks. Nesta quarta-feira (01.07), Lady Di comemoraria aniversário de 59 anos. VEJA MAIS EM https://t.co/IRGTzLgMpO SIGA A BAZAAR https://t.co/NwzbfJwn6Q pic.twitter.com/RpbfUDjS29
— Harper’s Bazaar (@BazaarBR) July 2, 2020
Diana combinou sustentabilidade e moda em seu legado, e ao em vez de seguir o padrão de nunca usar o mesmo look mais de uma vez, a princesa fez questão de repetir vários, com algumas alterações de estilo. “Quando nem se falava em upcycling e a ideia vigente era de que princesas usassem a roupa uma única vez, Lady Di mais uma vez rompe o padrão e veste mais de uma vez a mesma peça, mudando a composição como no caso de taillers – as vezes usava o conjunto e em outras ocasiões misturava a saia com outra peça ou o blazer com outra saia ou calça”.
Suzana finaliza dizendo que além de inspirar a moda como um todo, Lady Di é referência para a nova geração no poder. “Kate se inspira em Diana ao repetir roupas sem cerimônia e segue a mesma lógica da sogra de misturar peças e dar uma cara renovada para o mesmo look”.