“Soul” estreou no Disney+ no último dia 25 e tem ganhado diversos fãs emocionados com a história da Pixar sobre o que seria a “pré-vida”. Entretanto, o que os espectadores não sabem é que a ideia do primeiro rascunho era um fim completamente diferente para o músico Joe, protagonista dublado por Jamie Foxx. Em entrevista ao ET, os diretores do longa, Pete Docter e Kemp Powers, comentaram sobre a finalização da animação.
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Atenção: se você ainda não assistiu “Soul” e prefere fugir de spoilers, melhor deixar essa matéria para depois 😉 .
No filme, Joe é um músico que morre e tem sua alma enviada para um local onde os espíritos são formados. Neste universo “pré-vida” o protagonista vive uma aventura ao lado de 22, uma alma que ainda não está pronta para ter uma vida. O grande spoiler é que no fim do filme, Joe ganha a chance de voltar a viver após auxiliar 22 em sua jornada.
Segundo os diretores do longa, em entrevista ao ET, a ideia inicial é de que o ato altruísta de Joe não fosse recompensado, portanto, ele não poderia voltar a Terra. “Temos versões do final em que Joe não volta para seu corpo, onde na verdade permanece morto. Temos versões do final em que você vê Joe na Terra um ano depois. Cara, aquele final gerou mais debate do que qualquer outro elemento do filme”, começou Powers.
“As pessoas achavam que seria trapaça deixá-lo voltar. Por outro lado, em termos de história, você não pode ensinar esse cara a aproveitar a vida da maneira certa e depois roubar isso dele. Então, simplesmente não parecia o caminho certo a seguir, embora essa fosse a ideia do primeiro rascunho. Na época, eu estava pensando: o ato mais altruísta que ele poderia fazer é partir. Ele teve a chance. Já aproveitou a vida. Agora, ele daria isso a 22. Isso parecia poético e bom, mas no final das contas, no filme, cada cena era Joe dizendo, ‘Espere um segundo, eu não vivi isso da maneira certa antes.’ Portanto, no final não parecia certo dizer ‘Tudo bem, pode ir!’. Nessa versão ele estava, tipo, em paz e se foi. Mas houve outra versão em que ele realmente ia para o Grande Além, havia uma cena lá. E percebemos que provavelmente estávamos brincando com fogo, embora fosse muito esotérico. Não acho que tínhamos sido muito explícito em termos de ‘assim é a vida após a morte!’, era mais abstrato. Mesmo assim, decidimos: ‘Hm, provavelmente é perigoso.’ E, em última análise, não era certo para o filme, o mais importante”, diz Docter sobre a escolha do “final feliz”.
Mas para matar a curiosidade dos fãs sobre como seria esse final do primeiro rascunho, em que Joe não retorna à vida, Powers conta: “A versão com Joe não voltando para seu corpo, ela basicamente acabava com ele se tornando um mentor da Escola da Vida, mas um mentor de verdade. Ele ficou e acabou sendo, tipo, o melhor mentor de todos os tempos, e ele apresentou muitas ideias novas a Escola da Vida. Ele meio que revolucionou a coisa toda. Foi muito fofo e engraçado e irritou algumas pessoas, mas você aprende tentando. Não funcionou, mas foi uma exploração divertida”.