Na véspera da estreia de seu documentário no Globoplay, Karol Conká foi ao programa “Saia Justa” no GNT para falar sobre os temas tratados em “A Vida Depois Do Tombo” e mais detalhes sobre como tem lidado com a rejeição de 99,17% dos votos no Big Brother Brasil.
“Tem umas (cenas) que eu me choco, eu fico extremamente incomodada, envergonhada, arrependida, deprimida. Entendo que faz parte de mim, eu sempre procrastinei esse lance da saúde mental, nunca levei muito a sério. Tenho a impressão que entrei e me autosabotei para chamar atenção para esse tipo de assunto”, relatou para as apresentadoras.
“Não é fácil lidar com a rejeição. Eu já havia encarado a rejeição quando era mais nova. Com isso, eu acabei criando cascas, uma espécie de armadura pra me defender. Depois que eu me tornei Karol Conká, artista, essa rejeição ficou mais afastada. A rejeição sempre esteve em minha vida, mas ela estava afastada. No BBB eu acabei expondo uma realidade, um comportamento muito feio. Demorei muitos dias pra ter noção de minhas atitudes. Muitas coisas que fiz e falei me deixaram envergonhada, decepcionada. É muito ruim a sensação de decepcionar milhões de pessoas e amigos”, diz a cantora.
A artista disse ainda que, durante a produção do documentário, a ficha ainda não havia caído de fato. “Eu estou num momento de reflexão bem profundo. No documentário, foram 20 e poucos dias, ainda bem recente. No doc, eu ainda estou montada na soberba como uma forma de disfarçar a dor que eu estava sentindo. Eu tinha noção dos meus erros, mas não da proporção; Os dias foram passando e fui tomando mais noção e fui sofrendo muito. Eu só queria sumir. Lidar com a rejeição é doloroso até pras pessoas que se sentem fortes. Sempre cantei muito sobre isso.”
Karol segue no programa dizendo que a explicação de suas atitudes está em problemas do passado, e por isso, tem enfrentado essas questões na terapia. “Notei que eu estava me reduzindo a uma camada. Todos nós temos essas feridas que varremos pra debaixo do tapete. Esse tapete foi levantando quando entrei na casa. A pessoa que precisa humilhar, gritar com alguém, ela precisa de ajuda”.
Astrid Fontenelle perguntou, em tom crítico ao público, até quando Karol seria obrigada a pedir desculpas para as pessoas. “Até saciar a fome dos sádicos. Mas eu também não posso permitir virar só isso, um combo de desculpas. Eu já pedi desculpas, as minhas desculpas foram sinceras. Se eu não puder seguir minha vida após meu pedido de desculpas, ai a gente está lidando com um assunto muito mais sério que o meu discurso, a minha falta de controle dentro da casa”, responde.
“Eu também repudio minhas atitudes, mas eu comecei a me questionar se minhas atitudes dentro da casa tinham o mesmo peso da atitude das pessoas aqui fora. Se as pessoas me cobram que eu me trate e tenha sanidade, eu também posso cobrar isso delas. (…) Hoje eu tô melhor que ontem, tô me vendo dessa forma. Tenho que fazer um esforço enorme pra sentir graça de viver. Apesar de serem só 2 meses, pra mim parece que são 3 dias. Hoje eu tô arrependida, mais madura e entendendo que ou eu ficava definhando em decepção ou eu enxergaria esse momento de tombo como um convite para enxergar uma possibilidade de me tornar uma pessoa mais madura”, finaliza a artista.