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Como “Sex Education” normaliza o diálogo sobre sexo

Crédito: Twitter/@sexeducation

O gênero de produções teen são sempre um sucesso entre o público jovem, já que retratar a adolescência faz com que muitos se identifiquem. Por outro lado, essa fase da vida é repleta de dúvidas, descobertas e aprendizado, mais especificamente, sobre o próprio corpo, e isso inclui sexo.

Com a primeira temporada lançada em 2019, “Sex Education” é uma série que se encaixa nessa categoria jovial. A princípio, acompanhamos Otis, um adolescente tímido e mais reservado, destoando do jeito liberal da mãe, Jean, uma terapeuta sexual que está sempre incentivando conversas sobre sexo dentro de casa.

Durante a trama, Otis se junta a Maeve, uma garota bastante independente, para montar uma “clínica” de terapia sexual improvisada. A dupla começa a “atender” colegas da escola que estão relatando dúvidas mais intímas. Por já ter contato com a educação sexual desde cedo, Otis tenta reproduzir o trabalho da mãe e aconselha outros jovens sobre sexo.

Claro que isso está longe do ideal, mas é inédito como os personagens da série incluem vários tópicos, geralmente considerados como tabus, na trama principal. As questões não são tratadas de forma a ridicularizar alguém, longe disso. É mostrado um diálogo aberto, desde masturbação, orgasmos e prevenções até disfunção erétil e lesões sexuais.

Em entrevista para a TodaTeen, a sexóloga Erica Pedrada, aponta como a série acerta em retratar esses e muitos outros temas referentes a educação sexual. “Trazendo a temática de forma mais natural, a série aborda assuntos sem tabus e preconceito para o público mais jovem”, comenta.

Tendo em vista que a educação sexual é fundamental para conhecer o próprio corpo, entender como funciona o sistema reprodutor, aprender sobre respeito ao corpo outro, estar ciente de doenças sexualmente transmissíveis e métodos preventivos. “Ter consciência do próprio corpo ajuda meninas a compreenderem melhor a menstruação, por exemplo, e também a reconhecer limites”, explica.

Todas as vulvas são bonitas!

Um marco que teve bastante destaque durante a terceira temporada foi a trajetória de Aimee, uma adolescente vítima de violência sexual. A trama mostra como acontecimento afetou a relação da personagem com ela mesma, surgindo barreiras e inseguranças com a própria vagina. Aconselhada por Jean, Aimee começa a entrar em um processo de aceitação sobre a aparência do órgão, ressaltando o mantra de que “todas as vulvas são bonitas”.

Inclusive, a Netflix puxou o gancho do tema para a campanha “Toda PPK é Linda“, disponibilizando para o público o site acessado por Aimee na trama, onde são mostradas vulvas de formatos, tamanhos e cores diferentes.

Por que o diálogo aberto é importante?

Todas as desinformações e equívocos sobre sexo espalhados por aí dificultam a relação dos jovens com o próprio corpo. Além disso, o que não falta são filmes e séries fazendo piadas sobre questões relacionadas ao assunto e passando expectativas irrealistas sobre a primeira vez e o ato sexual em si. Quantas vezes você já viu um filme onde o personagem coloca camisinha ou se quer mencionar um método preventivo na hora de transar?

É em cenários assim que “Sex Education” se diferencia. A série atua com mais responsabilidade nas cenas, incluindo conversas sobre prevenção e consentimento entre os personagens. Isso tudo sem deixar de fora momentos de nervosismo e constrangimento, retratando os mesmos de maneira realista para que o público consiga se identificar.

Ainda segundo Erica, criar censuras e barreiras em torno do assunto, incentiva cada vez mais equívocos. Tornar leve as conversas sobre sexo e tratá-las com normalidade também ajudam na abertura do diálogo. Dessa forma, encoraja os jovens a buscarem esclarecimento de dúvidas com a escola ou, até mesmo, com os pais.

“É necessário que os jovens tenham um entendimento adequado sobre assunto. Ensinar sobre educação sexual não faz ninguém querer fazer sexo, apenas faz com que os jovens tenham conhecimento e consciência sobre seu corpo, suas vontades e saibam como se descobrir”, finaliza.

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