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Nalü Romano e Gira Lister mostram que relacionamento lésbico vai muito além do amor: “Ato político”

Nalü Romano e Gira Lister derretem o coração de muita gente no Twitter e, por isso, aproveitamos que este sábado (29) é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica para bater um papo com elas.

Para quem não as conhece, Nalü é brasileira, artista multidisciplinar, escritora, atriz, humorista e ativista, enquanto Gira é dominicana, cantora, compositora e fotógrafa. E, para combinar com todos esses talentos artísticos, a história delas começa em um bar em Nova York, que Nalü visitou para assistir à cerimônia do Oscar.

o começo de tudo

Foi em 2018. Eu tenho a tradição de assistir ao Oscar anualmente e, naquele ano, a minha televisão quebrou. Então, resolvi ir a bar onde tivesse um telão. Eu cheguei lá e estava passando futebol. A Gira já estava lá, mas eu nem tinha reparado“, contou.

Gira relembrou que eram as primeiras semanas dela na cidade e ainda estava conhecendo os lugares. A coincidência foi que ela estava exatamente no bar que a esposa entrou. “Eu estava sozinha e vi uma galera gritando muito doida, e eu gostei muito, porque aqui em Nova York todo mundo é muito seco“.

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happy holidays! from the romano-lister family

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A gente sentou em um canto do bar e ela estava em outro canto. Eu percebi que ela ia pulando de cadeira em cadeira pra chegar mais próxima de mim, até que chegou no banco exatamente do meu lado“, contou Nalü.

E a tática de conversa que Gira usou para começar um assunto foi perguntar qual idioma ela estava falando: “Eu sabia, mas não tinha o que falar então perguntei“.

Depois dali a gente começou a conversar. No início eu estava prestando atenção no Oscar mas aí olhei para a cara dela e pensei: ‘Opa, essa aí é bonita, deixa eu conversar’, e aí foi a primeira vez na minha vida que eu não assisti o Oscar direito“, resumiu Nalü.

os casamentos

De 2018 para cá as duas já se casaram 2 vezes, e estão planejando o terceiro casamento – agora, no Brasil. Segundo elas, a primeira vez foi uma cerimônia pequena, no cartório, com a presença de alguns amigos. A segunda contou também com familiares, mas não todos os que o casal queria. Por isso, as duas já têm planos de realizar a terceira cerimônia, com mais gente, aqui no país. Segundo elas, é um lugar que combina com as duas e tem o clima tropical, que elas adoram.

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now you may kiss the bride… i want to start the wedding pictures season by thanking the venue and who made this day possible and unforgettable. agora você pode beijar a noiva… quero começar a temporada de fotos do casamento agradecendo o local do nosso casamento e sua equipe, toda as parcerias da equipe que tornou esse dia possível e inesquecível. _____ special thanks to @aurorabrooklyn and the amazing crew! you guys were the best since the beginning. we couldn’t be happier! photography by @rsanchesc film by @filmbarkerlaura beauty by @fairuzereisbeauty cake and dessert by @lindyssweetcreations ___ #casamentonagi #nagiwedding #lesbianwedding #dancingwithher #shesaidyes #weddingdress #weddingphotography #lgbtwedding #lovewins #pride #equallywed

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Mas a ideia de casar tantas vezes vai além do amor envolvido. Nalü explicou que uma parte da motivação de renovar os votos é o ato político que isso representa. “O casamento LGBTQA+ é também um ato de coragem, é um ato para mostrar que existimos, casamos, ocupamos os espaços legalmente onde pertencemos. É se fincar nesses direitos e usufruir de algo que tantos parceiros de comunidade, no passado, lutaram e morreram para que pudéssemos fazer“.

o que fazem com o engajamento

No Twitter, Gira tem quase 60 mil seguidores, enquanto o número de Nalü ultrapassa os 105 mil. Os seguidores estão acostumados a ver, além dos desabafos, momentos fofos das suas, incluindo Gira aprendendo mais da cultura brasileira.

Mas isso não é tudo. As duas utilizam esse alcance para apoiar outras mulheres e demonstrar que o mundo pode ter muito amor.

A gente não sabe muito bem como aconteceu [o aumento de seguidores], mas tiveram alguns sinais: o nosso casamento viralizou, a gente foi parar em alguns sites, eu já tinha uma certa visibilidade no Twitter antes, então crescendo aos poucos. A gente deu um boom por causa de certos vídeos“, contou  Nalü. “Toda vez que um vídeo viraliza vem mais gente com mais afeto. Eu não sei porque isso acontece, mas nossa intenção é multiplicar afeto“.

E, além disso, as duas mostram a importância de debater alguns assuntos.

A gente decide ser ponte para discussões políticas onde a nossa imagem não é a principal, porque a gente acredita que nossa imagem não é a que precisa ser reverberada, e sim outras. A gente tem um grupo que é feito como uma rede para mulheres lésbicas, independente do seu gênero. É um lugar seguro para essas meninas se conhecerem, se conectarem. Essas pessoas chegaram até a gente por um motivo incomum. Essas pessoas que estão no Brasil, mandando email e relatos, são as que não conseguem sair na rua. Elas têm que fazer parte de uma rede de construção, de resistência. Então, orgulhosamente a nossa rede só cresce. A gente faz reuniões no Zoom onde a gente discute várias coisas“, completaram.

O grupo em questão é o “Hijas de Nagi” e conta com um grupo no WhatsApp e um no telegram. Por lá, as meninas debatem filmes lésbicos e ativistas são chamados, num projeto nomeado Lesboflix. Para participar, basta mandar uma mensagem no Instagram da página avisando que gostaria de entrar nos grupos. Fácil assim!

como perceberam que eram lésbicas

Durante nossa conversa, quisemos saber como as duas perceberam que eram lésbicas e como foi lidar com isso. Nalü contou que, antes de se entender, teve alguns relacionamentos com homens. E, quanto à família, ela teve sorte, pois sempre foram muito afetivos e a apoiaram, independente de qualquer coisa. Mas isso não significa que se entender foi fácil. “É um processo que envolve muito medo, muita pressão e sempre foi muito interno“, ela contou.

Já Gira, não teve esse relacionamento tão fácil. “Eu cresci tentando gostar de homem mas não deu certo. Acho que as únicas pessoas que eu me assumi foram minha mãe e minha tia, depois eu vivi minha vida. Ninguém me perguntava e eu não falava. Meus amigos sabiam, era normal. Acho que meus avós ainda têm preconceito, mas eles não falam, porque sabem que se me desrespeitarem eu vou responder de volta“, explicou.

um conselho para meninas mais novas

Gira explicou que é difícil dar um conselho que possa abranger todo mundo, já que as duas vieram de um lugar de privilégio. “É difícil dar uma dica, porque temos essa visão de um topo e acabamos caindo em uma discussão quase que meritocrática“.

No entanto, as duas concordam em um ponto que pode ser de grande ajuda:”Poderia falar ‘estudem’, principalmente para as meninas que dependem dos pais e não tem independência, mas as vezes essa dica me soa sofrida, nem sempre é tão fácil, talvez não englobe todas as nossas brasilidades. Mas acho que esse seria mais ou menos o caminho da independência para não precisar de pessoas que não concordam com sua maneira de viver a vida. Mas eu não vou tornar isso como regra, a gente não se sente confortável em dar uma dica“.

o livro

Por fim, precisamos comentar também do livro que Nalü escreveu. Dividido em duas partes, ele traz poemas bem pessoais, que segundo ela mesma, a fazem “se sentir pelada”

O objetivo do livro é mesmo ser um rascunho. Eu quis que ele fosse um pedaço de mim. Tem um pouco da Nalu humorista, dramática“. Segundo a escritora, o livro foi produzido após uma quebra de expectativa “quase que amorosa”.

Para nós, o projeto tem tudo para se tornar um dos seus livros preferidos 🙂

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